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WOLFF, Robert Paul. O ideal da universidade. São Paulo, Editora da UNESP, 1993.

Por:   •  25/4/2017  •  Resenha  •  1.296 Palavras (6 Páginas)  •  605 Visualizações

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RESENHA: WOLFF, Robert Paul. O ideal da universidade. São Paulo, Editora da UNESP, 1993.

Parte I - Quatro Modelos de Universidade.

        A obra “O ideal da Universidade” teve sua primeira edição lançada em 1969 e aborda a história da universidade com base nas instituições norte-americanas e nos estudos sociológicos de Max Weber.

        A procuração do autor no texto em questão é o ideal de universidade, como ela deveria ser e não como ela é. Não é possível apresentar propostas para uma reforma universitária sem antes decidir qual direção será tomada. Dessa forma, a obra é dividida em 3 partes que abordam modelos de universidade, reflexões sobre controvérsias educacionais e sobre a administração da universidade, que respectivamente, exploram temas relacionados à realidade, possibilidades e potencialidades da instituição. Neste texto, no entanto, apenas a primeira parte, “Quatro Modelos de Universidade” será abordado.

Ele apresenta o esboço de quatro modelos de universidades que personificam um conjunto de ideais organizados sobre um princípio apropriado de autoridade interna. Não são representações de instituições reais nem de instituições possíveis. São o que Max Weber denomina "tipos ideais".

        Dentre os quatro, o primeiro modelo é baseado na história da universidade, o segundo reflete sua natureza atual, o terceiro é uma projeção de tendências atuais e o quarto é uma crítica radical à universidade, um antimodelo. Nenhum representa as​ preferências do autor.

        No primeiro modelo, “A universidade como santuário do saber”, explica que se trata de uma imagem mais familiar. A universidade é tida como uma torre de marfim, símbolo do santuário onde o homem erudito silenciosamente persegue seu ofício livresco. Em seu início, teve como objeto os estudos de escritos sacros. De acordo com ele, tal atividade “exigia um domínio do texto com o acréscimo de comentários. Exigia conhecimento enciclopédico, precisão, completude e uma impessoalidade auto-obliterante.” (WOLFF, 1993, p. 30).

Tal abordagem teve um segundo momento durante a Renascença, entre os Séculos XIII, XIV e XV, numa tentativa de alterar o Antigo e o Novo Testamento. Houve ainda um terceiro momento, concomitante com o anterior, que visava a redescoberta da literatura e da arte do antigo mundo, principalmente os romanos e gregos, por parte dos artistas e poetas do momento. Os estudos desses momentos eram basicamente textuais, desconsiderando o contexto de sua produção. Assim, Wolf (1993, p. 32) explica que nesse modelo:

A universidade será uma comunidade de intelectuais autogovernada de que participarão intelectuais-aprendizes cujos estudos são guiados por professores mais experientes sob cuja orientação trabalham. A universidade como comunidade será pequena, informalmente organizada, carregada de tradição e governada, em grande medida, pelo comprometimento de seus membros com a vida de erudição. Terá pouco a ver, de modo geral, com a sociedade mais ampla, limitando-se a seus próprios assuntos e julgando suas atividades por normas internas de erudição e não por normas sociais de produtividade ou utilidade

        A crítica a esse modelo, conforme Wolff é que a erudição acaba por se tornar o único conhecimento válido nas universidades, em alguns casos. No entanto, Wolff menciona que em sua universidade ideal, haveria um canto reservado para os eruditos.

        Já o segundo modelo, “A universidade como campo de treinamento para as profissões liberais”, tem como ideal a pressuposição da existência de um número de ocupações profissionais socialmente definidos. Nas profissões liberais, o profissional submete seu trabalho à avaliação de outros profissionais mais experientes e, com tal aprovação, lhe é conferido um credenciamento. Assim, as profissões liberais se juntaram aos cursos tradicionais - Medicina, Direito, Teologia e Filosofia – nas universidades norte-americanas.

        No entanto, quando os papéis ocupacionais passaram a ser profissões liberais, as mesmas passaram a ser racionalizadas devido ao crescimento dos componentes técnicos e teóricos do trabalho moderno. Mesmo assim, muitas profissões recentes são consideradas empregos que foram inseridos na universidade por um acidente histórico, o que conferiu às mesmas um “desdém” por parte das profissões mais tradicionais. Para Wolff (1993), a entrada da formação profissional nas universidades destruiu a graduação por meio de suas exigências. Ele também argumenta que a criação intelectual e a atividade profissional se tratam de duas coisas totalmente distintas, o que atribui ao professor um papel duplo.

        “A universidade como agência de prestação de serviços” é o terceiro modelo apresentado e tem como suporte a obra de Clark Kerr, “Os usos da universidade”. Nessa perspectiva, a universidade é tida como um conjunto de instituições reunidas sob um mesmo nome que realizam diferentes serviços como ensino, pesquisa, consultoria, etc, dando origem ao conceito de “multiversidade”. Não se trata, no entanto, de uma simples receptora de benefícios sociais, mas é um elemento produtivo que serve a propósitos da sociedade de uma forma mais geral.

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