TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A Adolescência e a Toxicodependência

Por:   •  11/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.092 Palavras (13 Páginas)  •  440 Visualizações

Página 1 de 13

UNIVERSIDADE AUTÓNOMA DE LISBOA

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA E SOCIOLOGIA

LICENCIATURA EM PSICOLOGIA

3º ANO – Psicologia Clínica e da Saú

Falta colocar aqui o titulo do trabalho

Ulisses Almeida 20120008

DOCENTE: Professor Doutor Mendes Pedro

Lisboa, 19 de Janeiro 2016


Resumo

Esta obra procura examinar o novo tipo de configuração que caracteriza a medicina moderna e suas conexões com o surgimento de novas formas de conhecimento e novas práticas institucionais. “O Nascimento da Clínica” - parte de um projeto amplo e ambicioso de crítica histórico-filosófica às estruturas políticas e epistemológicas que presidem ao modelo de racionalidade dominante no mundo contemporâneo - descobre, assim, ao nível da medicina, uma trajetória importantíssima para dar conta da constituição das ciências humanas e sociais e da instauração do tipo de poder característico das sociedades capitalistas.

 A adolescência é um tempo de maturação física, emocional e psicossocial. Caracteriza-se por múltiplas condutas de experimentação, das quais o consumo de substâncias lícitas ou ilícitas assume particular relevância.

Palavras-chave: Psicologia Clínica, Adolescentes, Toxicodependência

Abstract

This work seeks to examine the new type of configuration that characterizes modern medicine and its connections with the emergence of new forms of knowledge and new institutional practices. "The Clinic Birth" - part of a broad and ambitious project of historical and philosophical criticism of the epistemological and political structures that govern the dominant rationality model in the contemporary world - discovers thus the level of medicine, a very important trajectory to account the creation of human and social sciences and the establishment of the type of power characteristic of capitalist societies.

Adolescence is a time of physical maturity, emotional and psychosocial. It is characterized by multiple testing of pipelines, of which the consumption of licit and illicit substances is particularly important.

Keywords: Clinical Psychology, Adolescents, Addiction.

O Nascimento da Psicologia Clínica

Na sua obra, Foucault (2008), identifica o nascimento da clínica na França entre os séculos XVIII e XIX. A mudança de paradigmas decorrentes da Revolução Francesa, e outros fatores, como a necessidade de estudo das epidemias, com o nascimento da Sociedade Real de Medicina, contribuiriam para o fortalecimento da medicina enquanto campo do saber, também criterioso e cada vez mais baseado na cientificidade.

Foucault (2008), identifica o médico pré-revolução francesa, como aquele que possuía o olhar privilegiado. Esse olhar seria dotado de saber, capaz de discernir o tipo de patologia e conduzir ao possível tratamento. O respeito ao médico, até então, era como o respeito a um religioso. Alguém que exercesse a mesma função atribuída a um curandeiro, porém não lhes era outorgado poderes místicos, mas do olhar e do conhecimento das doenças. Foucault chega a citar que, naquela época, o conhecimento da doença era como uma bússola para o médico. Sem conhecimento, não seria possível identificar o problema, que permaneceria, então, sem tratamento. Ainda atualmente, o olhar médico que Foucault escrevera no século XVII, está predominantemente presente.

É o médico o dotado do saber, portanto, traz consigo algo chamado “poder”. A crítica de Foucault ao poder é bem conhecida nos meios académicos. Quem diz isto?

O conceito de cientificidade, com base nos padrões de validação da verdade, proveniente dos métodos propostos pelos empiristas e positivistas, também com influência do racionalismo cartesiano, dificilmente é questionado atualmente, e muito menos o seria na época da modernidade. Quem diz isto?

Foucault (2008), identifica o hospital como um espaço onde os pobres eram alienados. O marginal deveria ser trancafiado num hospital, sem qualquer olhar sobre ele, pois não era interessante a sua melhoria para o governo monárquico. Seria apenas uma medida de contenção e é claro que o pobre, desabrigado, que perambulava nas ruas, deveria ser “tratado” num ambiente de reclusão. Para os ricos, o médico atendia a família por gerações. O leito da clínica era o próprio leito do lar daquele que estava enfermo. Novamente surge o poder, mas não do olhar especializado, e sim da barganha e da riqueza.

Michel Foucault (2008), identifica a revolução francesa como um momento em que a nação se encontrara esperançosa. Os hospitais não mais abrigariam apenas os “loucos” pobres, mas ofereceriam tratamento aos doentes, todos eles, independentemente de classe social. Os médicos, fortalecidos devido aos seus estudos e a suas pesquisas sobre epidemias, endemias e constituição, ricos no saber e dotados do poder, seriam como os clérigos. Um, responsável pela alma, e o outro, pelo corpo. O novo Estado, libertador do povo, ofereceria à população a assistência devida e merecida. Era o sonho revolucionário. Um esquema repleto de promessas políticas a ponto de se chegar ao paradoxo, o qual Foucault mencionou, da sociedade curada pelos médicos e que, portanto, não necessitaria mais de seus serviços.

Política e poder sempre caminharam unidos. Isto é um título? Se for um titulo tem de estar a negrito 

Foucault (2008), ao escrever sobre a nova medicina do séc. XIX, menciona a bipolaridade médica do normal e do patológico. Antes, o médico concentrava-se na saúde do paciente, no sentir-se bem. Porém, depois da revolução, o médico especialista deveria tratar dos pacientes com os conceitos de normalidade e patologia. Assim, o médico adquiriu status de magistrado, vigilante da moral e da saúde pública. O hospital tornara-se um local para os doentes sem família e para os enfermos contagiosos ou portadores de patologias complexas ou desconhecidas. Assim, o hospital adquiriu características de uma indispensável medida de contenção.

Foucault identifica a clínica nascida em meio à política e ao poder, subproduto da ciência, o saber. Critica o poder, a política e as regras ou paradigmas do saber. (Foucault,2008)

Psicologia Clínica e da Saúde

A psicologia clínica apareceu nos EUA depois da segunda guerra mundial na sua modalidade, embora este termo já existisse noutras áreas. Se no séc. XIII a clínica era apenas uma relação de causa efeito entre os sintomas e a doença, posteriormente surge a necessidade de relacionar esta causa efeito e adicionar à mesma a relação, o olhar, e o saber pelo qual o paciente se consegue expressar (Pedinielli, 1999). Assim, segundo Foucault (1972, p.200), e devido à necessidade de existência de uma nova linguagem para perceber o domínio do Outro, “deve existir uma correlação perpétua e objectivamente fundada do visível e do enunciável”. Deste modo, o método clinico tornou-se uma revolução na forma de abordagem do individuo que se encontra doente, assim como, na sua forma de tratamento e abordagem.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (21.1 Kb)   pdf (155.9 Kb)   docx (17.2 Kb)  
Continuar por mais 12 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com