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A Análise Funcional do Comportamento

Por:   •  23/10/2017  •  Relatório de pesquisa  •  2.148 Palavras (9 Páginas)  •  954 Visualizações

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O tempo todo se adquire novos comportamentos, as pessoas interagem com o meio ambiente a que estão inseridos, sendo no convívio com familiares, colegas de turma, quando ouve uma música analisando o que a letra diz, ou um filme, enfrentando as adversidades ou vivenciando as conquistas, enfim, isso acontece de maneira cotidiana e na maioria das vezes sem que tenha consciência. No entanto, há meios tecnológicos de se estudar e modificar o comportamento dos organismos vivos e comprová-los experimentalmente.

Conforme Moreira & Medeiros (2007) a Análise Funcional do Comportamento se provê dos ideais Behavioristas para compreender como os organismos se comportam observando a relação sujeito e ambiente e suas contingências. As ações que observamos nessa interação, podem ser atribuídas a tipos de aprendizagem, o que a ciência comportamental chama de modelagem. Ivan Petrovich Pavlov (1849-1946) representa o Condicionamento Respondente, onde um estímulo elicia uma resposta, sua teoria diz que há sempre uma mudança no ambiente produzindo uma mudança no organismo.

Para Skinner (1904-1990) o comportamento é mantido por consequências reforçadoras, ou seja, tendemos a repetir o que é agradável (reforço positivo) e a extinguir o que é desagradável (estímulo aversivo), “Um operante não é algo que seja totalmente desenvolvido no comportamento do organismo. É o resultado de um contínuo processo de modelagem” (SKINNER, 1953; p. 101). Se o comportamento está sendo mantido por um esquema de reforçamento contínuo (CRF), ou seja, quando todas as respostas são reforçadas, verifica-se que, na ausência do reforço ele se extinguirá mais facilmente, mas quando o comportamento é reforçado em esquema intermitente, isto é, quando é necessário certo número resposta do organismo ou que se passe certo intervalo de tempo, os indivíduos apresentarão maior resistência à extinção. Outras abordagens, no entanto, atribuem essa resistência ao mentalismo e a nomeiam de perseverança ou teimosia natural do ser, quando que para a Análise do Comportamento, este evento está relacionado ao esquema em que a ação foi reforçada e ao histórico do sujeito (Moreira & Medeiros, 2007).

Nem sempre todos os comportamentos serão reforçados. Frequentemente, um operante é reforçado apenas ocasionalmente, os comportamentos operantes ocorrem dentro de um contexto, onde respostas específicas se dão na presença de estímulos específicos, assim, os estímulos antecedentes exercem influência sobre o comportamento como sinalizadores dos mesmos (Moreira & Medeiros, 2007). Os esquemas de reforçamento intermitente se dividem em Razão e Intervalo, onde Razão exige um número de respostas para obter o reforço e Intervalo exige a resposta e a passagem do tempo para obter o reforço. Podem ser em esquema fixo, quando o número de respostas ou a passagem do tempo é determinado e não varia, e pode ser em esquema variável, quando o número de respostas ou a passagem do tempo varia para cada reforço. Há um padrão definido de respostas para cada esquema de reforçamento, por exemplo, no esquema de razão e intervalo fixo, há uma pausa determinada, então o sujeito apresenta uma frequência de resposta mais estável em relação aos esquemas variáveis, desta forma o sujeito começa a responder aceleradamente quando está próximo o reforço.

1.1 OBJETIVO

Este relatório tem como intuito demonstrar de forma comprovatória a aplicação didática dos conceitos de base Behaviorista. Através da reprodução dos experimentos de Skinner, em laboratório, verificar que é possível modelar os comportamentos desejáveis com o reforçamento diferencial, aproximações sucessivas, fazer com que o organismo aprenda a discriminar os estímulos e também eliminar os comportamentos indesejáveis através da extinção.

2. MÉTODOS

2.1 Sujeito

O sujeito do experimento é Sniffy o rato virtual versão pro 2.0, que simula as atividades de um rato real. Os participantes são os alunos do 3º semestre do curso de Psicologia que durante os experimentos estavam organizados em dupla.

2.2 Ambiente / Materiais / Equipamentos

Os experimentos foram realizados no Laboratório de Informática da Unip Araraquara, em uma sala ampla, bem iluminada, com mesas dispostas lado a lado, cada mesa com um computador sobre ela, duas cadeiras para cada mesa, voltadas para uma das extremidades da sala, onde havia uma lousa e pinceis próprios para escrita em lousa e do lado direito uma mesa com uma cadeira e um computador, o qual era utilizado pelo professor. Além de fazer uso dos computadores, os participantes utilizaram caneta, cronômetro, folhas de registros e um pen drive para salvar os arquivos no final das sessões.

2.3 Procedimentos

Foram necessárias 5 sessões, sendo uma sessão para cada exercício, em que, o critério de encerramento das sessões foi a obtenção do comportamento alvo. A primeira sessão consistiu em os participantes observarem as ações do sujeito em nível operante, registrando as ações de farejar, levantar, limpar-se, beber água e pressionar a barra, durante 15 minutos. A segunda sessão foi destinada a registrar as mesmas ações em CRF, onde um dos participantes modelou o sujeito através do emparelhamento de som/alimento e treino ao comedouro e o outro participante se encarregou de registrar as ações nas folhas de registro e controlar o tempo através do cronômetro, também de 15 minutos. Após concluir o condicionamento do sujeito, passou-se para a terceira sessão, esta de 30 minutos, onde foi retirado o reforço (pelota de alimento), e através do controle de tempo feito pelos participantes, observou-se que a partir do 18º minuto, o comportamento de RPB entrou em extinção. A quarta sessão consistiu em treino discriminativo do sujeito já modelado em reforço contínuo, onde se registrou as respostas do sujeito em SD e S∆, durante 30 minutos. Para realização do experimento, foi estabelecida uma intensidade de som em 1.75 para S+ e 2.0 para S-, intercalando-se os minutos, assim, um dos participantes observava e ditava as ações de RPB tanto na presença do reforço, quanto na ausência do mesmo, enquanto o outro participante registrava. A quinta e última sessão foi realizada em esquema de Razão Fixa durante 15 minutos, sendo que o primeiro registro se deu após o sujeito ter sido previamente treinado, onde recebia o reforço, inicialmente a cada 2 respostas, passando para cada 4 respostas, depois para cada 8 respostas

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