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A Linguagem como ferramenta para alcançar o desenvolvimento

Por:   •  30/5/2018  •  Seminário  •  1.237 Palavras (5 Páginas)  •  172 Visualizações

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Jean Piaget

A Primeira Infância (de dois à sete anos)

A linguagem como ferramenta para alcançar o desenvolvimento

Além de todas as ações reais ou materiais que é capaz de efetuar, como no curso do período precedente, a criança torna-se graças a linguagem, capaz de reconstituir suas ações passadas sob forma de narrativas, e de antecipar suas ações futuras pela representação verbal.

Egocentrismo

Para entendermos esse desenvolvimento, o primeiro conceito importante é o de egocentrismo. Diferentemente de quando o indivíduo na fase anterior não conseguia reconhecer o |eu|, o indivíduo na fase da primeira infância não consegue compreender a existência de outros pontos de vista além do seu.

Ex: Entender que o seu tio também é irmão do seu pai.

Entre muitas coisas, essa indiferenciação da criança acaba gerando uma dificuldade em demonstrar o que afirma, pois não vê necessidade, já que não pressupõe que exista outra verdade além da sua.

Conduta Cognitiva e Afetiva

Socialização da ação

A socialização da ação pode ser com outras pessoas ou com si mesma.

Para isso, vamos dividir a socialização em três tipos de relação: subordinação, troca e monólogo.

Subordinação

Nessa fase a criança começa a perceber os adultos, no caso, seus pais, como figuras de autoridade. E quando eu digo autoridade, não é somente no aspecto de enxergar o adulto como o |chefe|, é também enxergar o adulto como |modelo|, e por enxergar assim, a criança acaba absorvendo muito do universo do adulto.

Troca

A troca pode acontecer com um adulto ou com outra criança. Essas duas intercomunicações desempenham um papel decisivo para os progressos da ação, na medida que levam a formular a própria narração das ações passadas. 

 

É importante ressaltar que entre as crianças esse fator de troca funcionará como uma espécie de |monólogo coletivo| pois consiste mais em mútua excitação à comunicar a ação do que em compartilhar os pensamentos reais.

Ex: Enquanto a Joana fala sobre a caneca do Batman, Maria fala sobre como o céu é azul.

Monólogo

É quando a criança não fala somente às outras, fala-se a si própria, sem cessar, em monólogos variados que acompanham seus jogos e sua atividade.

Isso é meio que a nossa linguagem interior, só que pronunciada em voz alta e servindo como auxiliar da ação imediata. 

Ex: Vou pegar o giz de cera para fazer um desenho.

Pensamento

Entre dois a sete anos encontram-se todas as transições entre duas formas extremas de pensamento, sendo que a segunda domina pouco a pouco a primeira.

A primeira destas formas é a do pensamento por incorporação ou assimilação puras, cujo egocentrismo exclui, por consequência, toda objetividade. A criança assimila algo deformando a realidade para satisfazer o seu eu.

Ex: Quando a criança brinca de boneca simulando que é a mãe ou o pai. É uma maneira da criança de elaborar os conflitos cotidianos por ela vivenciados ou de realizar seus desejos insatisfeitos.

Ex 2: (página 53)

A segunda destas formas é a do pensamento adaptado aos outros e ao real, que prepara, assim, o pensamento lógico. Podemos chamar esse de |pensamento intuitivo|, porque é, em certo sentido, a experiência e a coordenação senso-motora, mas reconstituídas e antecipadas, graças à representação.

*Esse pensamento será melhor explicado na parte específica sobre Intuição.

Entre estes dois tipos extremos se encontra uma forma de pensamento simplesmente verbal, séria em oposição ao jogo, porém mais distante do real do que a própria intuição: é o pensamento corrente.

Nesse tipo de pensamento o |porquê| não é mais para justificar a finalidade ou causa de algo, é para entender porque algo está sendo feito. A criança não enxerga o acaso na natureza. Ela enxerga que tudo está coberto de intencionalidade. Ela enxerga que as coisas têm intenção, como se elas carregassem uma alma humana.

Ex: O sol se põe porque ele está cansado.

Intuição

Intuição

Até a faixa dos 7 anos a criança ainda não tem um pensamento lógico e usa o mecanismo intuitivo. Identificamos duas formas de intuição: A intuição primária e a intuição articulada.


Na
intuição primária (4 a 5 anos), a criança não se importa com a análise das relações entre as fichas, só se importa com os extremos, ou seja, com o tamanho da extensão.

Na intuição articulada (5 a 6 anos), a criança já consegue analisar as relações, mas se qualquer um dos termos, ou seja, qualquer uma das fichas forem alteradas, ela não dirá que ambas as fileiras tem o mesmo tamanho.

Nas duas formas, a informação visual é o elemento predominante para que a criança reconheça a equivalência ou não, no entanto, a segunda agrega mais um elemento para analisar a situação, o elemento da relação. Elemento este que em um primeiro momento é considerado como uma hipótese e que posteriormente é testado pela criança.

Podemos considerar isso um estado de transição para a lógica, mas não podemos considerar como a lógica propriamente dita, pois esse pensamento (que é intuitivo) não é flexível e não é reversível. 

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