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A RESENHA CRITICA

Por:   •  28/9/2021  •  Resenha  •  2.282 Palavras (10 Páginas)  •  364 Visualizações

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Resenha

GOFFMAN, Erving. Manicômios, Prisões e Conventos. Tradução de Dante Moreira Leite. 7ª edição. São Paulo: Editora Perspectiva, 2001, 316p.

Dados do autor

Evirng Manual Goffman, nasceu dia 11 de junho de 1922 em Mannville e morreu dia 19 de novembro de 1982, com 60 anos de idade. Na Universidade de Toronto fez graduação em antropologia e sociologia e na pós graduação tornou-se mestre e doutor em sociologia. Logo em seguida, Goffman progrediu para professor do departamento de sociologia da Universidade da Califórnia, seguindo a linha de pesquisa da sociologia interpretativa e cultural. Nos anos de 1954 a 1957 fez pesquisas sobre como ocorre tais ações nas enfermarias nos Centro Clínicos de Saúde, dentre esses anos um trabalho muito importante também foi no Hospital St. Elizabets, onde possuía 7.000 internos e assim conheceu o setor social no hospital para doentes mentais a partir de uma análise onde se pôs como auxiliar observador, sem a utilização de medidas de controles. Seu objetivo sempre foi conhecer o mundo social do interno nos hospitais para doentes mentais a partir de uma análise sociológica da estrutura do eu. Desse estudo resultou a obra Manicômios, prisões e conventos, que é uma das suas obras que faz mais sucesso e revolução.

1 Introdução

A história retratada é de grande relevância para mudança de comportamento em relação aos estigmas posto por lugares trancados. No entanto, Manicômios, Prisões e Conventos é uma obra feita por Evirng Manual Goffman, na qual, possui quatro capítulos onde faz um levantamento crítico da vida em instituições fechadas e suas consequências sobre o indivíduo. Com especial atenção para os manicômios ele mostra que o comportamento do doente mental muitas vezes tem mais relação com sua condição de internado do que com sua doença propriamente dita. Por essa razão, o sociólogo Goffman tem um importante papel no movimento antimanicomial.

2 Descrição do assunto (caso queira, o autor da resenha pode dar outro nome a essa seção)

        No livro apresentado, Goffman analisa o mundo das instituições totais, sejam elas de caráter clínico, prisional ou conventual. O autor centra-se, essencialmente, no caráter de fechamento destas instituições, criando-se, dessa forma, uma barreira entre interior e exterior. No interior das instituições habitam não apenas as equipes dirigentes, mas, também os internados, os prisioneiros, os que optam por uma vida solitária. Na passagem de uma vida no exterior para uma vida de confinamento espacial e social, o indivíduo passa por processos de modificação. Em qualquer dos casos, seja a institucionalização forçada do sujeito, ou seja, por sua iniciativa, inicia-se um processo de mortificação do eu inicial do sujeito, pelas concessões de adaptação às novas regras institucionais. O indivíduo é jogado entre a sua personalidade real e a personalidade que para si se produz, não só pela equipe dirigente como por toda a sociedade. Posto isso, a obra é apresentada em quatro partes sendo: As características das instituições totais, A carreira moral do doente Mental, A vida íntima de uma instituição pública, O modelo médico e a hospitalização psiquiátrica.

          Primeiramente, o autor postulou as principais características das instituições destacando-se o mundo do internado. Onde os estabelecimentos sociais, ou instituições, são locais onde se desenvolve um determinado tipo de atividade. Toda instituição tem tendências de “fechamento” (o estabelecimento conquista parte do tempo e do interesse de seus participantes e lhes dá algo de um “mundo”), mas, na sociedade ocidental, algumas são muito mais “fechadas” do que outras. Seu “fechamento” ou seu caráter total é simbolizado pela barreira à relação social com o mundo externo, o autor dará o nome de instituições totais. Diante disso, o autor destaca que quando o internando chega a instituição total, inicia o processo de mortificação do self, ou seja, um processo sistemático de supressão da “concepção de si mesmo” e da “cultura aparente” que traz consigo, após uma série de degradações, humilhações e profanações ao self (p.49), assim os internados chegam as tais instituições com uma cultura aparente, encaixado em seu ambiente civil, caso o cidadão volte para o meio externo, pode ocorrer o ‘’desculturamenro’’, tornando-o incapaz de enfrentar alguns aspectos da sua vida diária, então ocorrerá a morte civil. A justificativa do estabelecimento para tais ações é o fato de possuir muitas pessoas e precisa ter um controle burocrático. Goffman destaca também, que existem atividades de distrações para que o interno esqueça a situação real, porém a angustia do internado quanto ao mundo externo, é constante. Outro ponto destacado pelo autor é o ‘’mundo da equipe dirigente’’ existindo uma tarefa contraditória entre padrões humanitários versus eficiência da instituição. E assim, formam-se dois mundos sociais e culturais diferentes, que caminham paralelamente juntos, com um contato oficial, mas com pouca interpenetração, a equipe dirigente vê os internados como amargos, reservados e não merecedores de confiança, e os internados veem os dirigentes como condescendentes, arbitrários e mesquinhos.

         O segundo capitulo é destacado pela ‘’carreira moral do doente mental’’ onde é explicito a trajetória percorrida por uma pessoa durante a vida, ratificando-se bem as encaminhadas aos hospitais psiquiátricos, que apesar das individualidades de cada um, as circunstâncias são bastantes semelhantes, com um status uniforme, destino e caráter comuns. A loucura que a sociedade lhes atribui é a distância social em que se encontra. Goffman destaca três fases na carreira do doente mental, a fase do pré paciente, que é anterior à admissão no hospital, enquadrando-se a passagem do status civil para ser um internado, logo em seguida vem a fase de internamento e por fim a fase do ‘’ex doente’’, período posterior a todo tratamento.

                                                                                                                                                                 O terceiro capítulo aborda a vida intima de uma instituição pública que foi dividido em duas partes para melhor entendimento do leitor, a primeira parte é destacado a regras postas pelas instituições para os internados e a forma como são feitos os contratos para a moradia nos campos fechados. Quando um indivíduo contribui, cooperativamente, com as atividades exigidas por cada instituição social, e sob as condições exigidas pela sociedade, se transforma em um colaborador, tornando-se um participante “normal”, “programado” e “interiorizado”. Oficialmente deve ser não mais e não menos do que aquilo para o qual foi preparado, e é obrigado a viver em um mundo, cuja realidade lhe é afim, isso é posto por Goffman como ajustamentos primários. Em seguida ele expõe os ajustamentos secundários que diz respeito ao participante que emprega meios ilícitos, com o modo de escapar daquilo que a organização supõe que deve fazer e daquilo que deve ser, e assim, o indivíduo se isola do papel e do self que a instituição admite para ele (pag. 160). Posto isso, ele retrata a parte dois do capitulo nas fontes, locais, recursos e estruturas sociais que os pacientes empregam em seus ajustamentos secundários (pag. 173-245). Na vida íntima do hospital psiquiátrico, as fontes predominantes são: as “substituições” e a “exploração do sistema”. O sistema de ajustamentos secundários configura-se por meio de uma estrutura socia da instituição. Regularmente, a condição social pela qual um indivíduo incorpora o esforço do “outro” para aumentar a amplitude de seus ajustamentos secundários baseia-se: na força não racionalizada de coerção, por meio de intercâmbio social, ou pelo gesto cerimonial. Segundo o autor, verifica-se que os participantes se recusam, de alguma forma, a aceitar a interpretação oficial quanto ao tipo de self e de mundo que eles têm de si mesmo. O hospital psiquiátrico constitui um caso específico de estabelecimentos em que a vida íntima se prolifera, e assim do ponto de vista do paciente, ao recusar-se a seguir as regras da instituição, o internado, consequentemente, discorda da interpretação que a instituição dá de quem ele é. Mas, de acordo com a equipe dirigente, isso é expressão de alienação, um tipo de sintomatologia que a instituição deve tratar como psicose, em resumo, a hospitalização cerceia todas as manobras do paciente de expressar sua recusa à adequação institucional.

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