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Desafio da Reforma Psiquiátrica do Brasil

Por:   •  30/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.242 Palavras (5 Páginas)  •  277 Visualizações

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Introdução

O seguinte trabalho tem como base, fazer um comparativo entre dois artigos, "Desafios da reforma psiquiátrica no Brasil" e o “Entre passagens: contribuições do Acompanhamento Terapêutico (AT) à clínica psicanalítica da adolescência”, que trata sobre o surgimento da AT no Brasil. Ambos perpassam a questão da Reforma Psiquiátrica e os principais desafios dessas mudanças no Brasil.

A solidificação da Reforma traz cada vez mais, grandes desafios que precisam ser incorporados à agenda dos campos da Saúde Mental e da Saúde Coletiva. A construção de um sistema que preste assistência no âmbito imaginário cultural e com laços inspirados na reforma pede que a imaginação, a criatividade e a reflexão crítica encontrem uma maneira de delinear com clareza quais são os desafios específicos que tal transformação enfrenta nas condições de nosso país.

Quanto que a AT vem para colocar em debate a concepção de que essa modalidade na clínica surgiu a partir do movimento da reforma psiquiátrica. Onde tais comunidades, que se apresentavam com práticas inovadoras e com inspirações na psiquiatria social inglesa, na antipsiquiatria e na psicanálise, com formas de saber e poder da psiquiatria tradicional (Palombini, 2007), onde ambas contribuíram para a caracterização do AT como dispositivo de tratamento.

Desenvolvimento

Quando falamos em Reforma Psiquiátrica no Brasil, devemos entender que foi na virada do século em que ela deixou de ser apenas uma proposta para ser um marco muito importante na política de assistência e se solidificou como um divisor de águas fundamental da política de assistência à saúde mental. Mas além disso, sua influência está se estendendo no campo social, jurídico e nos meios universitários que formam os profissionais de saúde. Mesmo em meio as dificuldades que são enfrentadas pelo sistema de saúde pública no Brasil, é certo que no que diz respeito a psiquiatria no Brasil as mudanças estão de fato ocorrendo. Podemos observar com clareza que os milhares de Cen-tros de Atenção Psicossocial (CAPS) espalhados pelo país, vêm modificando a estrutura da assistên-cia à saúde mental. Ela veio para aos poucos substituir os centros hospitalares e manicomiais que tinham como principal característica a exclusão, opressão e redução dos pacientes e suas dores. Em seu lugar vem sendo construído um Sistema Único de Saúde (universalidade, equidade e integrali-dade), formados por profissionais humanizados e capacitados para acolher e cuidar do sujeito.

Quanto ao início do acompanhamento terapêutico (AT) no Brasil costuma-se dizer que o mesmo aconteceu do decorrer da década de 60, junto às comunidades terapêuticas. Palombini (2007) relata que a criação dessa nova modalidade tenha surgido com ou logo após o movimento da reforma psiquiátrica. Essas comunidades, que conciliavam práticas inovadoras, inspiradas na psiquia-tria social inglesa, na antipsiquiatria e na psicanálise, com formas de saber e poder próprias à psiquia-tria tradicional. E foram essas que contribuíram para a caracterização do AT como dispositivo de tratamento existente em dois níveis. Onde no primeiro foca-se na saída do auxiliar psiquiátrico do ambiente institucional, para abrir caminho para o acompanhante terapêutico (at) atuar junto ao paci-ente em seu cotidiano; e o segundo relata à própria discussão em torno à passagem do auxiliar psi-quiátrico ao acompanhante terapêutico, passando, nesse percurso, pela referência ao termo “amigo qualificado” (Hermann 2008).

A partir desses dois parágrafos, já conseguimos identificar a principal semelhança entre os textos "Desafios da reforma psiquiátrica no Brasil" e o “Entre passagens: contribuições do Acompa-nhamento Terapêutico (AT) à clínica psicanalítica da adolescência”, que tratam de transformações que ocorreram ao longo do tempo dentro do sistema de saúde do país. Ambos os textos relatam so-bre a importante mudança dos hospitais psiquiátricos e manicômios do Brasil, onde antes os sujeitos eram tratados com exclusão e opressão e cuidados por um auxiliar psiquiátrico, também conhecido como atendente psiquiátrico, que tinha seu trabalho reduzido em acompanhar o paciente no momen-to da crise dentro da clínica por um Sistema Único de Saúde onde seus pilares são a universalidade, equidade e integralidade, e tem seu corpo clínico formado por profissionais humanizados e capaci-tados para acolher e cuidar do sujeito, onde se deu espaço para o acompanhante terapêutico, que está para além dos muros das clinicas.

A reforma passou por vários altos e baixos, mas quando falamos da parte de seu sucesso esta pode ser medido em parte pelo fato de que conhecendo os novos processos, ninguém mais resiste a ideia antimanicomial. Até mesmo aqueles que defendem os hospitais psiquiátricos e que tentam re-verter as articulações políticas que sustentam o novo cenário psiquiátrico no país afirmam estar de acordo com preceitos gerais do movimento transformador da assistência e tentando centrar suas crí-ticas e reivindicações no que apresentam como insuficiências ou inconsistências do novo modelo assistencial.

A resistência as propostas de reforma aparecem muitas vezes de forma indireta, na defesa da soberania

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