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ESTUDO DE CASO JEAN LOUIS E ANALÍTICA

Por:   •  13/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.979 Palavras (8 Páginas)  •  319 Visualizações

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ESTUDO DE CASO JEAN – LOUIS

INTRODUÇÃO

O presente Paper, tem por finalidade apresentar o estudo de caso sugerido aos alunos para que fosse feito estudo clínico com base na Teoria Analítica de Carl Gustav Jung.

        O estudo trata de um caso em que Jean-Louis, menino francês de  8 anos de idade, filho de pais médicos, segundo filho do casal, sendo ao total 4 filhos. Desses, Jean e o irmão logo abaixo tem hemofilia, doença que foi descoberta em tal criança, quando tinha um ano de idade, devido a hematomas frequentes que Jean apresentava.

        Jean – Louis, chega para atendimento psicoterapêutico após queixa da escola, onde essa cita que a criança se encontrava distraído, sem concentração na escola, resultando em uma falta de atenção. Os pais queixam-se também que a criança se acidentou algumas vezes e que estes põem em risco a sua vida.

        Entende-se por hemofilia, a doença que pode decorrer de fatores adquiridos ou hereditários cujo resulto é a deficiência da coagulação (PIO, OLIVEIRRA & REZENDE, 2009). Tal doença tem como característica, episódios de sangramento que podem ser espontâneos e pós-traumáticos que podem ocasionar complicações nas articulações e músculo levando à dor. (GARBIN, CARVALHO, CANINI, DANTAS, 2007). A doença por si já causa um impacto na família que recebe o diagnóstico, por isso é preciso considerar todas as dificuldades física ou motora, porém é necessário também considerar a problemática sob o ponto de vista psíquico, moral e social.

        A doença atinge diretamente os pais, uma vez que idealizam um filho, e logo após recebem um diagnóstico da doença, no caso a hemofílica. Sendo assim, torna-se indispensável educar os pais antes de tudo a aceitarem a doença do filho, fazendo com que estes estimulem a criança ao desenvolvimento, conforto com os outros e mundo externo e dessa maneira possa desenvolver sua personalidade e potencialidade. (SIDOTI, SONZOGNO, BATISTA, BENIGNO, TRINGALI, 2005)

DESENVOLVIMENTO

Primeiramente vale ressaltar, já que inúmeras vezes falamos em sala de aula, a importância na escuta da demanda que os pais tem, e o que os levou ao consultório, porém não encarar esta como verdade; é importantíssimo escutar e observar a criança, o que ela denuncia para que assim possa diminuir o que está acontecendo, ou seja, todas as reações sintomáticas são uma busca para que o indivíduo seja ele mesmo, sendo assim um conflito entre o que os pais querem que a criança seja, e o que a criança realmente busca ser. (PENNA, 2013)

Para que possamos acessar ao conteúdo que a criança nos traz, é preciso identificar em sua linguagem e até mesmo desenhos a demanda necessária. Para isso, Jung apud. Penna (2013) diferencia o pensamento dirigido e o pensamento não dirigido. O primeiro envolve o uso consciente da linguagem e de conceitos, sendo baseado na realidade. Na essência, o pensamento dirigido é comunicativo, um pensar para fora, para outro, com outros, por outros.

Já o pensamento não dirigido, por outro lado, emprega imagens, podendo ser metafórico, simbólico e imaginativo. O autor ressalta ainda que o pensamento de fantasia pode ser consciente, porém normalmente encaixa-se inconscientemente em seu funcionamento.

Este segundo pensamento é mais predominante em psicóticos e em crianças, neste caso, Jean – Louis que ao longo das sessões, denunciava através de desenhos o acontecera em sua relação com os pais, irmãos e amigos.

Analisando os desenhos, é possível identificar nos três, um clima de guerra; o desenho 1 Jean desenha tanques de guerra e um avião, ambos com o número do consultório do psicólogo, sendo possível identificar a confiança que Jean inconscientemente depositou neste, já que podemos entender que os tanques significam Jean indo à luta com a ajuda do terapeuta. O menino desenha ainda uma nuvem, porém risca e diz ser coisa de meninas.

                Jean – Louis, algumas vezes cita sua relação com meninas e com sua mãe. Esta última que deve ser olhada atentamente, já que em uma das conversas com o terapeuta, em um lapso troca a idade da criança, de 8 para 15, sendo que anteriormente diz ter aprendido na faculdade que os hemofílicos não passam dos 15 anos de idade.

                Percebe-se que a mãe de Jean-Louis pode ser identificada como sua sombra uma vez que burlar o sistema seria realizar o desejo que esta tem em relação a sua morte. É possível identificar ainda que a frustração que ele olha em sua mãe é uma projeção. Para Jung, (2009) a sombra como um sistema imunológico psíquico que define o que é do indivíduo e o que não é eu. O autor cita ainda que a sombra é uma personalidade inferior, porém contem seus próprios conteúdos, ideias, imagens e julgamentos de valor, podendo ser semelhantes aos da personalidade consciente. Em 1945, (REFERENCIA) o define sombra de maneira bastante clara dizendo que é “a coisa que uma pessoa não tem o desejo de ser”

                Ainda na relação de Jean-Louis com sua mãe, percebe-se que para ele, o arquétipo materno e ânima estão misturados.

O arquétipo materno representa o cuidado, o acolhimento, o fraterno. Para Jung (1934), arquétipo significa um conceito formal, que é preenchido com ideias, temas e vivências. A forma pode ser herdada, o conteúdo não, pois depende de mudanças históricas e ambientais, sendo sempre determinado pelo indivíduo. O autor cita ainda que na figura da mãe, a imagem varia conforme a experiência individual, onde a predominância, aparentemente, parece ser a da mãe pessoal. Não obstante, é do arquétipo projetado na mãe pessoal que surgem os efeitos positivos ou negativos que se refletem nesta.

 Já a ânima está relacionada a mulher como símbolo de desejo. Jung (1921/1991) define que esta tem a função de relação do homem com sua própria feminilidade, seus sentimentos, que são delineados tanto por experiência arquetípica quanto pela vivência pessoal que ele tem com o feminino.

No caso de Jean-Louis, é possível identificar que sua relação com o feminino não lhe é favorável, já que algumas vezes a criança menciona seu medo de rodelas, de que essas são destruidoras. Essas “rodelas” podem ser uma salva vidas que impulsionem ao desenvolvimento do ego, como podem ser imobilizadores, não o deixando evoluir, como é o caso do menino, não favorecendo seu processo de individuação.

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