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Estudo Crítico: O Filme Perfume – A História de um assassino

Por:   •  23/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.151 Palavras (5 Páginas)  •  241 Visualizações

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O Filme “Perfume – a história de um assassino”, que narra à história de um homem, Jean-Baptiste, um então aprendiz de perfumista, que tem um olfato apuradíssimo, busca durante sua vida encontrar a fórmula do perfume perfeito, mesmo que para isso tenha que matar mulheres para descobrir seu cheiro.

No início do filme Jean-Baptiste é abandonado pela mãe ainda criança, o que pode ser caracterizado como desamparado que segundo a teoria de Sartre, ele teve que escolher a vida e seu destino, sem nenhum apoio ou orientação de outrem.

Depois de muitos acontecimentos em sua vida, de muito aprendizado com um perfumista, ele escolheu parti para Grasse, no interior do país, para aprender a técnica da odorização, e com isso adquirindo a liberdade.  Ao se afastar da cidade, ele sentia-se mais longe da humanidade e mais próximo a solidão. Sartre afirma que os indivíduos são livres para viver sua própria vida de acordo com suas próprias escolhas, ou seja, é através da liberdade que o homem escolhe o que há de ser, escolhe sua essência e busca realizá-la e é essa escolha que faz com que as alternativas se defronte e constitua a sua essência.

Sartre (2015) ainda fala que a liberdade é fundamento de todas as essências, posto que o homem desvela as essências intramundanas ao transcender  o  mundo rumo às suas possibilidades próprias, assim a liberdade é a condição primordial da ação, e ela é sempre intencional. Jean-Baptiste, sabia, com efeito, o que fazia, ou seja, todos os seus assassinatos foram categoricamente intencionais, suas atitudes sempre foram carregadas de grandes intenções ao buscar colocar em prática seu desejo obsessivo em fazer o melhor perfume do mundo.

O protagonista do filme teve a liberdade de escolher a construção de sua história, e que com essa possibilidade de fazer suas escolhas despertava uma grande angústia, que se dava na busca incessante pela a composição da sinfonia de aromas que para ele só seria possível se ele assassinasse as 12 jovens, o que assim podemos frisar a significação para Sartre (2015) da frase “estou condenado a ser livre?”, onde ele afirmava que significa que não somos livres para deixar de ser livres. Portanto ter consciência dessa condição de ser livre, de poder escolher o seu próprio caminho, sua própria história, assumir a responsabilidades por nossos atos são fatores que geram a angústia e muitos fogem dessa condição de angústia e optam por não escolher.  

Referente a angústia que Jean-Baptiste sentia, pode-se elencar que  Sartre (2015) considerava reconhecimento de uma possibilidade como minha possibilidade, ou seja, constitui-se quando a consciência se vê cortada de sua essência pelo nada ou separada do futuro por sua própria liberdade.  Portanto é na angustia que o homem toma consciência de sua liberdade, que capta ao mesmo tempo como totalmente livre e não podendo evitar que o sentido do mundo provenha de si. Assim liberdade implica em responsabilidade, e se responsabilizar por minhas escolhas é o fator que faz com que o ser se angustie. Vale ressaltar que Sartre (2015) distingue a angústia do medo porque medo é medo dos seres do mundo, e angústia é angústia diante de mim mesmo.

Durante o percurso ao lugar que ele esperava conhecer novas técnicas para capturar essências, Jean-Baptiste, percebeu que ele mesmo não possuía cheiro, que a vida toda ele teria sido um ninguém para todo mundo, passando a sentir medo do esquecimento e isso para ele era como se não existisse.

Sartre considera a existência como fruto de nossas escolhas, e nos percebermos como seres livres, ao invés de determinados por uma essência prévia, sendo que essa  existência não é estática, ela se desenvolve e se transforma de acordo com as experiências e escolhas que fazemos, deste modo nossa identidade é continuamente criada e renovada. Cada pessoa desenvolve sua existência de acordo com suas experiências. Assim podemos enfatizar a frase de Jean-Paul Sartre: “O homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e só depois se define.”.

Jean-Baptiste em busca da sua existência, já que havia chegado a conclusão de que não existia,  continuou a viagem para mostrar ao mundo que ele era excepcional e convicto de que tudo daria certo, se estabeleceu rapidamente na nova cidade e deu início ao seu plano, a busca incessante pela composição da sinfonia de aromas.

Sartre considerava que o homem primeiramente existe, e durante o processo de sua existência, ele se torna e vai construindo a essência, ou seja, a existência precede a essência, sendo a essência é um construtor humano.

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