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FREUD E PSICOSE: OUVIR VOZES

Por:   •  22/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.268 Palavras (14 Páginas)  •  224 Visualizações

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FREUD E PSICOSE: OUVIR VOZES

Amanda Schastai[1]

Ingrid Goes[2]

Isabele Colman[3]

Thallys Luft[4]

RESUMO

O artigo foi desenvolvido a partir de uma revisão de literatura referente às duas últimas décadas, sobre o fenômeno psicótico com  enfoque no sintoma de ouvir vozes, a partir da Psicanálise de Freud e de seus seguidores fiéis em algumas abordagens. Com isso aprimoram-se os conhecimentos desse fenômeno,  trazendo discussões e reflexões posteriores das leituras e análises, sobre possíveis divergências e pontos importantes. Outro ponto é questionar sobre os conflitos internos do indivíduo que ouve vozes e o que esse fato pode causar na sua vida social, assim como a diferente receptividade de profissionais e familiares acerca desse tema. O estudo também busca acrescentar em pesquisas empíricas posteriores, o que irá possibilitar a chegar a novas conclusões a partir da maturidade experimental de outros indivíduos ouvintes.  As buscas foram realizadas no primeiro semestre do ano de 2018, por meio das  bases de dados Periódicos Eletrônicos em Psicologia (Pepsic);  Scientific Electronic Library Online (Scielo); Google Acadêmico; Revista Latino-Americana de Enfermagem. Utilizou-se as palavras chave Psicanálise; Psicose; Ouvir vozes. Os resultados indicaram as necessidades de realizar uma intervenção urgente no modo que a sociedade agrega esses ouvintes, desestruturar ideias sobre o pré-conceito no assunto e estimular a exploração em estudos do fenômeno de ouvir vozes.

Palavras-chave: Psicanálise; Psicose; Ouvir vozes.

  1. Introdução

        A subjetividade do ser humano é seu mundo interno e compõe-se por emoções, pensamentos e sentimentos. Por ser vertente do interior do sujeito, seu fundamento e essência derivam do seu próprio ponto de vista. Logo a subjetividade é influenciada por desejos e interesses particulares.

        Freud traz esses desejos da subjetividade como uma experiência à ser realizada. Quando há o descontrole psíquico, essa experiência deixa de pertencer ao campo das representações.

        Cada indivíduo é diferente do outro. Com isso, destaca-se a importância de que a sociedade deve buscar entender as experiências dos seus seres, fazendo-os interagir entre si. Entendendo, analisando e estudando, não apenas tratando o fato como patologia. Todos os seres humanos possuem uma história no mundo, a qual dependendo da sua intensidade, deveria ser ouvida para o bem de quem vivencia e para todos aqueles que estão à sua volta.

        Quando as experiências vividas pelo indivíduo deixam de pertencer ao ambiente de representação, sua interação com a realidade diminui, onde surge a possibilidade de desencadear vários problemas dentro da sua personalidade. Reflete diretamente na sua vida, na sociabilidade, mente e físico.

        Traz-se então fatores de risco, como pensamentos confusos, delírios, alucinações, alterações nos sentimentos, comportamento alterado… Dentre esses fatores estão as vozes. Sussurros, chamados, músicas, anúncios, brigas, terror, uma total exposição de sentimentos nessas falas que passam a ser presentes na vida do indivíduo. Algo interno, não do físico, mas da mente.

Presente em diferentes frequências, intensidades e sentimentos. O indivíduo não reconhece mais essas vozes como sendo parte da sua própria personalidade. De imediato vem a carga emocional pela qual ele passa. Dúvidas e novos pensamentos passam a ser constantes em sua vida.

Ouvir vozes acontece em todas as culturas. No passado era um fato comum e aceito pela sociedade, principalmente se tratando que elas eram vistas como palavras de deuses da mitologia grega, onde estavam suas crenças. Até meados do século XVIII as vozes eram atreladas a manifestações sobrenaturais e divinas, então, a maioria dos casos não eram considerados patológicos. As vozes eram aceitas como parte da natureza humana, uma vez que, se mantivessem discretas e privadas.

Com o avançar da ciência e da tecnologia pode-se fazer muitos estudos voltados para isso, entretanto, ainda há um grande equívoco quando tratamos de assuntos como esse, pois o preconceito e julgamento inicial direcionados à pessoas que “ouvem vozes” é bastante presente nas culturas, afetando diretamente em como este tema será recebido e tratado dentro da sociedade em que o indivíduo que ouve está inserido.

A partir da análise dos materiais com a reflexão da sociedade atual, nota-se o grande conhecimento sobre os motivos pelos quais o indivíduo começam a manifestar essa psicose, porém, ainda há uma grande lacuna sobre o tratamento, julgamentos ou aceitação desse fato. Uma grande questão sobre como o indivíduo que possui essa manifestação sofre pela falta do autoconhecimento.

A infelicidade, insegurança, sentimentos de pavor sobre o futuro, medo de fracasso ou até mesmo um ato fracassado, podem ser desencadeadores de complexos, os quais se refletem inevitavelmente na vida do indivíduo que passa por tais situações. Tais conflitos, sofrimentos, podem desencadear a perda de contato com a realidade, por alucinações, alterações de personalidade, desordem de pensamento, dificuldade na interação social pelos comportamentos incomuns, enfim, trazendo uma condição anormal para a mente.

A psicose para a psicanálise, se dá pelo funcionamento psíquico que dá obediência à uma rejeição primordial. Perde pensamentos próprios e ideias, e os que se formulam, passam a ser desconhecidos de própria autoria.

A intensidade de psicose que o indivíduo enfrenta está relacionado com o nível de perda de contato com a realidade que ele possui.

Logo nota-se então que o fato em si de ouvir vozes é conhecido mundialmente e estudado até hoje. Mas algo importante e relevante para esses estudos é a progressão disso, a maneira de como tem início e como os ouvintes interpretam essas vozes. Correlacionando as vozes ouvidas com a maneira de interpretação, obtêm-se resultados que podem vir a auxiliar o indivíduo em sua própria vida, uma vez que as vozes são manifestações dos seus próprias estados emocionais.

Levanta-se outra questão a partir da análise dos trabalhos e teorias conhecidas: o indivíduo ouvinte, que sofre dessa psicose, deve olhar para o fato como uma experiência para a vida ou como um sintoma?  Cada manifestação traz emoções mal resolvidas, memórias de traumas sexuais ou abusos, raiva, vergonha, baixa autoestima, culpa, entre outros. As vozes tomam lugar das dores e dão palavras à elas.

2. Metodologia 

A Metodologia utilizada nesse artigo é a de uma revisão de literatura, ou seja, por meio da leitura de diversos artigos, e através da análise e coleta de informações busca-se discutir a cerca o fenômeno de ouvir vozes e os tópicos que o cercam, como preconceitos, julgamentos, tratamentos equivocados e outros. Para isto utiliza-se também bases teóricas, livros, e relatos com embasamento científico de próprios profissionais da área da Psicologia.

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