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Fenomenologia - Filme Minha Vida sem Mim

Por:   •  31/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.213 Palavras (9 Páginas)  •  850 Visualizações

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FICHA TÉCNICA – FILME MINHA VIDA SEM MIM

Filme: Minha Vida Sem Mim.

Título Original: My Life Withot Me.

Baseado em romance de Nancy Kincaid

Site Oficial: http://www.sonyclassics.com/mylifewithoutme/

Gênero: Drama.

Duração: 106 min.

Ano de Lançamento: 2003.

Origem: Canadá/Espanha.

Direção: Isabel Coixet.

Direção de Produção: Esther García e Gordon McLennan.

Roteiro: Isabel Coixet e Isabel Coixet.

Fotografia: Jean-Claude Larrieu.

Trilha Sonora: Jean-Claude Larrieu.

Elenco: Alfred Molina (Ann's Father), Amanda Plummer (Laurie), Camille Martinez (Camille Martínez), Deborah Harry (Mãe da Ann), Jessica Amlee (Penny), Julian Richings (Dr. Thompson), Kenya Jo Kennedy (Patsy), Leonor Watling (Vizinho de Ann), Maria de Medeiros (Cabeleeira), Mark Ruffalo (Lee), Sarah Polley (Ann), Scott Speedman (Don) e Sonja Bennett (Sarah).

Estúdio e Distribuição: El Deseo S.A.

ANÁLISE FENOMENOLÓGICA DO FILME

Tomando como ponto de partida a análise fenomenológica das diferentes modalidades do ser no mundo, a protagonista como Dasein, tem abertura de compreensão no momento em que se vê diante da morte, diagnosticada com câncer em metástase. Ann vive de forma imprópria e impessoal, até que começa a passar mal e percebe que não tinha sonhos, que levava uma vida de forma automática onde as coisas foram simplesmente acontecendo e ela foi aceitando sem dar lugar as suas vontades, sem se questionar ou mesmo entender e analisar as coisas que aconteciam em sua vida, deixou as coisas acontecerem e quando se deu conta, descobriu que não gostava da forma que vivia, sendo assim Ann começa fazer uma análise de sua vida, recordando tudo o que viveu e como permitiu que as coisas simplesmente acontececem, como não foi dona de sua própria vida.

A relação que possui com a mãe é fria e distante, existe uma tolerância entre elas. Ann vive em um trailer no quintal da casa da mãe. Sua mãe é uma pessoa amarga e triste, desde que seu marido foi preso, vivendo também uma vida imprópria, trabalhando em um local que não gosta, fuma muito e é visivelmente uma pessoa infeliz e descontente com a vida que leva. Ann não vê o pai a muitos anos, desde que foi preso e nem tem noticias do dele. Possui uma relação de conformismo como marido, ele é carinho com ela e com as filhas, mas foi seu primeiro e único relacionamento, logo ficou grávida e pensa como seria se relacionar com outros homens, seu marido é atrapalhado e vive desempregado, também é muito jovem.

Quando Ann passa mal a primeira vez e desmaia, ela está sozinha em casa e é encontrada por sua mãe, após alguns exames, quando Ann recebe a notícia de que está com um tumor, a principio ela fica anestesiada, sem qualquer reação, começa então a pedir informações ao médico sobre quanto tempo possui de vida e aos poucos vai se dando conta de sua nova realidade e de quem lhe resta pouco tempo, Ann então percebe que o médico não está sentado à sua frente, mas ao lado e o questiona, ele então sai do seu impessoal e confessa a dificuldade que possui em dar esse tipo de noticia aos seus pacientes. Após a conversa com o médoco Ann começa então tentar entender porque está doente, porque isso foi acontecer com ela, já que em sua mente, ela leva uma vida regrada, apesar de cansativa, começa então a comparar sua vida com a de pessoas próximas, diz que não fuma como sua mãe, nem bebe como seu pai e nem usa drogas. Passa então pela cabeça a fuga de experimentar todas as drogas e bebidas que existem, mas percebe que seria apenas mais uma ilusão, como foi sua vida até aquele momento.

Há insegurança do existente diante do nada e o sentimento de sua situação original, a mostra que foi lançada no mundo para morrer, ou seja, a angustia existencial a aproxima do ser para morte, sendo o conceito de intencionalidade essencial na fenomenologia é pela própria consciência intencional e voltada para o mundo, que diante do fato de ter pouco tempo de vida, Ann deixa de existir de modo impróprio e de forma impessoal e passa a se dispor a fazer o que sente vontade. Torna-se ciente de que apenas viveu no tempo cronológico e agora passa a acessar o mundo por sua experiência, de forma singular, buscando viver o tempo Kairós.

Convencida então de que lhe resta pouco tempo de vida e que viveu de forma imprópria, Ann decide fazer uma lista de tudo o que quer fazer antes de morrer, coisas estas que não teve coragem de fazer antes ou nem mesmo percebeu que queria fazer, começando assim a se apropriar de sua história. Determina então tudo o que sempre quis fazer e começa a correr atrás de seus sonhos, mas com a perspectiva de como seria a vida "sem ela”, faz planos para ela e para a vida das filhas e do marido, como por exemplo, demonstrar mais o amor que sente pelas filhas e dizer todos os dias que as ama, arrumar uma nova esposa para o marido de quem as filhas gostem, falar o que realmente pensa, se permitir escolher como vai viver o tempo que lhe resta, experimentar novas possibilidades, se permitir ser, arrumar um amante para ver como é fazer sexo com outros homens, mudar a aparência com um novo corte de cabelo e colocar unhas postiças. Começa a questionar o mundo em que vive e em como queria que este mundo fosse, começa a refletir na forma como as vitrines das lojas são tão chamativas, em como a mídia manipula a opinião e dita regras, das comidas gordurosas e de diversos atrativos que a faziam se distanciar do seu verdadeiro ser e viver de forma impessoal, percebe então que quando a morte se aproxima essas coisas se tornam supérfluas e que não tem sentido viver essa realidade e que perdeu muito tempo sem perceber quem realmente ela era.

Quando conhece um homem na lavanderia, Lee, e este a trata de forma gentil e a ajuda, Ann após chegar em casa e ver que no meio de suas roupas este homem deixou um livro com o número de telefone, decide então se abrir a possibilidade de um relacionamento com ele. Sua condição de poder-ser como Daisen, proporciona a protagonista uma nova possibilidade de se constituir no mundo com os outros e consigo mesma, ocorre uma nova determinação do sentido do ser, servindo de exemplo a sua paixão por

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