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Grupos Operativos

Por:   •  24/8/2016  •  Resenha  •  1.638 Palavras (7 Páginas)  •  761 Visualizações

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Referente aos textos estudados em sala de aula da Regina Benevides, o pensamento do Foucault vai retomar uma linha filosófica que vai pensar o mundo não a partir de ideias transcendentais, mas sim através das forças, e toda força ela se transforma. A essência do ser humano é o pensamento e é isso que nos difere dos animais. A essência é uma ideia, e a essência não muda, é imutável, e o pensamento clássico permitiu o surgimento da cultura e o pensamento racional é o jogo do verdadeiro e falso.

Os simulacros são pessoas que não se encaixam no “modelo” e são desqualificados pelo sistema, como por exemplo, os presídios e manicômios. “Os simulacros eram os que mais perturbavam – no sentido de causar ruído, de não adequar ao preestabelecidos – o mundo platônico”. (Benevides, R, p. 41)

Para o pensamento Foucaultiano, o indivíduo é visto como identidade. O indivíduo é uma construção histórica, onde a cultura, o meio, atravessam essa formação identidária. Para Foucault, todas as experiências positivas ou negativas, são importantes para a constituição do indivíduo. O Estado para Foucault é formado por práticas políticas, judiciárias e prisionais. O Estado é físico e instaurado através de micropráticas de relações de poder, que constituem os indivíduos, contribuindo para a construção e formação desse indivíduo.

Os movimentos de massa no século XIX, é que a classe operária era alvo de controle e disciplina, assim como a finalidade de se protegerem, eles começaram a se organizar e se reunirem em cafés, para não levantar suspeitas, mas na verdade estavam organizando movimentos tomado de revoltas, se transformando em massa. Essa massa é desordenada, se deixando incitar facilmente não respondendo pelos seus atos. No século XIX, elas desempenharam papel fundamental no prisma de resistência, quando visto por um olhar Foucaultiano. Suas lutas resultaram em melhores condições de trabalho, de saúde e de salários. Movimentos de massa são as demandas “multidões”.

Freud, em "Psicologia de grupo e a análise do ego", mostra como o comportamento da massa se caracteriza pela dissolução da identidade de cada sujeito, ocorrida pela identificação horizontal entre seus participantes e uma identificação vertical com o líder, cuja figura é introjetada, ocupando o lugar do ideal do ego e do superego de cada um dos componentes da massa. A massa age como uma unidade viva, seguindo fielmente o líder, este vivenciado como uma figura paterna idealizada. Um exemplo é o filme “A Onda”, que um chefe autoritário e intimidador que impõe passividade e submissão a um grupo facilmente desencadeia os mecanismos da psicologia de massas. A situação se dá entre adolescentes, reconhecidamente mais vulneráveis do ponto de vista emocional, as experiências de Jane Elliot são ainda mais surpreendentes, pois envolvem adultos que, de forma voluntária, acorrem a um grupo de estudo e, diante de uma autoridade agressiva, assumem uma postura regressiva infantil.

Diante da massa, o indivíduo tem seu comportamento habitual modificado, decorrente da perda transitória de sua identidade. Assim, ele se isenta da responsabilidade pessoal, delegando as decisões ao grupo ou a seu líder, um representante da figura paterna ou materna a quem segue sem restrições e podem ser liberados impulsos agressivos e sexuais que jamais seriam veiculados se o sujeito estivesse sozinho, como acontecem nos estádios de futebol com as torcidas organizadas.

O trabalho de grupos operativos é baseado no processo de inter-relações, onde todos fazem parte, cada um como seu papel e sua contribuição para a aprendizagem do outro. Nesse trabalho em grupo também acontece a circulação dos papeis possibilitando uma maior aprendizagem e interação entre os indivíduos, e essa interação faz com que alguns mecanismos de sustentação dos grupos apareçam, como a liderança (pessoal ou institucional), normas, sansões e valores sociais. Esse grupo sempre se propõe a uma mudança, embora resista a ela e a medida que enfrenta os seus medos ele evolui na tarefa.

O grupo se une em torno de uma tarefa, que é compreendida em nível consciente, mas que também implica uma dimensão afetiva que existe no inconsciente do grupo. Assim, um nível de funcionamento do grupo é lógico e relacionado à tarefa e outro está envolvido com as emoções e a dinâmica psíquica do grupo, seus medos e fantasias. Os objetivos conscientes do grupo delimitam a sua tarefa externa. Mas ele também tem uma tarefa interna, que é trabalhar com os processos vividos, em nível consciente e inconsciente, que dificultam ou mesmo impedem a realização da tarefa externa.

Pichon-Riviere construiu seu pensamento e suas teorias a partir de uma concepção dialética da realidade. Seu pensamento contém um posicionamento político ideológico que assim vai surgindo um sujeito de uma realidade concreta, que pode ser transformado a partir de uma adaptação ativa, que está relacionada a ideia de mudança, transformação. Essa mudança só pode acontecer através da interação e comunicação entre o eu e o outro, entre o indivíduo e o grupo. Não há transformação sem diálogo, interação, troca de experiências. Todo grupo apresenta ambivalências, regressão, dispersão diante da constante demanda de sustentar seu processo e refletir sobre ele, que significa que ele tem de estar continuamente se reorganizando e se recriando e fazendo sempre uma revisão procurando a realização da tarefa, que Pichon-Riviere vai dizer que é a recuperação de uma imagem do grupo e dos seus objetivos.

A implicação não é uma questão de vontade de decisão consciente, vem da relação de transferência e contra transferência. Inclui uma análise dos sistemas de lugares, o assinalamento do lugar que ocupa, que busca ocupar e do que lhe é designado ocupar com os riscos que isso implica. A análise de implicação é colocar em análise a relação que temos com o outro. O analista começa a colocar em análise a sua relação com as coisas, problematizar o lugar que o próprio que o saber dita.

Na intervenção deve-se analisar as contradições e conflitos, e na análise as áreas do saber. O pesquisador problematiza os objetivos e suas respostas e é o sujeito da construção a partir do referencial de que o objeto é o efeito do ato pesquisa. O trabalho da análise institucional seria o de olhar para o que não é dito oficialmente, mas que é importante no dia a dia das instituições em que estamos.

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