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O Caso Clinico

Por:   •  22/12/2021  •  Resenha  •  3.743 Palavras (15 Páginas)  •  90 Visualizações

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4. KATHARINA... (FREUD) 18 anos

O caso Katharina tem um diferencial sobre os demais. Porque houve apenas um breve contato de Freud com a paciente, e um rápido diagnóstico. Aparentemente, isso ocorrem em uma única sessão

Freud diagnosticou o caso Katharina como crise de angústia com uma “aura” histérica. 

O caso é de 1890, o correu quando Freud fazia uma excursão de férias aos Hohe Tauernaaa ao subir uma montanha ele foi abordado por Katharina que o questionou se ele era médico e disse ter visto no livro de visitante.

Katharina diz ser doente dos nervos e fala já ter ido ao médico, mas não havia sido curada. Freud, interessa-se pelo caso porque achou interessante constatar que uma neurose tivesse florescido numa cidade, situada a mais de 2000 metros de altitude.

Freud questiona: “Do que você sofre então?”

Katharina começa a descrever seus sintomas, os descreve dizendo que acontecia de repente. Parecia que havia alguma coisa pressionando seus olhos, a cabeça ficava pesada, escutava um zumbido terrível, ficava tonta que quase chegava a cair, então alguma coisa lhe esmagava o peito que quase não consegue respirar. A garganta fica apertada como se fosse sufocar, sente marteladas fortes na cabeça. Ela acha que vai morrer, no dia que a crise acontecia não saí para lugar nenhum, e ficava achando que havia alguém atrás dela que ia agarra -lá de repente.

Freud faz seus questionamentos, perguntando se ela pensa em algo, sempre o mesmo, ou vê algo à sua frente, quando tem o ataque?”

Ela responde: “Sim, sempre vejo um rosto pavoroso que olha para mim assustadoramente, tenho medo dele então.”

Freud pergunta: “Você reconhece o rosto, quero dizer, é um rosto que você realmente viu alguma vez?”

Ela: “Não.”

Freud: “Você sabe de onde vêm seus ataques?”

Katharina: “Não.”

Até que Freud pergunta: “Quando os teve pela primeira vez?”

E ela começa a falar que o primeiro ataque aconteceu há dois anos, quando ainda estava com a tia na outra montanha.

Freud ainda se questiona se deveria fazer uma tentativa de análise? Na verdade, não me aventurava a transplantar a hipnose para essas alturas, mas talvez tivesse êxito com uma simples conversa. E precisava adivinhar acertadamente. Ele usou sua experiencia já que com bastante frequência identificava angústia, em moças mais jovens (virgens), quando pela primeira vez depara com o mundo da sexualidade.

Freud foi assertivo quando disse: “Se você não sabe, vou lhe dizer como penso que começou a ter seus ataques. Naquela época, há dois anos, você viu ou escutou algo que a incomodou muito, que você preferiria não ter visto”.

E ela fala que sim, que pegou o tio dela com a menina, com a Franziska, minha prima!”. E que agora os tios estão separados, porque foi por ela que as pessoas descobriram que ele estava com a Franziska.

A primeira cena traumática foi quando Katharina pela janela flagra o tio no quarto com Franziska e ele estava deitado em cima dela. Nesse momento ela sente a falta de ar que tem desde então; tudo fica escuro, os olhos fechavam com força e martelava e zumbia a cabeça.

Freud pergunta por que ficou tão assustada quando encontrou os dois juntos? Se entendeu algo então? Imaginou o que ali ocorria?”

Ela diz que não, que era nova, que só tinha dezesseis anos.

Freud pede para que ela se lembre do que ela sentiu no primeiro ataque, o que imaginou, ela diz que ficou apavorada e esqueceu tudo. (Traduzido na linguagem de nossa “Comunicação preliminar”, isto significa: o afeto cria por si mesmo o estado hipnoide, cujos produtos ficam então fora do tráfego associativo com o Eu-consciência.)

Katharina continua narrando que dois dias depois trabalhou o dia inteiro, e na segunda, bem cedo, tive de novo a vertigem e vomitei, fiquei na cama e vomitou três dias sem parar.”

Freud compara a sintomatologia histérica a uma escrita pictográfica que aprendemos a ler após descobrir alguns casos bilíngues. Nesse alfabeto, vomitar significa repugnância. Freud a questiona que ela tenha sentido repugnância no momento em que olhou para dentro do quarto. E ela afirma que sim, e Freud pergunta de quê e se ela tinha os visto nu, e ela disse que o quarto estava escuro demais.

Foi então que ela relatou outros dois episódios a dois, três anos antes do momento traumático. A primeira série incluía ocasiões em que o mesmo tio a assediou sexualmente, quando tinha apenas catorze anos de idade.  A primeira foi em uma excursão ao vale e lá pernoitaram o tio no salão, bebendo e jogando cartas; ela sentiu sono e foi mais cedo para o quarto. Não dormia ainda profundamente quando ele subiu; voltou a adormecer em seguida, despertou e “sentiu seu corpo” na cama. Ela pergunta ao tio o que ele estaria fazendo ali e ela responde: “Vamos, mocinha tola, fique calada, você não sabe como isso é bom”.

Ela responde: “Não gosto do seu ‘bom’, o tio desisti e adormece.

Pelo modo de defesa que relatou, parece que não reconheceu claramente o ataque como sexual. Depois, ao ser questionada se sabia o que ele pretendera com ela, respondeu: “Naquela época, não”, apenas muito mais tarde isso se tornou claro para ela. Havia resistido porque lhe desagradava ser perturbada durante o sono e “porque isso não convinha”. Freud relata minuciosamente esse incidente, pois ele possui grande significado para a compreensão de tudo que se seguiu. Katharina contou ainda outras vivências de uma época um tanto posterior: como teve que se defender dele mais uma vez numa hospedaria, quando estava completamente bêbado, e casos similares. Freud lhe pergunta se sentiu nesses episódios algo semelhante à posterior falta de ar, Katharina respondeu com segurança que todas as vezes que sentiu a pressão nos olhos e no peito, mas nem de longe tão forte como na cena da descoberta. Imediatamente após concluir essa série de lembranças, ela começou a relatar outra, relacionada a ocasiões em que se deu conta de algo entre o tio e Franziska. Relata ainda que certa vez, toda a família passou a noite com a roupa do corpo, no chão de um palheiro, e ela acordou de repente, por causa de um barulho; julgou notar que o tio, que estava deitado entre ela e Franziska, se afastava, e Franziska se deitava. Outra vez, pernoitaram numa estalagem do vilarejo, ela e o tio num quarto e Franziska em outro, ao lado. Durante a noite, ela despertou e viu à porta uma figura comprida e branca, prestes a baixar a maçaneta.

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