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O Comportamental na Prática Psiquiátrica

Por:   •  23/5/2018  •  Abstract  •  1.431 Palavras (6 Páginas)  •  199 Visualizações

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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA

Disciplina: Intervenções Clínicas Breves

Aluno: Francisca Cardoso Passos

Livro: Terapia Cognitiva – Comportamental na Prática Psiquiátrica

Autor: Paulo Knapp & colaboradores

Capitulo 8 - Principais técnicas

A terapia cognitiva (TC) efetiva envolve construir habilidades, e isso somente é conseguido pelo treinamento (Padesky e Greenberger, 1995). Tendo terapeuta e paciente concordado em uma lista de problemas e nas metas do tratamento, o objetivo da terapia cognitiva é identificar, examinar e modificar as cognições distorcidas ou disfuncionais em seus três níveis: primeiramente os pensamentos automáticos (PA), em seguida as crenças intermediárias e, por fim, as crenças nucleares ou esquemas.

Como sabemos, a mudança na cognição produz a mudança no comportamento, e vice-versa. Assim, as intervenções cognitivas visam promover alterações na cognição e, por conseguinte, no comportamento, e as técnicas comportamentais visam alterações no comportamento que levam as mudanças nas cognições.

Conforme Beck (1976) enfatiza, a terapia cognitiva não é definida pelas técnicas que são empregadas, mas pelo destaque que o terapeuta dá ao papel dos pensamentos na causa e na manutenção dos transtornos (Leahy e Holland, 2000).

O profissional deve ser um bom estrategista, que sabe como e para onde dirigir o processo terapêutico, sempre com base no desenvolvimento de um bom relacionamento terapêutico e fundamentado no método de questionamento socrático e na colaboração empírica - que guia o paciente para as descobertas e as mudanças.

Técnicas Cognitivas

São usadas para gerar também mudanças cognitivas. O capítulo está dividido em técnicas que primariamente produzem mudanças na cognição e aquelas que primariamente produzem mudanças no comportamento.

Pensamentos automáticos

 Os pensamentos automáticos usualmente são o primeiro tipo de cognição que o paciente aprende a identificar, com o intuito posteriormente avaliar sua validade e / ou utilidade e corrigí - los. Pensamentos automáticos estão na borda da consciência e são parte tão integrante da visão que o paciente tem de si e do mundo que a ele não parecem distorcidos ou problemáticos, afigurando-se completamente plausíveis.

Quanto à validade e à utilidade, os PA podem ser categorizados em (J. Beck, 1995):

  1. Distorcidos e que ocorrem apesar das evidências em contrário.
  2. Acurados, mas com conclusão distorcida.
  3. Acurados, mas disfuncionais.

Para evocar e identificar os pensamentos automáticos pode-se usar as técnicas citadas a seguir.

Perguntar diretamente os pensamentos

Durante a sessão, à medida que vai relatando acontecimentos, o paciente pode apresentar uma variedade de emoções, influenciadas ou decorrentes de seus pensamentos. Os pensamentos que denotam intensa carga emocional foram intituladas por Padesky (1994) de “cognições quentes”.  Para a autora, deve se questionar diretamente esses pensamentos com mais ímpeto afetivo, pois assim pode trazer maiores possibilidades terapêuticas.

A maneira mais prática de trazer os PA é perguntar diretamente ao paciente o que ele está pensando naquele exato momento, essa é uma pergunta padrão na terapia cognitiva, o que está passando pelo seu pensamento? Ou, o que ele pensou no momento imediatamente anterior a algumas mudanças de humor ocorridas durante a sessão.

  • Foco nas emoções;
  • Foco nas situações;
  • Recriação de situação vivenciada pelo paciente;
  • Role – play do que foi vivenciado;
  • Utilização de uma imagem que passou pela cabeça ou  que melhor descreve o pensamento

*Conversão de incerteza em possibilidade

*Conversão de pergunta em afirmações

Descoberta guiada – busca de significados

A descoberta guiada por meio do questionamento socrático é uma das pedras angulares da terapia cognitiva (Padesky e Greenberger, 1995), tem por objetivo trazer informações à consciência do paciente, correlacionando o PA à consequente emoção e comportamento.

Análise A – B – C

Esse modelo de Albert Ellis (1962) tem sido usado amplamente, tanto para explicar e familiarizar o paciente com o modelo cognitivo como para ajuda-lo a identificar as cognições que intermedeiam a situação e suas resultantes emoções e comportamentos.

O “A” refere-se aos eventos ativadores, também chamados de situações ativadoras.

O “B” refere-se a crenças, mas abrange qualquer nível de cognição: pensamentos automáticos, pressupostos ou esquemas. São todas e quaisquer ideias, conceitos, avaliações, etc. que o paciente faz sobre si mesmo e das outras pessoas.

O “C” são as consequências (ou reações); derivadas ou influenciadas pelos pensamentos, as consequências podem ser de três tipos: emocionais comportamentais e físicas.

As pessoas têm quase inumeráveis crenças Bs – ou cognições, pensamentos ou ideias- acerca dos eventos (Ativadoras- As). Estes Bs influenciam de forma direta suas consequências (Cs), emocionais, comportamentais e físicas.

Essa é uma das primeiras tarefas fora das sessões, exercitando a distinção e a identificação de situações que acionam  pensamentos que geram reações emocionais, comportamentais e físicas.

Para examinar e modificar os pensamentos automáticos, os pacientes são ensinados a avaliar seus pensamentos não como fatos, mas como hipóteses a serem comprovadas ou contestadas. Paciente e terapeuta trabalham em conjunto para buscarem os fatos: é o empirismo colaborativo. Ao incentivar o paciente a gerar respostas alternativas e adaptativas às suas cognições distorcidas, espera-se uma melhora de humor e uma maior desenvoltura para a solução dos problemas.

Para que a avaliação realista dos eventos aconteça, é fundamental que o paciente aprenda a desenvolver um distanciamento de seu problema. Ele deve olhar “de fora”, como se fosse outra pessoa avaliando seus pensamentos e comportamentos.

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