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O Mágico Jogo de Areia em Pesquisa

Por:   •  25/3/2021  •  Resenha  •  1.398 Palavras (6 Páginas)  •  132 Visualizações

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Centro Universitário de Anápolis – UniEVANGÉLICA

Aluna: Nathália Barros

RESUMO: O MÁGICO JOGO DE AREIA EM PESQUISA

Jogo de Areia e a sua Fundamentação Junguiana

O Jogo de Areia, como “método psicoterapêutico”, foi criado por Dora Maria Kalff, inspirada na técnica psicológica criada por Margaret Lowenfeld, simultaneamente a Melanie Klein introduziu o brinquedo na análise com crianças.  O método criado por Kalff, consiste em utilizar duas caixas preenchidas com areia e miniaturas representativas (animais, pessoas, moradias, meios de transporte etc.). A criança ou o adulto, é convidado a escolher uma das caixas e na caixa que for escolhida, ele deverá construir, com as miniaturas que ele escolher, um cenário.  A diferença entre as duas caixas, é que em uma delas ele poderá acrescentar água a vontade, assim irá trabalhar de forma mais lúdica, emocionalmente mais regredida e com mais plasticidade. No padrão proposto por Kalff, é essencial que seja dada a opção de duas caixas, especialmente porque a inclusão ou não de água na elaboração do cenário poderá ter características simbólicas importantes no processo. Kalff também diz que a areia, por si só já é lúdica e convidaria à modelagem de formas ou cenas.

O psicoterapeuta irá observar a criação, mas não irá intervir. O cenário que foi criado deverá permanecer na caixa, a fim de ser fotografada pelo terapeuta ao fim da sessão, sem a presença do cliente. Após uma sequência de cenários construídos, o terapeuta e o cliente irão observar a série de fotografias. Nesse momento o terapeuta pode ou não fazer interpretações. Kalff (1980) definiu, assim, o Jogo de Areia: ele “não é apenas um método de terapia, mas um meio ativo através do qual os conteúdos da imaginação são feitos reais e visíveis” O método de Kalff foi desenvolvido com base no pressuposto de que, quando o cliente começa a brincar ou construir cenários em intervalos regulares, poderia observar, também, o início de um processo de desenvolvimento psicológico, guiado por uma totalidade inconsciente.

O Jogo de Areia e sua Expansão Clínica

Desde sua idealização, no final da década de 50, o Jogo da Areia é divulgado e desenvolvido por meio da publicação de estudos em muitos países, especialmente nos EUA e Japão. Esses estudos se fundamentam, principalmente, na descrição de casos clínicos, ou análises dos símbolos presentes nos diferentes processos clínicos. Registram-se estudos normativos que investigam tipos de construções de cenários feitos por certos grupos, procurando ligações que levem ao estabelecimento de padrões de referências.

O uso do Jogo de Areia em serviços públicos de saúde já é discutido e aplicado, como ocorre na Itália, em serviços de proteção aos abusos na infância, em hospitais para crianças com câncer e em instituições psiquiátricas. No Brasil, a extensão de interesses sociais, requer da Psicologia Clínica formas de aplicação especificas, mais abrangentes e menos elitistas. A experiencia com o Jogo de Areia permite especulas acerca de sua possível adaptação a esta demanda.

Com características e objetivos bem específicos, o uso da caixa de areia nestes estudos difere daquele proposto por Kalff (1980) como método psicoterapêutico, mas expande o âmbito de atuação do Jogo de Areia. Vieira (1998) utiliza-se da caixa de areia como material lúdico em estudos sobre a capacidade da criança em expressar sua subjetividade. Gimenez (1998) apresentou a caixa de areia como técnica facilitadora de integração de processos simbólicos e Zimmermann (1996) como instrumento facilitador para a orientação profissional. Outros estudos brasileiros como o estudo promovido pelo grupo de alunos da Faculdade de Psicologia da Universidade Mackenzie, pesquisaram a possibilidade de adaptação do Jogo de Areia na clínica-escola.

Pesquisa Científica com e sobre o Jogo de Areia

Ao se admitir a necessidade de que mais pesquisas sejam realizadas com o Jogo de Areia, deve-se levar em conta que interesses menores não se devem sobrepor à diversidade de demandas internacionais e à especificidade das demandas nacionais sendo fundamental que sejam levados em consideração distintas características dos contextos sociais e políticos em que essas pesquisas serão realizadas. Também é importante distinguir quais pesquisas seriam realizadas com o Jogo de Areia e sobre o Jogo de Areia. É desejável que o Jogo de Areia, diferente do que vem sendo feito, também deveria se prestar a ser objeto de pesquisa.

Pesquisas com o Jogo de Areia tem enfatizado suas eficientes propriedades terapêuticas, mas em geral isentam de explicar fenômenos clínicos ou mecanismos psicológicos com um rigor metodológico que lhes ofereça credibilidade. Poderia se desenvolver uma metodologia de investigação que especifique a validade do Jogo de Areia, com generalizações rigorosas ou transferibilidades partilháveis que pudessem tirá-lo do pejorativo lugar de “miraculoso” ou “mágico. Transferibilidade de resultados de um estudo é a possibilidade de utilizar os resultados posteriormente em situações semelhantes, respeitando as diferenças de novos contextos.

Possibilidade de Expansão de pesquisa científica com o Jogo de Areia

No âmbito da pesquisa cientifica em Psicologia clínica, apresentam-se diversas questões sobre os aspectos intrínsecos da relação que se estabelece com o objeto de estudo. Assim como outras abordagens psicoterapêuticas psicodinâmicas, a investigação na Psicologia junguiana permite que se adote uma abordagem qualitativa de pesquisa em que fenômenos ou fatos clínicos sejam descritos. Esta abordagem, permite que se discutam aspectos subjetivos da atividade clínica que tendem a se repetir em diferentes processos, preservando singularidades e especificidades.

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