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Piaget e vygotsky

Por:   •  18/9/2015  •  Relatório de pesquisa  •  2.258 Palavras (10 Páginas)  •  660 Visualizações

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Aula 06 Piaget e Vygotsky: aproximações e distanciamentos

Ao acompanhar o crescimento e desenvolvimento social e psicológico das crianças é possível perceber o quanto elas evoluem a medida que o tempo passa, como aprendem a construir relações afetivas e sociais de distintas formas com adultos e com outras crianças. Ao acompanhar mais de perto este processo é possível perceber que as crianças desenvolvem desde cedo pensamentos por si mesmas pois ainda bebês já fazem escolhas, decidem sozinhas quais brinquedos consideram mais interessantes, esboçam reações de alegria ou tristeza ao escutar a voz de pessoas que conhecem, acham graça de determinadas ações ou objetos que as estimule. A compreensão de que o desenvolvimento humano, o raciocínio e o aprendizado dependem de elementos tanto biológicos quanto sociais é a base de investigação deste tema. Hoje você tem uma compreensão sobre o desenvolvimento humano muito diferente das gerações que o antecederam e isto se deve ao legado deixado por teóricos da psicologia como Jean Piaget e Lev Semenovitch Vygotsky. Neste tema você terá a oportunidade de acompanhar as aproximações e distanciamentos existentes entre as teorias desenvolvidas por estes dois psicólogo

Piaget e Vygotsky: Aproximações e Distanciamentos Considerando a longa história da sociedade ocidental é possível afirmar que até bem pouco tempo se acreditava que o cérebro infantil funcionava como o dos adultos e a única distinção entre eles era o tamanho de seus corpos. As concepções inatistas que reconheciam elementos como tempo, espaço, quantidade e até mesmo princípios morais como inerentes a condição humana foram questionados por teóricos como Jean Piaget, Alexis Nikolaevich Leontiev, Alexander Romanovich Luria, Lev Semenovitch Vygotsky e Henri Wallon, durante grande parte do século XX. Estes teóricos se opunham tanto ao inatismo que pressupõe conteúdos mentais inerentes ao ser humano desde o nascimento, quanto ao empirismo, que parte da premissa de que o conhecimento evolui a partir da experiência que o sujeito vai acumulando, como uma espécie de determinismo ambiental. Embora tenham levantado hipóteses distintas para o desenvolvimento psicológico humano, estes autores reconhecem que a aprendizagem ocorre a partir de uma interação entre o sujeito e o ambiente, portanto, são chamados de interacionistas. Ao questionar estas concepções, Piaget sugeria que os processos mentais da criança, são substancialmente diferentes dos processos mentais dos adultos. Sua suspeita se tornou alvo de intensa investigação científica, na busca da resposta para a seguinte pergunta: como se dá o processo de evolução da inteligência humana? Inicialmente Piaget pressupôs que o desenvolvimento humano, especialmente das crianças era afetado por fatores sociais como a linguagem e o contato com outros indivíduos. Em suas observações percebeu que os bebês têm movimentos corporais limitados, basicamente chorar e sugar, mas logo passam a agir com os elementos que estão a sua volta, como os brinquedos por exemplo. Desta análise Piaget concluiu que a ação, e não a interação social, provoca o raciocínio neste estágio. Os estudos de Piaget partem do princípio de que desenvolvimento de crianças e adolescentes se caracteriza pela sucessão de estruturas mentais diferentes, cada uma delas regida por leis próprias e caracterizando um modelo de compreensão da realidade que inclui percepção, pensamento, linguagem, e afetividade. Uma estrutura mental simples constitui, sempre, a base ou infraestrutura de estruturas mais complexas, portanto o desenvolvimento cognitivo é marcado por um processo de sucessivos esquemas mentais (GOULART, 2012). O sistema piagetiano é estruturalista e também é conhecido como construtivista dialético. Seus estudos demonstraram que a criança exerce controle sobre a obtenção e organização de sua experiência do mundo exterior. Ainda bebê a criança tem a capacidade de decidir pelas ações que a levam a explorar o mundo ao seu redor, ela acompanha o entorno com os olhos, decide quais objetos quer tocar e brincar, agarra, solta, empurra, cheira os objetos e os leva a boca. Estas ações que integram a corriqueira exploração do mundo aos poucos se estrutura em esquemas psíquicos ou modelos elaborados pela criança. Os esquemas simples se organizam e se integram a outros esquemas que estruturam o desenvolvimento psicológico da criança em maior complexidade. O conhecimento é adquirido de forma dialética, ou seja, integrado com o ambiente. Os conceitos de adaptação, assimilação e acomodação propostos por Piaget ajudam a explicar o caráter dialético da construção do conhecimento. Por exemplo quando uma pessoa faz uma leitura textual ela assimila a compreensão das palavras, das frases, dos parágrafos e do texto como um todo a partir do que conhece sobre o assunto, ao mesmo tempo em que procura organizar o próprio conhecimento sobre o assunto em um processo de acomodação.

Uma estrutura é um sistema de transformação, que comporta leis ou propriedade de totalidade (por oposição às propriedades dos elementos), e que se conserva ou enriquece pelo próprio jogo das transformações sem que estas conduzam para fora de suas fronteiras ou façam apelo a elementos exteriores. Uma estrutura compreende características de totalidade, de transformação e de autorregulação”. (PIAGET, 1970 apud GOULART 2012, p. 16). Os termos assimilação, acomodação e adaptação que Piaget adota da biologia servem para explicar a inteligência como um processo biologicamente orientado, que envolve uma combinação da utilização de capacidades previamente aprendidas (assimilação) e da modificação do comportamento quando necessário (acomodação). O equilíbrio ideal entre esses processos constitui o comportamento maximamente adaptativo. (LEFRANÇOIS, 2013). Ainda jovem Piaget trabalhou com os psicólogos Theodore Simon e Alfred Binet que utilizavam questionários estruturados como testes para medir o nível de inteligência das crianças. Ao aplicar estes questionários Piaget percebeu que a resposta das crianças eram mais importantes do que a ordem das perguntas e sob esta perspectiva analisava as respostas fornecidas para a partir delas submeter as crianças a outras perguntas. Este método clínico também foi aplicado em suas três filhas que tiveram todas as fases de desenvolvimento criteriosamente analisadas por seu pai. Em seus estudos Piaget defendia que o desenvolvimento das funções de conhecimento, de representação e das funções afetivas é marcado por períodos bem delineados. O modelo de Piaget é uma teoria de estágios de desenvolvimento. Para ele existem quatro fases que envolvem o desenvolvimento da inteligência humana, e cada uma delas é marcada por representações mentais que orientam a forma

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