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Pinóquio As Avessas Através Das Abordagens Tradicional, Humanista, Comportamental

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Por:   •  9/11/2014  •  2.959 Palavras (12 Páginas)  •  16.171 Visualizações

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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho teve como objetivo analisar a abordagem caracterizada pelo livro Pinóquio as avessas, fazendo uma reflexão critica dentro das teorias humanista, comportamental e tradicional. O presente trabalho apresenta os conceitos usados nas definições das teorias de ensino. As três teorias abordadas são modelos pedagógicos e cada uma delas com metodologias de ensino diferentes uma das outras.

I – “Pinóquio às avessas”: uma síntese

O trabalho propõe a analise do livro Pinóquio as Avessas do autor Rubem Alves, onde são discutidas as abordagens tradicional, comportamental e humanista. O que nos faz buscar uma comparação, por meio da leitura, se as teorias psicológicas sobre a educação condizem com a realidade da abordagem proposta no livro, das quais nos ajudariam a analisar o estudo e estipular qual é a melhor forma de ensino para que haja uma aprendizagem e conhecimento do aluno. Dentre as várias abordagens, a mais presente prescrita no livro é a tradicional, a qual o autor faz uma crítica, por ser uma prática onde o aluno é o receptor e o professor o detentor de todo conhecimento. O autor da ênfase a busca de uma educação "humanista" onde o aluno é valorizado, como único e cheio de potencial. Assim, no livro Pinóquio as Avessas terá a estória de Felipe o menino que através da abordagem tradicional teve toda sua vida acadêmica voltada pelo plano já determinado sistema educacional onde se tornando um adulto bem sucedido, porem infeliz.

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II – Articulação com as abordagens Tradicional, Comportamental e Humanista da relação ensino-aprendizagem.

ABORDAGEM HUMANISTA

Segundo a abordagem humanista o ensino é centrado no aluno. O professor em si não transmite o conteúdo, dá assistência, sendo assim um facilitador de aprendizagem. O conteúdo vem das próprias experiências dos alunos. Pois o aluno é um ser único, e o mundo que o rodeia faz parte do seu processo de aprendizagem, cada pessoa tem uma visão diferente de mundo e está em processo continuo de descoberta de si próprio. A experiência pessoal é o fundamento sobre o qual o conhecimento abstrato é construído. Um trecho do livro que representa bem esse tema diz o seguinte: Felipe era muito curioso. Curiosidade é uma coceira que dá dentro da cabeça, no lugar onde moram os pensamentos. A curiosidade aparece quando os olhos começam a fazer perguntas, os olhos das crianças são sempre curiosos. Elas querem ver o que está escondido. Querem saber o que está por detrás das coisas. Não existe nenhum modelo pronto ou regra a seguir, mas sim um processo cujo objetivo final é a auto realização ou uso pleno de suas potencialidades e capacidades. É possível observar claramente no livro Pinóquio às avessas, que Felipe era uma criança muito ativa e curiosa com o mundo que o rodeava, Tinha um potencial enorme, que segundo a abordagem humanista se explorado poderia fazer com que ele tivesse um processo de aprendizagem menos doloroso e mais agradável usando do conhecimento que lhe era familiar e não aquele que lhe fora imposto. Na concepção de homem partimos do pressuposto de que a pessoa pode desenvolver-se e crescer, ou seja, o homem está em um constante processo de atualização.

Numa visão de mundo, em cada um de nós existe uma consciência autônoma que nos permite opinar e dar significado as coisas, o papel da educação seria criar condições para que essa consciência seja preservada e possa crescer. No livro o pequeno Felipe chegou à escola cheio de expectativas e perguntas, sem contar seu grande amor pelos pássaros. Como no trecho a seguir: Quero entrar na escola, tenho que tirar as melhores notas e entrar na universidade, quero ter um diploma em que esteja escrito “Cuidador de pássaros”. A ênfase da abordagem humanista é no sujeito, mas uma das condições necessárias para o desenvolvimento individual é o ambiente.

Pensando em sociedade/cultura, Rogers não aceita num projeto de planificação social, o controle e a manipulação das pessoas, ainda que isso seja feito com a intenção de tornar as pessoas “mais felizes”. Como fica demostrado neste trecho do livro em que o pai diz para o filho: Os adultos trabalham, assim é a vida, é preciso trabalhar para ganhar dinheiro, para comprar uma casa, casar, ter filhos. É por isso que quando alguém lhe pergunta “O que você é?” Os adultos respondem, sou professor, médico, advogado, engenheiro, mecânico... Etc. Os adultos são aquilo que fazem para ganhar dinheiro. Essa é a razão porque você em revê vai

entrar na escola. Na abordagem humanista a educação não tem por objetivo, educar crianças para que estas se ajustem adequadamente a ordem vigente e nem tampouco a uma sociedade ideal, eu objetivo consiste na educação de crianças para se tornarem seres humanos mais felizes, cuja noção de valores não seja baseada na propriedade e no consumo, mas no ser. No caso de Felipe sua educação foi bem diferente, como ele mesmo dizia, tinha a hora pra pensar, e não podia pensar em qualquer coisa, tinha que estar no plano de ensino. Não havia liberdade. Assim seus planos e sonhos ficaram em segundo plano e ele se viu obrigado a “olhar na direção certa”, ou seja, aquela em que o plano de ensino, o governo, os professores e seus pais ensinavam. E assim fez. Como fica claro neste trecho do livro: Felipe se tornou um profissional respeitado, fez doutorado em universidade americana e colocou Ph. D depois do nome. Ficou rico. Mas a despeito do sucesso profissional, não se sentia feliz.

A educação assume um significado amplo. É a educação do homem e não apenas da criança em situação escolar. Trata-se da educação centrada a pessoa, já que essa abordagem é caracterizada pelo sujeito. O ensino centrado no aluno. A filosofia da educação denominada como filosofia da educação democrática consiste em deixar a responsabilidade da educação fundamentalmente ao próprio estudante. Seria enfim a criação de condições nas quais o aluno pudesse tornar-se uma pessoa que soubesse colaborar com os outros sem por

Isso deixar de ser individuo, sem se deixar de lado. Uma situação formal de educação seria entendida na medida em que se caracterize um processo buscado e escolhido e não obrigado ou imposto.

Na abordagem humanista a escola procura respeitar a criança, oferecendo condições para o seu desenvolvimento de vir a ser e também promover a autonomia de seus alunos. O princípio básico consiste na idéia da não interferência com o crescimento da criança e de nenhuma pressão sobre ela. Na estória de Rubem Alves - Pinóquio às Avessas, no trecho (pag. 28) onde o personagem Felipe pergunta para a professora - Ao vir para a escola, vi um “pássaro azul” que come mamão. Mas não sei o nome dele. A senhora que ensina nomes, poderia me dizer qual é o nome dele?

A professora sorriu e disse:

- Agora não é hora de pensar em pássaros. Os nomes dos pássaros não estão no programa de português. Na aula de português, temos que pensar e falar sobre aquilo que o programa manda.

Fica evidenciada uma aprendizagem nos parâmetros da abordagem tradicional, onde a escola na sua concepção é o lugar por excelência onde se realiza a educação, a qual se restringe, para transmissão de informações em sala de aula e funciona como uma agência sistematizadora de uma cultura complexa. Defende um ambiente físico austero para que o aluno não se distraia.

O ensino está centrado na pessoa, numa abordagem humanista consiste num produto de personalidades únicas, a não-diretividade pretende ser um método não.

estruturante, cujo educador se abstém de intervir diretamente no campo cognitivo e afetivo do aluno, introduzindo valores, objetivos, etc. O professor não dirige propriamente esse processo, mas apenas se limita a facilitar a comunicação do estudante consigo mesmo, para ele mesmo estruturar seu comportamento experiencial. (Puente, 1978, p. 73). Na estória (pag. 30) o personagem Felipe argumenta que não entendeu o que era “programa”. E a professora responde – Programa é uma fila com todas as coisas que você deve aprender na escola, colocadas uma atrás da outra. Felipe questionou mais algumas vezes, sem entender...

O direcionamento mais uma vez, configura a prática de uma abordagem no âmbito tradicional, a ênfase é dada a situações de sala de aula, onde os alunos são subordinados a educação à instrução, considerando a aprendizagem do aluno como um fim em si mesmo. Como o mecanismo de explicação dessa atividade é desconhecido, o professor vê-se obrigado, na maioria das vezes, a limitar-se ao fornecimento de receituários.

O professor na abordagem humanista assume a função de facilitador da aprendizagem, o aluno entrará em contato com problemas vitais que tenham repercussão na sua existência. Aceitando o aluno e compreendendo-o empaticamente, o professor fará de sua parte, tudo para a criação de um clima favorável de aprendizagem. Na leitura do texto o professor detém o poder decisório quanto à metodologia, conteúdo, avaliação e forma de interação na aula. As relações que se

exercem na sala de aula são feitas longitudinalmente, em função do mestre e de seu comando.

Não se enfatiza técnicas, a ênfase é atribuída relação pedagógica, cada educador eficiente, por sua vez, deve desenvolver um estilo próprio para “facilitar” a aprendizagem dos alunos. É atribuída uma ênfase a relação pedagógica, para um clima favorável ao desenvolvimento das pessoas e que possibilite liberdade para aprender. Na página 38 do texto, Felipe é diagnosticado pelo psicólogo com “distúrbio de atenção” (porque estava distraído, observando, através da janela, o pássaro azul), foi repreendido pelos pais – “se você continuar a pensar em passarinhos vai ficar burro... se não aprender o que está no programa, tirará notas baixas nas provas. Tirando notas baixas, não passará de ano. E não passará no vestibular. Não entrará na universidade. Não tirará diploma. Não será ninguém na vida”. A estória segue nos parâmetros pela transmissão do patrimônio cultural, confrontação com modelos e raciocínios elaborados. O método utiliza-se freqüentemente de aulas expositivas, demonstrados pelo professor a classe, tomada quase como auditório. A didática aplicada pode ser resumida em “dar a lição” e em “tomar a lição”. Os elementos da vida emocional ou afetiva são reprimidos por se julgarem impeditivos de uma boa e útil direção do trabalho de ensino.

A avaliação tanto em Rogers quanto em Neill - é desprezada, qualquer padronização de produtos de aprendizagem e competência do.

professor. Rogers defende a auto avaliação, “A avaliação de cada um de sua própria aprendizagem é um dos melhores meios pelo qual a aprendizagem auto iniciada se torna aprendizagem responsável”. (Rogers, 1972, p. 142). Na avaliação Tradicional predomina a visão exata da reprodução do conteúdo comunicado em sala de aula. Mede-se, portanto, pela quantidade e exatidão de informações que se consegue reproduzir. Daí a consideração de provas, exames, chamadas orais, etc.

O exame passa a ter um fim em si mesmo e o ritual é mantido. As notas obtidas funcionam, na sociedade, como níveis de aquisição do patrimônio cultural.

O diretivismo no ensino, característico das abordagens predecessoras, é aqui substituído pelo não diretivismo: as relações verticais e impostas, por relações EU-TU e nunca EU-ISTO; as avaliações de acordo com padrões pré-fixados, por auto avaliação dos alunos.

Enfim a abordagem humanista dá ênfase ao sujeito. No estágio atual desta proposta, verifica-se a necessidade.

elaboração de uma teoria de instrução, que seja validada empiricamente e que, por sua vez, forneça subsídios para uma ação didática.

Contrariamente às abordagens precedentes, enfatiza-se aqui o subjetivo, a auto realização e o vir a ser contínuo que é característico da vida humana. É privilegiada a interação estabelecida entre as pessoas envolvidas numa situação de ensino-aprendizagem, o subjetivo deve ser levado em consideração e ocupa lugar primordial.

ABORDAGEM COMPORTAMENTAL

Lendo a história de Felipe, é possível perceber que ele tinha algum conhecimento antes de entrar na escola, mas que este “não serviria” para ele entrar no mercado de trabalho. Era necessário aprender o que estava no programa, isso sim o levaria ao sucesso profissional. Na abordagem comportamentalista, o indivíduo/aluno precisa ser moldado de acordo com o que a sociedade espera dele. Não se trata apenas de passar informações sem utilidades, como acontece no livro Pinóquio às avessas: “_Professora, para quê serve um dígrafo? O que é que eu faço com ele? (...) A professora nunca se havia feito essa pergunta. Ela ensinava porque estava no programa.” (Rubem Alves, p. 35) – mas sim de fazer um planejamento, fixando o que a sociedade espera que o indivíduo saiba e como ele se comporta.

Apesar de os estados internos não serem considerados relevantes para Skinner (Mizukami, 1986, p.26) não implica necessariamente que o indivíduo não possa levar em.

consideração os conhecimentos, emoções e realidades que traz em si, deixando pra trás seus sonhos, mas sim que ele seja moldado para inserir-se na sociedade em que vive, uma vez que ele será influenciado pelo meio e terá que dar suas respostas às realidades que encontrar.

Aqui, apesar dos conhecimentos serem novos, uma descoberta, essa realidade já estava presente para o indivíduo. O professor será o controlador do processo de aprendizagem. Ele é quem define os meios para que seus alunos cheguem ao comportamento pré-definido pelas agências de ensino e pelas agências a elas relacionadas. (Mizukami, 1986, p. 32).

Nessa abordagem é imprescindível ter um professor/transmissor da cultura, pois é quase impossível ao estudante descobrir por si mesmo qualquer parte substancial da sua cultura (Skinner, 1968, p.110 – apud Mizukami, 1986, p.210). No livro de Rubem Alves, Felipe não tem todo o conhecimento para o mercado de trabalho, mas já tem algum conhecimento que poderia ajudá-lo nessa parte, mas isso não foi levado em consideração.

As avaliações não visam somente às notas, para mostrar o que o aluno sabe ou não, como mostra no livro de Rubem Alves: “Filipe não entendeu nem o que eram notas, nem o que eram boletins. Ele não entendia como um número podia dizer o quanto uma pessoa sabe” (Pinóquio às avessas, p.22), mas está diretamente ligada aos objetivos esperados, pode ser usada como uma sondagem, testagem prévia para saber o que o aluno já sabe, durante o processo de.

aprendizagem para perceber se o aluno está acompanhado e no final para avaliar se os objetivos foram alcançados ou quais métodos podem ser usados nos processos futuros de aprendizado (Mizukami, 1986, p. 34 e 35).

Enfim, a abordagem comportamentalista dista, em alguns aspectos, da realidade vivida por Felipe. Felipe foi para a escola e lá precisou aprender sem ser levada em conta sua realidade, o que gostava, e na abordagem comportamentalista o aluno é preparado para a realidade/sociedade pela qual ele será influenciado, podendo assim fazer também suas escolhas pelas coisas que gosta, a qual acredita, dentro da realidade que vive.

ABORDAGEM TRADICIONAL

O aluno é receptor do conhecimento que é fornecido através do professor, uma espécie de tábula rasa, uma página em branco que a longo do tempo são gravada informações providas do meio externo. Não interroga nem dialoga com autoridade externa sua atitude é passiva nessa abordagem.

Na concepção tradicional o homem é considerado um ser acabado “pronto” e o aluno um “adulto em miniatura” que precisa ser atualizado. Os padrões dessa abordagem são muito respeitados, mesmo sendo tão rígidos.

De acordo com a leitura do livro (Pinóquio ás avessas pagina 13), observa- se que Felipe não entendeu o que era “programa”“.

-Professora, o que é programa?

Ela explica de forma bem fácil:

-Programa é uma fila com todas as coisas que você deve aprender na escola, colocadas uma atrás da outra.

Felipe continuou:

Quem é que diz quais são as coisas que devo aprender?

- Quem põe os conhecimentos em fila são pessoas muito inteligentes, do governo.

Como o mundo é algo externo, ele também transmite processos de educação através da realidade, tendo esse conhecimento, o individuo compreende o meio em que vive e dessa forma contribui para o mundo.

Quando o pai nem a mãe sabiam as respostas para as perguntas do menino, eles diziam: Na escola você aprenderá.

O objetivo de ensino está relacionado aos seus valores, Sendo que os programas educacionais exprimem o nível cultural aos quais se deve adquirir na educação formal.

Aplica-se a expressão educação ¨bancária” que foi proposto por Paulo Freire (1975), que é a tipologia que se aproxima dessa abordagem, ou seja, uma educação que se caracteriza por “depositador¨ no aluno, conhecimento, informações, dados, fatos, etc. Foi uma noite muito feliz, discursos, fotografias e o tão sonhado diploma, seus pais sentiram que agora podiam morrer, a missão de educadores estava cumprida. Seu filho era, finalmente, um profissional.

A crítica feita a esse tipo de ensino é por causa da sua forma de intervenção onde somente o professor tem direito de fazê-la, limitando a fornecer receituários.

IV. Considerações finais:

Ao analisar os textos é possível observar que cada abordagem pode agregar para a educação do ser humano, revendo as posturas e atitudes diante de cada realidade vivida.

A abordagem tradicional é predominante no livro Pinóquio às avessas, pois não há dialogo entre o aluno e o professor, o aluno é o receptor. Essa reflexão deixa como ênfase que é necessário observar a realidade do indivíduo, Há necessidade de que os educadores em geral, desenvolvam, freqüentemente, atividades em que os estudantes possam aprimorar a capacidade de buscar conhecimentos e articular idéias, perceber que ele não é uma tabula rasa e que educá-lo para a vida social é necessário, porem não implica anular seus sonhos suas aptidões inatas para seguir o programado pelo ensino tradicional.

Conclui-se que não há um tipo de abordagem mais eficaz que a outra, pois, existe um lado eficiente e um lado com deficiências de todas elas, mas que é necessário levar em consideração à própria personalidade da criança e o que ela espera de seu futuro, buscando sempre uma relação de ensino onde aja um direcionamento para que não haja desigualdades entre turmas do mesmo período acadêmico, mas também onde o desenvolvimento ocorrerá de forma eficiente sem comprometer a subjetividade e as aptidões desse aluno.

REFERÊNCIAS

ALVES, Rubem. Pinóquio às avessas. Campinas – SP: Verus Editora, 2010.

MIZUKAMI, M. da G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.

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