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Psicologia Humanista

Por:   •  1/5/2015  •  Artigo  •  1.919 Palavras (8 Páginas)  •  307 Visualizações

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Introdução à Psicologia Humanista

Ezequiel Nogueira Braga1

O Humanismo não conta com pensadores específicos que possam ser considerados seus criadores.

Tampouco é uma filosofia que permite delimitar seus princípios a uma ou outra época. É uma filosofia

que abrange a história da humanidade e aparece em várias escolas de pensamento e áreas do

conhecimento desde que o humano se entende por humano e pensa sobre seu próprio fazer e existir.

Por esse motivo, fazer uma leitura histórica do pensamento humano é indispensável se o objetivo

for compreender “O Humanismo” como um todo. No entanto, podem ser considerados vários tipos de

Humanismos. Quando o objetivo for mais humilde e condensado, se escolhe um deles para explicitar

(Holanda, 2010).

Para falar de fundadores, deve-se especificar de qual Humanismo se está falando. De forma geral,

porém, se constata que ser humanista é endossar uma atitude de valorização do ser humano e de suas

questões, dando ênfase a estas mais do que aos deuses, a Deus e às instituições de forma geral. Ser

humanista é enxergar o ser humano como protagonista de sua própria vida e do conhecimento que é

criado sobre si e sobre o mundo em que vive.

Nesse sentido, entende-se que, onde existir um fazer ou existir humano, aí se encontrará um

Humanismo em ação. Seja na literatura, nas artes, na psicologia, na teologia ou nas ciências, o

Humanismo tem espaço e, de fato, tem criado suas escolas de pensamento em cada uma dessas áreas.

Ao longo da história, partindo da Grécia Antiga, passando pelo Renascimento europeu e desembocando

na reação ao positivismo modernista, surgiram pensadores que inovaram em cada um desses saberes,

colocando o foco na participação do ser humano, não como mero objeto, mas principalmente como

sujeito que fala e de quem se fala.

O que diferencia uma escola de pensamento da outra, ou um “ismo” do outro, é a visão do ser

humano que o embasa. Quais os pressupostos por trás das teorias e da forma de pesquisar e entender os

dados? Historicamente, a pergunta tem sido, o que é o ser humano? Nesse sentido, seja qual for o

Humanismo o qual nos referimos, a resposta transforma o “que” dessa pergunta a “quem”. Quem é o

ser humano? Esse simples pronome transforma a pergunta e desvela todo o pressuposto humanista que

subjaz tal mudança: deve-se falar do humano a partir do humano.

A primeira vista, essa afirmação pode causar estranhamento. Como “falar do humano a partir do

1 Psicólogo clínico, Gestalt-terapeuta e Terapeuta Comunitário. É professor, pesquisador e Especialista Socioeducativo no

trabalho com adolescentes e jovens em conflito com a lei.

humano”? Não é óbvio que sempre é assim?

Pois, na verdade, não. O uso do “que” ao indagar sobre o humano traz à tona a naturalização que

se carrega de que se deve estudar todas as coisas segundo o modelo das ciências naturais que se

embasam na filosofia positivista. Nesse modelo, a verdade está aí no mundo, fora de nós, e para

alcançarmos a verdade devemos sistematizar o estudo em métodos que permitem o olhar objetivo sobre

ela. Deve-se exorcizar o tal do subjetivismo que atrapalha a neutralidade científica e a capacidade de

chegar à “verdade”. A Fenomenologia, por exemplo, entra nessa discussão com maestria e questiona

essa maneira de produzir conhecimento. Para ela, "explicações e interpretações são consideradas menos

confiáveis do que aquilo que é diretamente percebido ou sentido." (Yontef, 1998)

Para a objetividade acontecer, deve-se fazer a cisão entre quem estuda e o que é estudado.

Quando abordamos as ciências humanas, porém, temos um dilema natural: o que fazer quando “quem”

observa e o “que” é estudado são a mesma coisa? Onde cabe a objetividade, onde está o objeto? Ao

reformular a pergunta em “quem é o ser humano”, cria-se outro caminho para o conhecimento. Esse

caminho não ignora as questões expostas acima, mas simplesmente não as torna um problema. A

resposta simples, porém muito difícil de entender, é – se estuda o ser humano com o pressuposto de que

é um ser humano. Além disso, é um ser humano que se debruça sobre si mesmo e tem todo o direito de

fazê-lo, tais como as mãos de Escher que se desenham e são desenhadas. O humanismo propõe:

Apreciemos o paradoxo de sermos como somos!

Olhando para a história do pensamento humano, o Humanismo pode ser observado em duas

vertentes complementares. Primeiro, temos o Humanismo como resposta

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