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Psicologia Social II

Por:   •  3/9/2017  •  Projeto de pesquisa  •  3.128 Palavras (13 Páginas)  •  376 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ

CURSO DE PSICOLOGIA

Disciplina: Psicologia Social II

Ednardo Braga de Paula – 201402421044

Antonia Daniely dos Santos Freitas – 201407243438

Emanuele Nascimento da Costa – 201402114141

Maíra Carneiro Lira - 201407243403

Violência, Trabalho e Gênero: Um estudo sobre violência interpessoal e simbólica com gays e lésbicas em Fortaleza.

FORTALEZA / CE

2017

  1. INTRODUÇÃO

  O objetivo desse trabalho é discutir e analisar as violências simbólicas e interpessoais vivenciadas por gays e lésbicas no município de Fortaleza – respectivamente no trabalho e na sociedade. Entendemos que as violências relacionadas ao trabalho não se encontram desconectadas do ambiente social em que os sujeitos da pesquisa se encontram, por isso, faz se necessário estudar os dois tipos de violência, tanto na vida social, como na vida no trabalho. Antes disso, apresentaremos alguns conceitos e definições chaves que nos embasaram para a constituição da nossa pesquisa, sendo eles: sexo e gênero, gay e lésbica, violência interpessoal e simbólica.

 Primeiramente, é importante deixar claro que sexo não é gênero, e que embora alguns autores possam colocá-los como sinônimos, podemos compreender que na realidade essas duas definições referem-se a aspectos distintos da vida humana.

 Podemos considerar que sexo está relacionado às características fisiológicas relativas á procriação, a reprodução biológica. Assim, se considerarmos os aspectos relativos à divisão sexual na reprodução, entendemos que os indivíduos considerados machos produzem espermas e os indivíduos considerados fêmeas produzem óvulos. Para Lane (1995) as diferenças sexuais podem ser encontradas em todos os mamíferos, porém, os humanos desde sua origem têm interpretado de maneira diferente o seu ambiente físico e social através da simbolização.

 Para Oakley (1972) enquanto as diferenças sexuais são físicas, as diferenças de gênero podem ser socialmente construídas no decorrer da vida do individuo, porém, vale ressaltar que gênero está também relacionado com as diferenças sexuais, mas não necessariamente também com as diferenças fisiológicas.

  Na definição de Joan Scott, gênero é “ um elemento constitutivo de relações sociais fundadas sobre as diferenças percebidas entre os sexos, e o gênero é um primeiro modo de dar significado ás relações de poder”. (SCOTT, 1989, p. 14).  Com isso podemos perceber que no conceito de gênero, estão fundados as relações sociais que o sujeito tem e como elas são percebidas como para ele,  e que com essa conceitualização a definição de gênero vem nos trazer um significado nas relações de poder entre o masculino e feminino.

 Considerando também que em alguns momentos as categorias homem e mulher são percebidas como categorias homogêneas e sem histórias, ou mesmo sem relação entre si, Joan Scott nos traz um novo olhar sobre isso, salientado que “como resultado disso a categoria ‘mulheres’ assumiu um existência como entidade social separada de seu relacionamento conceitual historicamente situado com a categoria ‘homens’ ”. (SCOTT, 1989, p.83).

  Mas buscamos avaliar que nas diferenciações entre os sexos, pressupomos que com uma definição mais precisa, podemos perceber o que são as características que formam as identidades do masculino e feminino em nossa sociedade. As mulheres muitas vezes são vistas como mais cobradas pela sociedade como devem ser, ou seja, femininas e submissas, os homens, porém, não conseguem fugir desse contexto, onde também passam por um processo em que são vigiados na manutenção contínua da sua masculinidade, e não poderem assim demonstrar traços considerados fora dos padrões. De acordo com Amussem (1989, p. 271).

Um sistema de divisão sexual de papeis muda lentamente, freqüentemente por deslizamentos de sentidos graduais. E isso não diz respeito apenas ás mulheres; homens devem aprender a ser dominadores e ativos e as mulheres a serem submissas; se as mulheres devem ser castas, os homens devem conhecer os limites nos quais eles podem atentar contra essa castidade.

 Se os homens e mulheres são cobrados a todo o momento para seguir as normas e traços determinados por nossa sociedade, para o movimento que não pode ser considerado como homogêneo de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBTs), a determinação não poderia ser diferente, já que eles também são cobrados para demonstrarem comportamentos considerados “normais”, nesse sentido, Miskolci (2009, p.162) afirma que “ existe em nossa sociedade um processo normalizador que cria seres considerados menos humanos, em suma, abjetos.”

 Em contrapartida, buscamos também algumas definições a respeito da orientação sexual dos sujeitos estudados na pesquisa, procurando uma definição para o que seria considerado gay em nossa sociedade, colocamos a definição de homossexual segundo o dicionário Aurélio (2016) que pode ser entendido como  “...quem sente atração sexual por pessoas do mesmo sexo ou tem relações sexuais ou afetivas com pessoas do mesmo sexo”.  Percebemos que nessa definição de homossexual ou gay, que esse termo significa mais do que somente as relações sexuais, envolvem-se também relações afetivas.

 Já para a definição da orientação sexual lesbiana, acabamos por abordar a linha proposta para Mott (2000) que vai além do significado das especificas relações eróticas que são estabelecidas, porém as mesmas não são excluídas enquanto indicação de mulheres adeptas a práticas sexuais com outras mulheres, envolvem-se também identidade, afirmação, estilo de vida e um projeto civilizatório alternativo, o qual o autor denomina de cultura homossexual.

 Acabamos por adotar duas vertentes para abordar a violência sofrida ou vivenciada por gays e lésbicas nesse estudo, sendo elas no trabalho e na sociedade, ou seja, a interpessoal e a simbólica. Definiremos abaixo cada uma delas.

 A violência interpessoal pode ser entendida através do conceito colocado por Bicalho (2008, p.12):

Decorre do ato de agredir o sujeito física ou discursivamente em seu ambiente de trabalho, impactando de modo degradante em questões atinentes ao seu trabalho, á sua vida pessoal e ás suas relações; com destaque para as implicações psicopatológicas.

 Já nos estudos organizacionais brasileiros podemos destacar o trabalho de Lopes et al. (2009) que analisaram nos estudos a violência sofrida no trabalho por homossexuais masculinos, porém, as autoras consideraram que a violência interpessoal como significando o mesmo que assédio moral apenas, já que não foram conduzidos estudos para o aprofundamento do assunto.

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