Resenha 13 reasons why

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centro de educação e humanidades

instituto de psicologia

curso de graduação em psicologia

 

 

 

ANDRESSA ABREU

 

Resenha sobre “13 Reasons Why”

 

 

Trabalho apresentado à disciplina Psicologia no século XX e a contemporaneidade, ministrada pela professora Renata Valentim, para avaliação no curso de graduação em Psicologia, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

 

 

Rio de Janeiro - RJ

13/06/2017

“Nós não esperávamos esse sucesso todo”, disse a produtora executiva, Selena Gomez, do fenômeno mundial “13 Reasons Why”, em português “Os 13 porquês”.

A série, baseada no romance  de mesmo nome, escrito por Jay Asher, de 2007, que foi um livro de best-sellers do New York Times. Nesta história de ficção, a adolescente Hannah Baker morre por suicídio e deixa para trás 13 fitas que revelam 13 razões pelas quais ela pôs um fim a sua vida, cada fita falando sobre como cada pessoa “responsável” falhou com ela.  

Nessas treze fitas, ou melhor, nesses treze lados de fita cassete, ela narrou os erros daqueles à sua volta. Cada lado diz respeito às ações de um de seus conhecidos; Eles devem ouvir depois passar as fitas para a próxima pessoa, para aprender o que eles fizeram, para que nunca mais aconteça de novo.

Hannah é um mártir da angústia adolescente. Vemos que a sua tragédia se desenrolou ao longo de duas linhas de tempo, com flashbacks de como tudo aconteceu e uma história atual em que Clay – melhor amigo negligente por apenas olhar tudo o que acontecia com ela, mas nunca realmente buscar entender ou ajudar a menina e interesse amoroso de Hannah enquanto viva– tenta desvendar e depois vingar o acontecido, confrontando aos demais personagens presentes nas fitas. Todos os personagens que ouviram as fitas o fizeram rapidamente, enquanto Clay por ter um envolvimento sentimental leva um tempo maior.

Cada um dos jovens reagiu de uma forma ao ouvir as declarações de Hannah, a maioria tentou se resguardar, negar que o que a menina afirmou fosse verdade, mas Clay e dois outros personagens enxergam verdade no que ela disse e um deles também se culpa pela morte da menina.

Em paralelo ao universo adolescente da série vemos a trama dos pais da menina, principalmente da mãe, que tenta entender o que levou a filha a cometer tal ato, busca a escola para saber como era a vida da filha lá dentro e se algum colega sabia o que a tinha levado a isso.

 A série traz temas bastante relevantes, como, auto aceitação, homofobia, autoestima, machismo e depressão (evidente, mas não diretamente citado ou discutido). Os traumas que ela experimentou envolveram consternação, isolamento social, bullying, negligencia social  e agressão sexual.

O segredo do sucesso talvez esteja na identificação dos jovens, não só com os temas abordados, como também com a linguagem e com o universo escolar em que a trama se passa. A série, embora de ficção, retrata muito bem situações reais vividas diariamente por muitos jovens ao redor do mundo.

Houve uma grande repercussão acerca dos temas alavancados pela série, tão comuns ao dia-a-dia com toda a pressão social recebida. A série gerou discussão entre os jovens sobre o assunto, mas não só entre eles, mas famílias, escolas e comunidades passaram a discutir o assunto.  Organizações profissionais, associações de saúde mental e sites de prevenção de suicídios criaram pontos de discussão para ajudar a ensinar fatos sobre suicídio.

A identificação com a série pode gerar consequências boas ou ruins, já que a pessoa pode ter um gatilho ativado para buscar ajuda ou para seguir os passos da personagem e por um fim a própria vida. Felizmente, dados apontam que a primeira opção tem sido a mais freqüente.