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Resenha: A relação psicoterapêutica na abordagem fenomenológico existencial

Por:   •  11/10/2021  •  Resenha  •  850 Palavras (4 Páginas)  •  84 Visualizações

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Fichamento de Psicologia Escolar

 

Nome: Ana Luiza de Oliveira Ponciano  RA: D242830

A relação psicoterapêutica na abordagem fenomenológico-existencial

LESSA, Jadir; SÁ, Roberto.A relação psicoterapêutica na abordagem fenomenológico-existencial. Análise Psicológica (2006).

O presente texto, remete inicialmente ao surgimento da psicoterapia existencial, que por sua vez nasceu a partir das insatisfações encontradas na linha teórica psicanalítica, revelando ter dois pontos diferentes das abordagens concorrentes, sendo o primeiro, por não ser criação de nenhum líder isolado, e o outro, por a psicoterapia existencial não se propõe a fazer acréscimo ou revisão da Psicanálise, mas se apresenta como uma outra maneira de se compreender clinicamente o ser humano. Mantendo portanto o foco na existência concreta do paciente, respeitando sua realidade.

Aponta-se uma crítica ao ponto de vista Cartesiano, que prevalece nos dias de hoje, apresentando a ideia de que a essência do homem é vista como consciência interior separada do mundo, considerando que a essência de todas as coisas possui seu vigor. Fala-se em devoção a Heidegger, no sentido de apresentar uma visão predominantemente assertiva, ao afirmar que o homem não pode mais ser compreendido em termos de alguma objetificação, seja biológica, psicológica ou sociológica. E por isso, para o autor, a existência significa apenas a abertura originária de sentido na qual podem vir à luz os entes enquanto tais.

Considera-se também, que o surgimento da Psicoterapia Existencial, se deu a partir da preocupação dos terapeutas em saber como se pode ter acesso à realidade existencial do paciente, já que as teorias eram muito ricas em dizer como era a sua realidade essencial, mas antes dele existir concreta e tempo realmente como ser-no-mundo. Por isso se faz a sua prática, no cuidado no “cuidado”, enquanto “ser-no-mundo-com-o-outro”, tendo como objetivo dessa forma, em não enquadrar o paciente em padrões morais, e teorias, mas sim, compreendê-lo em suas possibilidades singulares de existir, tal como experimenta em suas relações com as pessoas e coisas que lhe vêm ao encontro no mundo.

O texto remete também, a noção de encontro afetivo na psicoterapia fenomenológico existencial, em que May (1976, p.9), especificamente ao que acontece na hora terapêutica, abordando quatro níveis de que constituem o encontro a saber: o primeiro é o nível. aquele das pessoas reais; outro nível é aquele de amigos; um terceiro nível é sentido como erótico; um quarto nível é o da estima.

O autor também faz um comparativo da relação transferencial com o paciente, proposta por freud, e a relação de contato ou de encontro praticada pela psicoterapia existencial, que por sua vez qual, a transferência tem significado genuíno, e não distorção do contato, e que podem aparecer como aspectos componentes do contato e não como sua dimensão essencial para a psicoterapia, portanto a transferência denominada por Freud se baseia nas noções de causalidade e subjetividade intra-psicquica, o que para May, Esse objeto da transferência, no caso o terapeuta, enquanto ente cujo modo de ser é entendido como simplesmente dado, nada tem a ver obrigatoriamente com as representações e afetos que a ele se transferem.

E para Heidegger não é necessário ocorrer nenhuma transferência, pois a respectiva disposição, somente, tudo o que vem ao encontro, pode mostrar-se, já que está sempre lá. Isto é também o Ser-aí como “abertura” já está sempre numa pré-compreensão do ser dos entes. A partir da ideia de que a pré-compreensão em que a existência já sempre se encontra é orientada por uma “disposição”, tal como o existencial a partir do qual é possível qualquer variação psíquica dos afetos ou “estados de ânimo”.

O texto fala sobre a relação terapêutica e o “Ser-no-mundo-com-o-outro”, nos entido de que segundo Heidegger, o encontro de todas as coisas e com o outro, não nos refere a algo que nos acrescenta pelo pelo pensamento, como algo antes dado, mas vem a partir de algo que já foi para algum outro. Isto é, este mundo sempre já é previamente o meu. Do mesmo modo, na relação terapêutica, o outro já é sempre previamente dado como “cliente”, “paciente”, “doente”.

O autor também nomeia dois modos básicos do “cuidado”(Sorge), um por “ocupação”(Besorgen), em que está no sentido de que os entes intramundanos cujo modo de ser revela-se a partir da utilidade instrumental. E segundo ponto é por “preocupação”(Fürsorge), designado ao “cuidado” para com os outros homens. Ainda para Hidegger, há dois outros modos de preocupações, o primeiro diz respeito a uma preocupação que substitui (einspringt) o outro assumindo suas “ocupações” para liberá-lo delas ou devolvê-las posteriormente como algo já pronto. Já o segundo modo se refere a uma preocupação é aquele que se “antepõe” (vorausspringt) ao outro não para substituí-lo, mas para pô-lo diante de suas próprias possibilidades existenciais de ser.

Contudo, para o autor, O “ser-com” é uma dimensão ontológica constitutiva da existência humana enquanto tal. Cada homem já é sempre “no-mundo-com-o-outro” e o modo mais próprio de ser “si-mesmo” não exclui, mas implica obrigatoriamente algum modo específico de “ser-com”. E por isso para compreensão do outro não se reduz a questões metodológicas ou de técnicas, estas apenas são possíveis enquanto desdobramento temático da pré-compreensão do outro em que já sempre se encontra o terapeuta segundo seu modo de “ser-no-mundo-com-o-outro”.

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