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Resenha Crítica do Documentário: Políticas de Saúde no Brasil - Um Século de Luta pelo Direito à Saúde

Por:   •  20/4/2018  •  Resenha  •  770 Palavras (4 Páginas)  •  2.957 Visualizações

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Resenha Crítica do Documentário: “Políticas de Saúde no Brasil: Um Século de Luta pelo Direito à Saúde”

O filme faz uma retrospectiva histórica do Brasil no último século, tendo como pano de fundo o cenário político, econômico e social do país, para ilustrar a trajetória dos programas de saúde brasileiros até o surgimento de um novo sistema de saúde, o SUS – Sistema Único de Saúde – emergente da população, e que ganhou forma através do Movimento Popular de Saúde e do reconhecimento da saúde como direito do cidadão.

O início do século XX no Brasil foi marcado pelas campanhas sanitaristas levadas a cabo pelo governo, impulsionadas por interesses comerciais da oligarquia, que precisavam de mão-de-obra dos europeus para as lavouras de café, mas que as epidemias e doenças que se espalhavam por falta de saneamento básico e assistência médica, estavam afastando, além de “mancharem” o nome do Brasil no exterior, comprometendo suas transações comerciais.

Por esta razão, foram decretadas medidas de “limpeza” nos portos e áreas comerciais, visando livrar-se dos “pobres e pestilentos”. Demonstrando que a saúde era tratada como uma questão de polícia, a população se revolta diante da ditadura sanitarista e suas vacinas obrigatórias. Conhecida como Revolta da Vacina, a rebeldia do povo rendeu aos desfavorecidos mais violência e marginalização.

Em um contexto de greves por condições minimamente dignas de trabalho e disputas de poder entre as elites brasileiras, toma posse o presidente populista militar Getúlio Vargas. Sob a alcunha de “pai dos pobres”, Getúlio ficou conhecido pela ditadura do Estado Novo, e pela criação do Ministério do Trabalho e da Saúde. Em seu governo foram decretadas as políticas públicas de saúde, e criadas as primeiras caixas assistenciais, baseadas no modelo médico assistencial privatista, que mais tarde passou a ser IAPS, SIMPAS, INAMPS, INPS e IAPAS. Tantas siglas com o mesmo significado: arrecadação abundante, utilizada sem regras e fiscalização, sem um programa específico de saúde e previdência social. Com isto, o enorme volume de dinheiro arrecadado era utilizado para “financiar o desenvolvimento do país”, sendo emprestando à fundo perdido à industriários e aliados do governo.

Entre golpes militares e eleições duvidosas, os sucessores da presidência mantiveram a política previdenciária e de saúde, aproveitando a alta arrecadação para construção de obras “essenciais” para o crescimento do Brasil, como a estrada Transamazônica, que até hoje não foi concluída, a ponte Rio-Niterói, a hidrelétrica de Itaipú e a cidade de Brasília. Na área da saúde, o dinheiro foi oferecido à interessados em construir hospitais privados, baseados no modelo americano de saúde. Eram atendidos os que tinham dinheiro para pagar e os beneficiários das assistências, mas não de graça, embora o dinheiro para sua construção fosse público, as caixas pagavam pelo serviço. Quando, na década de 80, os IAPAS, INAMPS E INPS declararam que estavam falindo, estes hospitais se descredenciaram e passaram a não atender mais a população, que continuava com a obrigação de contribuir, sem poder usufruir dos melhores serviços.

Diante dessa realidade de descaso e desigualdade, agravada pelo inchaço das grandes cidades e da crise econômica que assolava o país, começaram a surgir nas periferias ações para tentar melhorar as condições de acesso à saúde, transporte, e saneamento básico dos moradores, o Movimento Popular de Saúde - MSP. Através desta manifestação popular de luta pela cidadania, o movimento conquistou a criação de conselhos populares para tratar das políticas de saúde, que apresentadas na 8ª Conferência Nacional de Saúde, deram origem ao embrião do que hoje é o SUS.

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