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Resenha Do Artigo: A Questão Da Consciência Na Psiologia De Wilhelm

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Por:   •  6/10/2014  •  1.704 Palavras (7 Páginas)  •  400 Visualizações

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1 Introdução

A evolução filosófica de Wundt determinou as mudanças que ele introduziu na sua concepção de psicologia, de forma que a fundamentação de seu projeto psicológico deve ser vista dentro desta perspectiva.

A definição de psicologia apresentada por Wundt pode ser assim resumida:

“a psicologia é uma ciência empírica cujo objeto de estudo é a experiência interna ou imediata.”(cf. Wundt, 1896a, 1896b).

No entanto, nessa definição, aparentemente simples, há uma expressão que precisa ser esclarecida, a saber, 'experiência imediata', que fundamenta toda a psicologia wundtiana, pois, com a teoria lógica da mente é o mesmo que qualquer teoria psicológica assentada na noção de inconsciente psíquico precisa enfrentar. Como falar da natureza desse inconsciente se, por definição, ele não pode ser conhecido? Ademais, uma teoria do inconsciente dificilmente escapa de um conhecimento geral e abstrato. Constatamos que isso fez com que Wundt abandone a teoria lógica da mente e acabe considerando que há apenas um sentido legítimo para o termo inconsciente, que é o fisiológico.

Entendemos que ao definir como ciência da experiência imediata, Wundt pretendia atacar uma concepção de psicologia, muito comum em sua época, que tratava a mente como se fosse uma substância ou entidade, seja espiritual (espiritualismo) ou material (materialismo). Para ele, essa forma de fazer psicologia estaria equivocada porque se baseia em hipóteses metafísicas que extrapolam toda a possibilidade de experiência. Sua intenção era fundar uma nova psicologia que se atenha à experiência psicológica propriamente dita, onde só há aquilo que é dado na experiência, entendida sempre como um conjunto de processos interligados.

Há a necessidade de partir da distinção que Wundt estabeleceu entre ciência natural e psicologia, para entendermos a proposta. Essa, não está na natureza do que é estudado, mas sim no ponto de vista a partir do qual ele é considerado.

2 Desenvolvimento

Constata-se que a apreensão dos processos psíquicos se dá em uma gradação, conforme níveis de clareza e distinção. Preservando a denominação da tradição leibniziana, Wundt chamará de apercepção a apreensão de extrema clareza e distinção representacional, desencadeada na presença dos processos subjetivos da atenção, enquanto se valerá da expressão percepção para referir-se ao extremo de obscuridade e indistinção.

De acordo com a natureza de toda experiência humana, as apercepções incluem condições objetivas e subjetivas. As primeiras seriam encontradas nas mudanças objetivas do conteúdo representacional e constituiriam, num sentido mais estrito, a apercepção em si.

Uma auto-observação planejada, como é recomendada pela maioria dos psicólogos, é apenas uma fonte de autoilusões. Pois, como neste caso o sujeito que observa coincide com o objeto observado, é óbvio que o direcionamento da atenção para os fenômenos modifica os mesmos. Além disso, uma vez que em nossa consciência o espaço para muitas atividades simultâneas diminui com o aumento na intensidade das mesmas, tal modificação consiste quase sempre na supressão geral dos fenômenos que se querem observar.

Admitindo que as sensações, sentimentos, representações e vontade são os indicadores a partir dos quais se reconhece a existência dos fenômenos mentais, Wundt afirma que o método natural para a investigação psicológica deve ser aquele que começa justamente por estes fatos.

Partindo da investigação experimental dos fenômenos simples da consciência, a experiência imediata poderia ser estudada em seus conteúdos objetivos (sensações) e subjetivos (sentimentos simples).

É necessário partir da investigação da consciência através dos processos psicológicos básicos, que para Wundt partiriam dos sentimentos simples (subjetivos) e sensações (objetivos).

As sensações são consideradas os processos psicológicos básicos que tem dependência dos processos físicos, ou seja, necessitam da interação do meio. Acompanhando os estímulos que atuam sobre os sentidos e caracterizando assim uma relação imediata com os objetos externos. E assim, são inconfundíveis, sendo distintas para cada sentido.

Em relação aos sentimentos simples, seriam processos básicos de natureza estritamente psíquicas, sem depender de objetos externos. São, portanto, os fenômenos correspondentes às sensações quando se tem em consideração somente a experiência subjetiva. Diferente do que ocorre com as sensações, sua relação é imediata com o sujeito, e não com os objetos, e seus atributos qualitativos variam entre extremos, passando gradualmente de uma qualidade para outra oposta, e não entre máximo e mínino de um mesmo atributo.

Resultantes de combinações de elementos sensoriais e afetivos temos três categorias de compostos psíquicos: as representações, os processos afetivos e, intimamente relacionado com estes, os processos volitivos.

A classe das representações seria constituída pelas imagens dos objetos externos ou das abstrações de suas noções lógicas. Como um processo composto, seria formada por sensações simples, cuja origem dependeria da excitação direta dos órgãos dos sentidos, das memórias destas impressões sensoriais e das imagens da imaginação.

Quanto aos processos afetivos, em função da natureza simples e indecomponível dos sentimentos e de seu caráter subjetivo, não se submetem a semelhante análise em elementos constituintes. Em tais processos, somente seria possível observar a combinação de sentimentos simultâneos em um sentimento total que, apesar de seu caráter unitário, não equivale à soma dos sentimentos particulares, mas a um novo componente afetivo, qualitativamente distinto dos seus constituintes.

“A partir destas características, a categoria das representações inclui as representações intensivas e extensivas (espaciais e temporais), e a dos processos afetivos abarcaria as emoções, os processos volitivos e as combinações afetivas intensivas.” (WUNDT, 1897, p. 92-93).

As intensivas são aquelas resultantes da associação de elementos sensoriais nas quais a ordem destes elementos poderia ser variada indefinidamente, ou seja, na combinação de sensações, cada elemento seria conectado com um segundo elemento, exatamente da mesma maneira como com qualquer outro em combinações parciais equivalentes.

Também chamadas de extensivas, as representações espaciais e temporais são caracterizadas pelo fato de seus elementos estarem unidos numa ordem definidamente fixada em relação

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