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Resenha de Ônibus 174

Por:   •  8/3/2023  •  Resenha  •  441 Palavras (2 Páginas)  •  59 Visualizações

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A invisibilidade social decorre da indiferença ou do preconceito, ao anularmos a pessoa e suas singularidades, lhe é dada uma estigmatização e só é capaz de enxergar a ideia pré concebida do jovem pobre e negro como uma ameaça, isso quando ele é percebido. Essa é a realidade de muitos e que pode ser exemplificada através da biografia de Sandro, que desde bem pequeno teve que sobreviver na rua sem amparo e correr atrás do que queria, ao contrário da crença superficial que as pessoas estão em situação de rua por não se esforçar.

Essa invisibilidade contribui para o aumento da violência entre esses jovens, que tem muita raiva acumulada e com a posse da arma ele pode ter a visibilidade que queria, apesar de ser em outro contexto, causar medo é uma forma de ser reconhecido pelo outro, apesar de agora se encaixar na estigmatização que lhe tinha sido atribuída. Para romper com esse ciclo é necessária uma intervenção real na forma como esses rapazes se enxergam, porém as instituições socioeducativas só reforçam o discurso já existente, menosprezando os jovens que acabam voltando para o crime. Como é o caso do Sandro que não teve oportunidades de sair do seu contexto, faltam políticas públicas que amparem essa população, com uma real intenção de reinserção na sociedade, através de programas educacionais de qualidade, sistema carcerário adequado, distribuição de alimento, orfanatos e afins. A dificuldade é executar as políticas de acordo com a situação real do país, que por mais bem intencionado que seja, não está sendo bem feito ou recebendo as verbas adequadas, não está resolvendo o problema pela raiz e sim lidando com as consequências com mais repressão, piorando o quadro.

As políticas públicas precisam ser revistas e melhoradas para que exista menos Sandros no mundo, que eles possam ter a quem recorrer em casos de dificuldade. O papel do psicólogo nisso pode partir de uma gestão das políticas públicas e corroborar para o funcionamento adequado, além de poder contribuir também com o conhecimento da polícia a respeito de aspectos fundamentais na hora de situações de tensão como a do ônibus 174, na qual Sandro nunca teve a real intenção de matar ninguém e poderia ter sido mais facilmente controlada, caso a polícia tivesse tal preparamento e a mídia não tivesse fornecido a ele uma visibilidade tão grande, estimulando suas atitudes. Existe uma longa caminhada a frente para romper com os preconceitos tão enraizados em todos, e é dever da psicologia contribuir para que esse processo de recuperação da identidade individual do pobre permaneça ocorrendo e no caminho certo.

Texto de referência: Juventude e violência no Brasil Contemporâneo LUIZ EDUARDO SOARES

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