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TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO

Por:   •  6/10/2019  •  Artigo  •  7.457 Palavras (30 Páginas)  •  147 Visualizações

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TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO SOB A

ÓTICA EXISTENCIAL SARTRIANA

Amanda Aparecida Vigoto[1]

Jessica Espina Maschetti[2]

Sylvia Mara Pires de Freitas[3]

TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO SOB

A ÓTICA EXISTENCIAL SARTRIANA

RESUMO: O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é definido pelo Manual de Diagnóstico e Estatístico da Associação Psiquiátrica da América como um distúrbio psiquiátrico de ansiedade, que reduz, sobremaneira, a qualidade de vida do seu portador. Sem uma precisão sobre sua verdadeira causa, fatores neurológicos, genéticos, psicológicos, comportamentais e culturais são focos de diversas teorias. Dentre as teorias psicológicas, a psicanálise e a abordagem comportamental podem ser consideradas como hegemônicas no estudo deste transtorno, contudo como quaisquer outras, não conseguem abarcar o indivíduo em sua totalidade. Cada qual contribuindo de maneira original tenta encontrar saídas para sanar ou minimizar o sofrimento do portador do TOC. Com o mesmo intento, pretendemos com este artigo contribuir na ampliação do entendimento deste transtorno, refletindo sobre o mesmo à luz do existencialismo sartriano. Nesta concepção a psicopatologia surge da falta de sentido na existência do indivíduo, em especial naqueles que se veem impedidos de realizar seu projeto de ser em contraposição ao que lhes é exigido. Sendo o futuro, e não o passado, o viabilizador ou inviabilizador do projeto e do desejo de ser, concordamos com Tripicchio (2006) sobre o transtorno obsessivo compulsivo, na compreensão existencial, ser caracterizado pela presença da angústia na vida do indivíduo, pela consciência da liberdade do ser, o que pode caracterizar esta complicação psicológica como um transtorno do devir.

PALAVRAS-CHAVE: Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Psicologia, Existencialismo sartriano.

ABSTRACT: The Obsessive Compulsive Disorder (OCD) is defined by the Diagnostic and Statistical Manual of the American Psychiatric Association as a psychiatric disorder anxiety, which reduces greatly the quality of life of its bearer. Without a precision about their true cause, neurological factors, genetic, psychological, behavioral and cultural foci are several theories. Among the psychological theories, psychoanalysis and behavioral approach can be considered as hegemonic in the study of this disorder, however like any other, can not cover the subject in its entirety. Each contributing unique way of trying to find ways to remedy or minimize the suffering of the bearer of OCD. With the same intention, this article we intend to contribute to the expansion of the understanding of this disorder, reflecting on it in the light of Sartrean existentialism. In this conception psychopathology arises from the lack of meaning in the existence of the individual, especially those who find themselves unable to perform your project to be as opposed to what is required of them. Being the future, not the past, or inviabilizador enabler of the project and the desire to be, we agree with Tripicchio (2006) on the obsessive compulsive in existential understanding, be characterized by the presence of distress in one's life, for awareness freedom of being, which can characterize this complication as a psychological disorder becoming 

KEYWORDS: Obsessive-Compulsive Disorder, Psychology, Sartrean Existentialism.

Introdução

O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é definido pelo Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM-IV, 2002) como um distúrbio psiquiátrico de ansiedade, que reduz, sobremaneira, a qualidade de vida do seu portador. Sem uma precisão sobre sua verdadeira causa, fatores neurológicos, genéticos, psicológicos, comportamentais e culturais são focos de diversas teorias. Dentre as teorias psicológicas, a psicanálise e a abordagem comportamental podem ser consideradas como hegemônicas no estudo deste transtorno, contudo como quaisquer outras, não conseguem abarcar o indivíduo em sua totalidade. Cada qual contribuindo de maneira original tentam encontrar saídas para sanar ou minimizar o sofrimento do portador do TOC. Com o mesmo intento, pretendemos com este artigo contribuir na ampliação do entendimento deste transtorno, refletindo sobre o mesmo à luz do existencialismo sartriano.

Para chegar a tal intento, iniciaremos nosso percurso contextualizando, de uma maneira geral, o TOC; após faremos uma breve explanação sobre como a psicanálise e a abordagem comportamental o concebem e, antes de adentrarmos no ponto crucial deste artigo, situaremos o leitor sobre as bases do existencialismo sartriano e como esta abordagem compreende a psicopatologia.

Características gerais do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)

O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é um subtipo dos transtornos psiquiátricos ansiosos. Foi incluída no DSM-IV (2002) como uma anormalidade mental caracterizada pela presença de obsessão e/ou compulsão, consumindo pelo menos uma hora por dia da vida do indivíduo. O Código Internacional de Doenças (CID-10, 1993) apresenta o mesmo diagnóstico do DSM-IV, porém descreve que as obsessões e/ou compulsões estejam presentes na maioria dos dias por no mínimo duas semanas.

De acordo com os estudos do médico psiquiatra Cordioli (2008a), o TOC manifesta-se principalmente mediante as alterações comportamentais como compulsões, rituais, atos repetitivos, desconforto, depressão e as inquietações do próprio pensamento como desconfianças e ansiedades excessivas.

 Desse modo Cordioli (2008a) ainda afirma que o indivíduo com TOC, mesmo se esforçando muito, não consegue afastar de sua mente pensamentos absurdos, ilógicos e atitudes que demonstrem ansiedade e descontrole, e com isso recorre às ações repetitivas ou até mesmo compulsivas para neutralizar a aflição que sente.

Para Torres; Shavitt; Miguel (2001), o início dessa patologia se mostra geralmente na idade adulta; entretanto, em alguns casos o aparecimento dos sintomas surge na infância ou na adolescência, e também pode se manifestar na terceira idade. Assim, os sintomas nestas idades sofrem variações, mas apresentam em comum os atos como os rituais, obsessões e compulsões de forma exagerada e excessiva.

Em face disso, ainda não se sabe ao certo a origem do TOC, havendo uma combinação entre fatores genéticos, neurológicos, ambientais e psicológicos. Referente ao tema, Barlow; Durand (2008) consideram que o sujeito portador do TOC apresenta certa vulnerabilidade psicológica e biológica derivadas do estresse cotidiano que viabiliza as condições emocionais da pessoa em questão, a ter de maneira irregular os diferentes e exacerbados tipos de pensamentos, imagens, impulsos intrusivos, atitudes até mesmo perigosas aliadas à ansiedade. Além disso, o fator genético é demonstrado nesse tipo de transtorno quando se observa que seus sintomas aparecem em mais de um membro da família, sendo assim, maior a probabilidade em parentes de primeiro grau, tendo maior chance nos homens.  

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