Resenha Psicologia Social

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO SOCIOECONÔMICO

DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL

PSICOLOGIA SOCIAL

PROF: Adriano Beiras

NOME: Rafaela Bigas Morello – 14101672

DATA: 29/10/2014

Artigo: Psicologia social e movimentos sociais: uma revisão contextualizada.

Referência: Jesus, Jaqueline Gomes de. (2012) Psicologia social e movimentos sociais: uma revisão contextualizada.  Psicologia e Saber Social, 1(2), 163-186 Disponível em:

http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/psi-sabersocial/article/view/4897/3620

RESENHA

O artigo “Psicologia social e movimentos sociais: uma revisão contextualizada” traz objetos de estudo da psicologia social correlacionando com movimentos sociais. No que tange aos movimentos sociais a autora preocupa-se em demostrar a formação sócio histórica dos movimentos no Brasil, seu enfoque concerne a: gênero, orientação sexual e raça e etnia no Brasil contemporâneo. Sobre os movimentos sociais a autora discorre por alguns, tais como, A marcha das Vadias, Marcha das Margaridas, Paradas do Orgulho LGBT e por fim Marcha Zumbi.

O presente texto está organizado em onze tópicos, para a leitura dele é necessário ter propriedade de alguns termos técnicos utilizados pela Psicologia Social, mas, sobretudo é um texto de fácil entendimento e bem informativo. A leitura está recomendada para os intelectuais de Psicologia Social, Serviço Social e Ciências Sociais que tenham ênfase na área de movimentos sociais, também se torna interessante para líderes e/ou participantes de movimentos sociais.

A autora é doutora em Psicologia Social tem como enfoque gestão, diversidade e movimentos sociais. Jaqueline Gomes de Jesus uma figura importante quando nos referenciamos aos direitos humanos, ativista brasileira. Em 1999 foi Presidente do Grupo LGBT de Brasília, em 2004 foi criadora do programa de rádio Beijo Livre, em 2006 criou o Projeto Cotistas na Escola e também organizou Seminário de Políticas de Ações Afirmativas para Inclusão Racial no Ensino Superior. Hoje é membro da chapa vencedora para a gestão do Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal, no qual é conselheira.

No primeiro tópico “Movimentos da sociedade” a autora chama atenção sobre como os movimentos sociais se tornaram um meio de ascensão de poder por populações antes esquecidas. Os movimentos sociais surgem no final do século XVIII, e surgem para suprir uma emergência da população, as insatisfações ou interesses de um determinado grupo social faz com que dentro de um movimento suas vozes sejam ouvidas.

No segundo tópico a autora traz duas teorias, uma seria em relação com a Teoria da Dissonância Cognitiva que decorre da pressão social para que busquem movimentos sociais que as defendam, sem que mudem seus comportamentos. O outro seria a Teoria da Comparação Social no qual o sujeito a partir de percepções e busca de informações acerca de si, forma a sua identidade social. Os movimentos como um objeto de estudo da Psicologia Social tem sido para fins de mecanismo de controle pelas classes dominantes.

No terceiro tópico Aspectos psicossociais da mobilização fica evidente que para um movimento social ter sucesso ele deve ter a capacidade de expressar sentimentos que por muitas vezes deve haver sacrificado do seu conforto pessoal. No quarto tópico aborda que o grupo deve ter o sentimento de injustiça, pois as pessoas acreditam que estão contribuindo mais para sociedade do que tendo de retorno. No quinto tópico quando se refere à Eficácia de Grupo é um item necessário para que haja maior predisposição do grupo participar por acreditarem que o movimento vai dar certo.

No sexto tópico trata-se de um elemento importante diante do movimento social, que é a Identidade Social, pois é a partir dela que o sujeito terá maior participação do grupo. O indivíduo deve-se sentir como parte do grupo social, seus sentimentos e comprometimento  e as crenças deve estar relacionada a essa identificação. No sétimo tópico a autora traz o termo afetividade, que visa a importância das emoções e sentimentos nas relações intergrupais, pois apropriando a teoria da identidade social está também relacionada com aspectos afetivo-atitudinais.

 No oitavo tópico intitulado “Análise de movimentos no Brasil” a autora cita a importância política e social dos movimentos sociais e introduz os movimentos sociais no Brasil, em particular, fala de um evento religioso chamado “Marcha para Jesus”, evento de cunho protestante. Também nos relembra que foi após período ditatorial que o Brasil tem testemunhado novas formas de expressão sobre os problemas sociais.

Um dos maiores e acredito que mais importante, encontra-se no nono tópico em que a autora vai abordar o “Movimento do gênero: vadias e margaridas”. A discussão de relação de gênero inicia-se no final do século XIX e início do século XX. O movimento “A marcha das vadias” tem início no ano de 2011 no Canadá, para opor ao estereótipo da culpabilização das mulheres, e para ser mais que uma discussão sobre o corpo é também a busca pela a igualdade de gênero.

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