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O Processo saúde-doença

Por:   •  19/8/2018  •  Resenha  •  692 Palavras (3 Páginas)  •  187 Visualizações

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O PROCESSO SAÚDE-DOENÇA

Quando atenção médica iniciou trilhar exclusivamente o caminho biológico, no início do século XX, as causas sociais como determinantes da doença e saúde ficaram esquecidas, tratando a situação saúde-doença como monocausal. Entretanto nos últimos anos tem se percebido quebras nesse paradigma: a deficiência em definir a saúde humana e os custos crescentes contrapondo a ideia de democratização no acesso aos serviços médicos. Portanto, Volnei Garrafa, cirurgião-dentista e doutor em ciências sociais, discute no artigo alguns aspectos importantes para compreender o processo saúde-doença sob a ótica das ciências sociais.

Para estudar o homem deve se ter a visão de que este homem é parte de uma sociedade, onde as relações sociais de produção determinam a forma de organização da vida social, considerando-os uma unidade. Ao passo que o homem produz seus meios de sobrevivência, constrói também sua vida, assim a produção é um processo social e a doença dever ser enfrentada da mesma forma. Portanto o que é importante é analisar como acontece o desenvolvimento da saúde-doença na realidade e suas múltiplas causas. Dando exemplo de regiões onde algumas doenças são mais agravantes que em outros lugares por causa de suas peculiaridades, como o câncer de lábio recorrente em pescadores e agricultores de baixa renda, é evidenciado a significância do componente social para estudar as causalidades no processo de enfermidade e as condições de trabalho as determinantes, em grande parte, das formas de viver.

        Antes de discorrer sobre a totalidade concreta, Garrafa deixa afirma que é necessário entender a realidade, pois uma envolve a outra, desse modo, a realidade é um todo dinâmico e integrado. No século XX o conceito de totalidade foi amplamente discutido sob o perigo de ser entendido unilateralmente, sendo o maior problema a redução desse conceito a uma simples metodologia. Tal colocação concordava a separação do homem em partes, no sentido de dividir e subdividir os estudos desenvolvidos sobre o homem, mas uma análise assim separada pode tornar-se a social e desvinculado da realidade.  Pegando o conceito de Kosik sobre totalidade concreta, Garrafa explana que ela é uma teoria da realidade e de seu conhecimento como tal.

        O cientificismo de uma pesquisa é determinado pela falta de discernimento de variáveis aplicáveis para chegar na essência do estudo. Para as profissões da área da saúde a posição científica é determinada pela interpretação da realidade concreta e os meios variáveis a serem tomados na solução de problemas, quando o enfoque é curativo-reparador torna-se cientificismo por ser superficial e apenas buscar a necessidade individual.

        O caráter social do conhecimento é histórico, cumulativo e responde às necessidades da sociedade, por isso a ciência e a teoria voltam para a prática subsidiando a vivencia do homem. Apesar da ciência avançar bastante, o acesso a ela tornou se difícil para as minorias populacionais que decorre geralmente por razões políticas, sociais e monetárias.

        Empregar o termo ‘nível de vida’, para tratar do desenvolvimento social, tem causado inúmeras discussões, numa reunião realizada há alguns anos, patrocinada pela ONU, foram definidos alguns componentes e indicadores para aproximações afinadas de aspectos da situação vital global. Entretanto alguns puderam ser quantificados como a ‘educação’, ‘nutrição’ e outros não, porque tinha-se dúvidas quanto a objetividade, como o aspecto de ‘saúde’ e ‘liberdades humanas’. Ao tratar de forma separada o processo de saúde e doença ocorre uma dicotomia nas ações básicas de saúde e nos procedimentos médicos, o que resulta em nosso país na existência de dois organismos nacionais voltados para tratar da doença e outro da saúde. O autor, retirando o conceito da sociologia de bem-estar, afirma o significado de bem-estar como regido por leis de consumo, tornando-se a saúde, entendida como objeto de consumo, acessível aos proprietários de capital. Estudar a saúde e doença deve ser abordado de forma dinâmica, integrada e real, pois são momentos interdependentes de um mesmo processo de vida, quando se perde saúde, torna se doente e vice-versa. Sendo este processo determinado pela condição de vida na qual a pessoa está envolvida.

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