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As tranformacoes no cuidado do paciente em transtorno mental

Por:   •  10/11/2016  •  Artigo  •  4.258 Palavras (18 Páginas)  •  621 Visualizações

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AS TRANSFORMAÇÕES NO CUIDADO DO PACIENTE COM SOFRIMENTO                         MENTAL[1]

        

                                                                                               Maria Angela Schoupinski[2]

                                                                                                        Maria Neli Domingues         3

                                                                                     Rayane Pelegrini de Deus4

                                                                                                                 Rosana Flanklin5

                                                                                                Tatiane Merecina Machado6

                                                                                                         Eraldo Carlos Batista7

RESUMO: Trata-se de reflexão teórica acerca de como se deram historicamente a percepção e a conceituação da loucura e, conseqüentemente, das formas de agir perante a família e a sociedade, levando em conta os cuidados. Este artigo teve como objetivo discorrer sobre o cuidado com a pessoa em transtorno mental dentro do seu ambiente familiar e a sociedade. Trata-se de uma revisão bibliográfica a partir de livros, artigos científicos, revisão teórica sobre a reforma psiquiátrica e as transformações. O papel da família como cuidadora juntamente com ajuda e auxilio do Enfermeiro, sendo abordados aspectos como a sobrecarga, as dificuldades encontradas pelas famílias, e como a sociedade lida com tudo isso, entre outros. Conclui-se que a importância em se conhecer as formas históricas do conceito de loucura reside na possibilidade de se poder desnaturalizar as concepções e refletir acerca da prática que são realizadas hoje na assistência às pessoas em sofrimento mental.

Palavras-chave: Transformações. Cuidado. Família. Sociedade.  

Abstract

This is a theoretical reflection about how historically have perception and conceptualization of madness and consequently the ways of acting within the family and society, taking into account the care. This article aims to discuss the care of the person with mental disorder within their family environment and society. This is a literature review from books, scientific papers theoretical review of psychiatric reform and transformation. The role of the family as a caregiver together with help and assistance of the nurse, and addressed issues such as overload, the difficulties encountered by families, and how society deals with this, among others. It is concluded that the importance of knowing the historical forms of the concept of madness is the possibility of being able to deconstruct the concepts and reflect on the practice which are held today in the care for people in mental distress.

Keywords: Transformations. Caution. Family. Society.

INTRODUÇÃO

Com os avanços das Reformas Psiquiátricas, muitas mudanças vêm ocorrendo, desde o cuidado que o Enfermeiro deve ter com o paciente com transtorno mental, até o afeto familiar e a sua convivência com a sociedade. No campo da saúde mental, certamente a maior conquista é o processo de desinstitucionalização do portador de sofrimento psíquico e a gradual implementação de serviços de saúde em meio aberto, como os CAPS. A partir dessa reformulação, os sujeitos que antes viviam enclausurados nos hospitais psiquiátricos, agora podem contar com um tratamento mais próximo de seus familiares e da comunidade onde eles vivem.

Porém, nossa sociedade, bem como as famílias, estão pouco preparadas e amparadas para acolher o portador de sofrimento psíquico, havendo ainda uma lacuna entre o cuidado que se tem e o cuidado que se almeja ter em saúde mental.

Ao mesmo tempo em que o mundo mudo sua forma de ver e de se relacionar com a

loucura, também o papel da família na sociedade também passa por inúmeras transformações.

Muda a forma de se pensar a implicação da família no aparecimento da doença mental, uma vez que a literatura atual sobre o tema coloca a família tanto como a grande causadora do adoecimento psíquico quanto como potente meio de cuidado e melhora.

1 METODOLOGIA 

         Trata-se de uma revisão bibliográfica a partir de livros, artigos científicos. Revisão teórica sobre a reforma psiquiátrica e as transformações, juntamente com a família e a sociedade moderna.

         

 

2. A loucura na antiguidade e na Idade Média

          Na antiguidade, há cerca de 2.500 anos na Grécia, existiam apenas alusões à loucura como comportamentos estranhos, ou seja, a loucura era considerada, de um modo geral, uma manifestação dos deuses (manifestação divina) (VASCONCELOS, ROSA, 2003).

Coexistindo com essa visão, na Grécia antiga, Aristófanes acreditava que a doença mental pudesse ter características específicas e uma causa definida. Ele justificava o pensamento da época, que atribuía à doença mental uma manifestação divina, à peculiaridade da doença que causava assombro aos demais. Por pensar na doença mental como orgânica Aristófanes defendia uma intervenção a base de banhos, purgativos e de alimentação especial (VASCONCELOS, ROSA, 2003).

A compreensão de Saúde Mental tem passado por diversas fases dentro da história. Em épocas passadas, as doenças eram explicadas como resultantes da ação sobrenatural; a partir de 600 a.C., os filósofos gregos trouxeram a idéia organicista da loucura e até o começo da Idade Média o tratamento dispensado era de apoio e conforto aos doentes mentais ((SOUZA, 2007).

Ainda na Idade Média, os conceitos de louco, em razão da ignorância da época e do fervor religioso, tinham definições parecidas. Os que infringiam os mandamentos da lei de Deus e os doentes mentais propriamente ditos estavam na mesma situação diante os religiosos. Os pecadores ainda tinham maiores chances de serem salvos. Religião e doença mental, portanto, faziam parte do mesmo grupo. Para a época, todo pecador era também um demente (VASCONCELOS, ROSA, 2003).

Se o doente não apresentava sinais de violência, ele vivia normalmente com a família, integrando-se a ela e à sociedade, pois sua doença era mandada por Deus, e todos dependiam de suas graças. Porem se não tivesse quem cuidasse dele, o mesmo era enviado para um asilo. Para as pessoas saudáveis, ajudar um louco propiciava-lhes uma boa ação aos olhos de Deus, pois as boas obras contribuíam para a salvação da alma. Os loucos eram, portanto, necessários, pois ofereciam às pessoas uma oportunidade de, com suas boas ações, ganharem o reino dos céus (VASCONCELOS, ROSA, 2003).

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