TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Estudo de caso Doenças Cardiovasculares

Por:   •  6/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  8.671 Palavras (35 Páginas)  •  1.745 Visualizações

Página 1 de 35

ESTUDO DE CASO - DOENCAS CARDIOVASCULARES

CASO

E.B.M. 71 anos, viúvo, com três filhos, aposentado da Bolsa de Valores, residente no bairro do Leblon, tabagista há 30 anos, com uso de uma carteira de cigarros por dia, etilista social. Nega diabetes e hipertensão, porém informa não realizar aferição há pelo menos 2 anos, porque nunca sentiu nada (SIC). Informa hábitos alimentares, com consumo de muitas frutas, legumes e verduras e também carne vermelha, gordura e sal. Compareceu à unidade hospitalar, com relato de muita dor de cabeça, dor no peito, desconforto generalizado e mal-estar. Sinais Vitais: PA: 210x120mmHg, FC: 60bpm, R: 25irpm, T: 36,5ºC.

A partir daí, responda:

  1. Quais são os fatores de risco para as doenças cardiovasculares? Cite e explique:
  1. Quais são os sinais e sintomas referentes aos distúrbios do aparelho cardiovascular? Cite e explique:
  1. Como é realizado um exame físico característico do aparelho cardiovascular?

FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES        

FATORES IMUTÁVEIS

Quanto à idade, o risco de doença cardiovascular (DCV) duplica após os 55 anos1, com morbidade duas vezes maior nos homens, dos 35 aos 44 anos, com queda progressiva desta diferença, reduzindo-se a 1:1 após os 75 anos2.

Em relação ao gênero, os homens tem maiores chances de ter um ataque cardíaco e os seus ataques ocorrem numa faixa etária menor3. Além da perda do efeito protetor do perfil hormonal estrogênico pré-menopausa parece ser fator de risco importante4 .

 No que se refere ao perfil genético, a predisposição genética para doença cardiovascular é indicada por história familiar de doenças arteriais coronarianas (DAC), acidente vascular cerebral (AVC), hipertensão arterial e diabetes4. É importante fator de risco de DAC prematura em parentes do primeiro grau, homens abaixo dos 55 anos e mulheres abaixo dos 65 anos1,5.

Quanto à etnia, a raça negra é um determinante de elevado risco de evento cardiovascular6. A alta prevalência de hipertensão, obesidade e diabetes entre negros pode contribuir para elevadas taxas de mortalidade por DCV; o mesmo tem ocorrido com etnias indígenas. No Brasil, a importância da miscigenação na modificação desse risco ainda é fator a ser melhor avaliado.

FATORES MUTÁVEIS E HÁBITOS DE VIDA CONTROLÁVEIS

Hipertensão Arterial é definida como pressão arterial (PA) sistólica 140 mmHg e/ou PA diastólica 90 mmHg, confirmada em pelo menos duas medidas, dias ou semanas a parte, ou pelo uso de medicação antihipertensiva7. A HA ocorre, frequentemente, agregada à dislipidemia, sobrepeso/obesidade (SOB/OB) visceral, resistência à insulina e diabetes (tipo 2)8, apresentando-se, em 20 a 30% dos casos, associada à síndrome metabólica9. O tratamento atual da HA é baseado em medidas não farmacológicas e farmacológicas10. A queda da PA reduz proporcionalmente o risco de AVC e de DAC em cerca de 40% e 25%, respectivamente11,12.

O Diabetes Melittus tipo 2 (DM2) é o principal FR de doença macro e microvascular, atingindo principalmente as artérias e arteríolas coronárias, cerebrais, renais e periféricas dos membros inferiores. O seu principal fator predisponente é o SOB/OB, com excesso de gordura visceral abdominal. A atividade desses adipócitos, com excessiva produção de ácidos graxos é a principal responsável pela resistência à ação da insulina ao nível da musculatura estriada, levando à hipersinsulinemia. Do desequilíbrio entre o grau de resistência à insulina e a produção de insulina pelas células beta do pâncreas resultam graus variados de intolerância à glicose (glicemia de jejum persistente  100mg/dL e < 126mg/dL) e DM2 (glicemia de jejum persistente  126mg/dL). A prevenção e tratamento da DM2 inclui mudanças no estilo de vida, como perda de peso, com mudança de hábitos alimentares e exercício físico regular, suspensão do fumo e contínua educação em saúde11,13. A DCV é a principal causa de morte em diabéticos.

O Sobrepeso e a obesidade visceral são expressas pelo índice de massa corporal (IMC) e pelo perímetro da circunferência abdominal (CA) -  O IMC 25 e <30 indica SOB e  30 OB; o perímetro da CA  > 88cm em homens e > 84cm em mulheres14,32. Sabe-se que 32% da população brasileira apresenta SOB (IMC25) e 8% OB (IMC30), com tendência ao crescimento destas prevalências, atingindo todos os extratos sociais, gêneros e grupos etários15,16. O SOB e a OB visceral constituem o principal fator predisponente de HA, resistência à insulina, DM2 e dislipidemia aterogênica [HDL-C (high-density lipoprotein) baixo e triglicérides (TG) alta], nas populações pediátrica e adulta17. Estes, quando agregados, no mínimo em três, constituem a síndrome metabólica (SM)18,19. A sua prevenção e tratamento é fundamental para manter a saúde (prevenção primordial) e diminuir a prevalência e incidência de DM2 e DCV (prevenção primária e secundária).

As dislipidemias ocorrem às custas de: aumento do colesterol [total e LDL-C (low-density lipoprotein)], aumento dos TG, ou de ambos, e/ou redução do HDLC, sendo classificadas em hipercolesterolemia ou hipertrigliceridemia isolada ou mista, na presença de ambas, ou de HDL-C baixo quando apenas esta fração se encontra diminuída20. Comumente, a diminuição do HDL-C ocorre em paralelo com a elevação dos TG, constituindo a chamada dislipidemia aterogênica. As dislipidemias constituem fator de risco causal maior de aterosclerose, mormente DAC. Assim, a sua identificação precoce e o controle são importantes para a prevenção primária e secundária da doença aterosclerótica. Devem ser pesquisadas obrigatoriamente em crianças, adolescentes e adultos com FR para DCV, e em adultos de baixo risco, como medida geral de saúde pública19.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (59.2 Kb)   pdf (288 Kb)   docx (38.8 Kb)  
Continuar por mais 34 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com