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O Processo de amamentação e suas implicações para a mãe e seu bebê

Por:   •  19/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.491 Palavras (10 Páginas)  •  373 Visualizações

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SUMÁRIO

1. Introdução teórica 1

2. Objetivos 8

2.1 Geral 8

2.2 Específico 8

3. Hipótese 10

4. Justificativa 12

5. Referencias 13

1. INTRODUÇÃO TEÓRICA

Donald Woods Winnicott (1986-1971) foi um pediatra e um psicanalista inglês. Seus estudos concentraram-se na importância da relação mãe-bebê para a estruturação da saúde mental de qualquer ser humano. Para o autor, os primórdios da vida subjetiva do sujeito encontram-se na vulnerabilidade, a qual está presente de forma praticamente absoluta no inicio da vida do bebê inserido em um determinado ambiente, e a qual necessita de um manejo adequado para que obtenha um desenvolvimento emocional saudável.

No decorrer de suas obras, Winnicott preocupou-se em afirmar que o cerne de seus estudos não consistia em ensinar as mães a cuidarem de seus bebês, pois para ele, a capacidade de cuidar e reconhecer a totalidade das necessidades do bebê nos seus primeiros anos de vida encontra-se nas mães devotadas, de forma naturalmente.

No início, o indivíduo é como uma bolha. Se a pressão vinda de fora se adapta ativamente à pressão interior, então a bolha é a coisa mais importante, isto é, o self do bebê. Se, no entanto, a pressão ambiental é maior ou menor do que a pressão dentro da bolha, então não é a bolha que é importante, mas o meio ambiente. (Winnicott, 1949/1978, p. 325).

Desta forma, a partir do nascimento do bebê até os seus primeiros anos de vida, se constituirá as primeiras relações materno-infantis. Essa relação será desenvolvida reciprocamente entre mãe-bebê desde a concepção, permeando pelo desenvolvimento do bebê no útero, até o nascimento. Será a partir desse ciclo que se desenvolverá uma relação mutua de respeito e confiança entre mãe-bebê.

Diante desta relação, a mãe terá o papel de desenvolver de forma naturalmente uma relação simbiótica com o bebê, através de uma comunicação não verbal. Ela, então será o primeiro ambiente do qual o seu bebê utilizará para se desenvolver emocionalmente. Já o bebe, caso tudo ocorra bem até aqui, conseguirá reconhecer o tom de voz da mãe e o calor do seu corpo, assim como já vivenciava no útero materno. A partir disso, será construído o psiquismo do bebe, a sua subjetividade e seu self.

“O amor ou o cuidado só podem ser expressos e reconhecidos em termos físicos através de uma adaptação do ambiente proveniente de todas as direções. Uma das mudanças provocadas pelo nascimento é a de que o recém-nascido precisa adaptar-se a algo absolutamente novo, à vivência de estar sendo empurrado de baixo para cima, em vez de ser contido em toda a sua volta. O bebê muda da condição de ser amado por todos os lados para a condição de ser amado somente de baixo para cima. As mães reconhecem esse fato pela maneira como seguram seus bebês e às vezes os enrolam de alto a baixo em roupas bem apertadas: elas procuram dar tempo ao bebê para que ele se acostume ao novo fenômeno”. (Winnicott, 1990, p. 151).

Ao longo dos tempos, evidenciamos mudanças ocorridas no âmbito familiar e na relação mãe-bebê. As mulheres, antigas donas de casa, encontram-se hoje no mundo do trabalho, tendo as mesmas responsabilidades do homem ou até mais, diferente de épocas atrás onde a profissão da mulher, no geral, consistia em ser dona do lar, seus afazeres eram cuidar dos filhos, da casa e do marido. Naquele tempo, as mulheres, em sua maioria, não trabalhavam fora e tinham a proteção do marido proporcionando um ambiente possível para que ela desempenhasse o papel de mãe suficientemente boa.

Segundo Grando (2012), dos tempos remotos aos dias atuais, presenciam-se essas mães desempenhando várias atividades na sua vida pessoal e profissional, ocupando cargos importantes que antes eram unicamente ocupados pelo homem. Ser mãe hoje implica em uma conciliação pesada de diversas funções simultâneas, entre trabalho doméstico, vida profissional e a criação dos filhos, hoje temos uma pressão cultural e social sobre as múltiplas facetas da identidade feminina.

Diante desse novo cenário, espera-se que essa mãe seja capaz de satisfazer as necessidades do seu bebê em todas as fases de sua vida, e ser assim, uma mãe suficientemente boa, porém, não é sempre que isso acontece, várias dificuldades são encontradas por elas, e vários fatores podem afetar essa relação.

Outro fator que vem se tornando cada vez mais comum na sociedade e que na maioria das vezes, traz à tona grandes dificuldades na relação mãe-bebê, é a gravidez precoce.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o alto índice está na faixa etária entre 15 e 19 anos, com mais de 400 mil casos registrados. Nas duas últimas décadas, a incidência de casos tem aumentado significantemente e ao mesmo tempo, tem diminuído a média de idade das adolescentes grávidas. Geralmente, quando uma adolescente engravida, ela se vê numa situação não planejada e até mesmo indesejada.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na gravidez precoce, também existem fatores de complicação, como o aborto espontâneo, parto prematuro, maior incidência de cesárea, dificuldades na amamentação e depressão.

Situações estas, que influenciam diretamente na estruturação da relação e no vínculo da mãe e do bebê, além de situações como o despreparo, a condição social, a desestruturação familiar, falta de educação adequada, abandono do parceiro e a imaturidade.

Ser mãe, em um sentido existencial, é dar continuidade a si, em outra vida. Requer desvelado amor, prestativo carinho, atenção constante e um profundo senso de dedicação. O “ser mãe”, traz consigo um chamado às responsabilidades maternas, como também a abdicação ou suspensão de outros interesses, tornando-o supérfluo no momento; deste modo, promovendo uma “maternagem suficientemente boa” (Winnicott).

Assim sendo, segundo; Winnicott, “é necessário que as condições ambientais sejam adequadas”. Estas condições externas (ambientais) são necessárias para que haja um bom rapport no desenvolvimento do fraco ego do bebê nos primeiros meses de vida. Deste modo, a condição de maturação e da organização psíquica da mãe é mister para que possa haver essa identificação na simbiose entre a mãe e o bebê, fortalecendo seu

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