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A LÍNGUA ESCRITA

Por:   •  11/4/2017  •  Monografia  •  3.086 Palavras (13 Páginas)  •  189 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

ANA PAULA DA COSTA MELLO

BEATRIZ DOS SANTOS MAIA

JULIANA FONSECA DE OLIVEIRA

LEONARDO ROCHA DE VASCONCELLOS

LUCIANA DIAS CALIXTO

RENAN RODRIGUES AMARO

A LÍNGUA ESCRITA

RIO DE JANEIRO

2017

A Língua Escrita

        A escrita marca a transição da pré-história para a história. Não é algo natural, e sim algo a ser aprendido ao longo da nossa vida e que é muito influenciada pelo meio em que vivemos e pela nossa interação com as outras pessoas. Porém, aprender a ler e a escrever não é tão simples assim.        

É com os Sumérios que se desenvolve a escrita propriamente dita e começa-se a vincular esses registros à língua oral e a introdução de um sistema de fonetização. Signos com valores silábicos bem como a seqüência, começam a se desenvolver no processo da escrita, houve, pois, um o desenvolvimento de um sistema representativo, mas sem a constituição ou criação de um alfabeto. Só mais tarde no Antigo Egito (cerca de 3.000 a.C) esse sistema ganha sinais para as consoantes e influenciam algumas civilizações do Egeu surgindo mais tarde a escrita em Creta.

        Em meio a inúmeras contradições acerca da criação do alfabeto ficou considerado que ele foi inventado e desenvolvido pela tradição fenícia mais tarde chegando aos Gregos que tinham uma idéia de representação silábica, escrevendo os sons de uma língua de modo separado.        

        Para Jean Jacques Rousseau, a linguagem humana evoluiu gradualmente como uma necessidade de expressar sentimentos.  Para ele, o “grito da natureza” dado pelos homens implorando socorro diante de perigos ou dores, foi a primeira linguagem.  Outras teorias vêem a fala como uma imitação de sons e gestos, evoluindo para uma língua um pouco mais sofisticada.        

        Historicamente, falar era e continua sendo importante, porém as informações acabam se perdendo com o tempo, por não serem registradas. A evolução da língua escrita surgiu milhões de anos depois, possibilitando os registros, acúmulo de saberes e criando novos conhecimentos a partir do que já se foi obtido anteriormente. Hoje, não conseguimos pensar em um mundo sem letras, leitura e escrita.        

        A escrita aparece no momento que o homem começa a expor o que pensa e sente pelos signos, que são compreendidos por outros homens.        

        O homem inventou a escrita há cerca de 4.500 anos a C. Mas seu surgimento propriamente dito caracteriza-se pelo desenvolvimento da civilização através da arte, da agricultura e do comércio.        

        Escrita vem do latim “scribere” que quer dizer escrever, fazer letras.  Já Voltaire a define como “pintura da voz”. D. Diringer como “expressão gráfica do discurso” e H. Higouner como “expressão gráfica da linguagem”.        

        Podemos observar através da arte rupestre (desenhos e gravuras feitos em cavernas) a necessidade que os povos primitivos apresentavam de se comunicarem através de pensamentos e sentimentos.  Essa forma de registro refere-se à chamada escrita pictográfica, e é descritiva, não há ligação com a fala ou o idioma.        

        Essa descrição evoluiu para a escrita mnemônica, que é representativa. De acordo com Guerrero, a escrita mnemônica era uma representação figurativa de um só conceito ou idéia. Para Barbosa, foi um fator fundamental no desenvolvimento da escrita.        

        A etapa a seguir é a logográfica, onde uma representação tem vários significados, mas ainda sem ligação com a fala.

Há cerca de 3.500 a C. Os registros eram por meio da escrita hieroglífica, podendo ser: sagrada, reservada aos sacerdotes (hierática) e destinado à redação de cartas (epistolográfica). Nesse início, os registros eram pictográficos (as idéias eram transmitidas através de desenhos) representando figuras e não sons.         

        Essa escrita existiu por aproximadamente três milênios, sofrendo algumas modificações, sendo muito atribuída à civilização egípcia, que só mais tarde, adquiriu característica fonética (Aranha, 1996).                        

A escrita veio a se popularizar de fato pelos idos dos séculos VIII e VII a.C dando origem a outros alfabetos como o etrusco, o gótico e o Latino tendo sido este último popularizado pelo império romano chegando até nós.

É de suma importância compreender que ler e escrever não são processos naturais, mas sim culturais. Se compreendermos que a escrita é algo arbitrário compreenderemos também que não há um sistema rígido que eu possa enquadrar esta ou aquela criança com “problemas” de alfabetização como incapaz, deficiente ou algo do tipo. É importante observar que a leitura e a escrita são ferramentas úteis a fim de viver bem em sociedade e compreender suas complexas relações.

Alfabetização como prática histórica e cultural

        Foi somente com a revolução Francesa que se iniciou o processo de alfabetização como prática escolar. No entanto em seu início a alfabetização era somente àqueles que podiam pagar um preceptor ou pudessem as próprias famílias ensinar até por que era um material caro. O aprendizado da leitura e escrita nesse primeiro momento ocorre de maneira gradual e distinto, com um mestre pra cada tarefa e materiais rústicos.

        Apesar de ter gênese na revolução Francesa, foi no Iluminismo que se alavancou a idéia da ampliação do conhecimento da leitura e escrita perpassando outros momentos, mas no cerne dos movimentos progressistas da humanidade sempre esteve presente o ideal uma “educação para todos”.

Como estrutura escolar antes dos anos de 1789, adotava-se uma alfabetização sucessiva e distinta, onde primeiro a criança aprendia a ler para depois aprender a escrever, já que para a época a escrita era considerada uma arte: pois, os caracteres eram desenhados com arabescos, e, o material utilizado para a escrita era a pena de ganso e tinteiro, o que requeria delicadeza no manejo dos materiais; e para escrever, exigia-se certa postura. Ou seja, tinha de manter uma posição correta do corpo.

Quanto aos mestres escolares da época, esses eram especializados: uns ensinavam a ler, outros a escrever, e nas classes cujo mestre ensinava mais de uma habilidade, o ensino também se fazia de forma individualizada, sendo as crianças divididas em grupos de estágio de aprendizagem. Para cada nível havia um custo, e o preço do material era outro obstáculo à popularização do ensino.

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