TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

COMPARTILHAMENTO DE MEMÓRIA E DE CONHECIMENTO: UM ESTUDO DE CASO DA BIENAL DO MERCOSUL

Por:   •  15/5/2017  •  Artigo  •  3.523 Palavras (15 Páginas)  •  254 Visualizações

Página 1 de 15

COMPARTILHAMENTO DE MEMÓRIA E DE CONHECIMENTO: [pic 1]

UM ESTUDO DE CASO DA BIENAL DO MERCOSUL

Márcio Leandro Michel

Centro Universitário La Salle – UNILASALLE

marcioleandromichel@gmail.com

Tamára Cecilia Karawejczyk

Centro Universitário La Salle – UNILASALLE

tamarak@terra.com.br

RESUMO

A Bienal de Artes Visuais do Mercosul é uma mostra internacional de arte contemporânea que ocorre em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, desde 1997; consolidando-se num evento cultural, de grandes proporções, como resposta às transformações culturais ocorridas nas duas últimas décadas. Procurando entender a forma como ocorreu o diálogo entre as partes, a troca de experiências, as relações interorganizacionais e o compartilhamento entre as parcerias firmadas na realização da Bienal do Mercosul, este artigo tem por objetivo analisar como ocorreram as práticas de compartilhamento de memória e do conhecimento interorganizacional da Bienal do Mercosul. A metodologia escolhida foi o estudo de caso e a coleta de dados foi efetivada pela pesquisa documental e pela entrevista narrativa. Para compor a análise dos dados lançou-se mão da análise de conteúdo, e para tanto se contemplaram as categorias de análise, com base na síntese teórica. Os resultados deste estudo revelam que há compartilhamento tanto de memória, quanto de conhecimento, entretanto a gestão deste conhecimento apresenta pouca objetividade, o que demonstra a perda de informações e, em alguns casos, retrabalho.

Palavras-Chave: Bienal do Mercosul. Gestão do Conhecimento. Compartilhamento do Conhecimento Interorganizacional.

ABSTRACT

Mercosul Biennial of Visual Arts is an international contemporary art exhibition that has taken place in Porto Alegre, the capital city of Rio Grande do Sul, since 1997; consolidating as a cultural event of great dimensions, in response to cultural changes that happened in the last two decades. To try to understand what the dialogue between the parties was like as well as the exchange of experience, the inter-organizational relations and sharing between partnerships established while holding Mercosul Biennial, this research study aims to analyze how the inter-organizational practices of sharing memory and knowledge about Mercosul Biennial occurred. In this study, the methodology chosen was a case study and data were collected with documentary research and narrative interviews.  Data collection used documentary research and narrative interviews as the main sources.  To compose data analysis, we used content analysis and, for this purpose, we included categories of analysis, based on theoretical synthesis. The results of this study show that, there is, indeed, much sharing of both memory and knowledge. However, the management of this knowledge has little objectivity, which demonstrates information loss and, in some cases, rework and mismatches.

Key words: Mercosul Biennial. Knowledge Management. Inter-organizational Knowledge Sharing. Import.

COMPARTILHAMENTO DE MEMÓRIA E DE CONHECIMENTO:[pic 2]

UM ESTUDO DE CASO DA BIENAL DO MERCOSUL

1 INTRODUÇÃO 

Este artigo tem como tema a identificação e a análise de como ocorreram as práticas de compartilhamento de memória e do conhecimento na Bienal do Mercosul[1]. A acumulação flexível referenciada por Harvey (2005) fez surgir novos setores de produção, novos modelos de prestação de serviços, novos mercados e consequentemente, novos formas de gestão do capital humano.  A partir da criação de novos setores de produção, a esfera cultural passa a ser reconhecida como possibilidade de fomento ao crescimento econômico, ou seja, pode gerar lucro. Neste sentido, surge um novo conceito: a “globalização cultural” (CESNIK e MALAGODI, 2004). Este fenômeno, para os autores, impulsionou o crescimento do mercado cultural e de lazer.

A Bienal do Mercosul é um evento cultural, de grandes proporções, como resposta as transformações culturais. Nasceu com nome e sobrenome, e não se restringiu apenas ao Mercosul, internacionalizando-se. Nesse sentido, é preciso levar em consideração as características dos bens tratados, essencialmente, das obras de arte: bens de valor intangível, alguns com alto valor agregado e muitos sendo frágeis e raros e não reproduzíveis.

É neste cenário que este estudo se desenvolve, procurando identificar o processo da gestão e compartilhamento de conhecimento, que surge na década de 1990 como uma forma específica de fazer com que o conhecimento produzido na empresa seja: identificado, gerenciado e mantido na organização, independentemente de quem o produziu. Nesse contexto, elaborou-se como objetivo deste texto analisar como ocorreram as práticas de compartilhamento de memória e do conhecimento na 9ª Bienal do Mercosul (2013).

 

2 COMPARTILHAMENTO DA MEMÓRIA: A BIENAL DO MERCOSUL

A Bienal do Mercosul teve sua primeira edição em 1997, e ocorre a cada dois anos. Com o título Se o Clima for Favorável, a 9ª Bienal do Mercosul de Porto Alegre se caracterizou como um convite à reflexão sobre quando, como e por que certos trabalhos de arte e ideias ganham ou perdem visibilidade em um dado momento no tempo. O projeto curatorial da 9ª Bienal foi concebido e realizado por meio de três iniciativas centrais: Portais, Previsões e Arquipélagos, nome dado à exposição de arte contemporânea que apresentou obras novas e históricas; Encontros na Ilha, uma série de discussões e publicações; e Redes de Formação, um programa pedagógico em arte. Ainda destacando fatos e números da Bienal, a 9ª Edição trouxe exposições e instalações de diversos países, e apresentou 101 obras de arte de 59 artistas de 28 países.

O processo de construção da 9ª Bienal do Mercosul (2013) teve início dois anos antes, aproximadamente. No caso da 9ª Edição, a FBAVM elegeu a presidência em 2012 e até o final do evento ocorreram as seguintes etapas, como se observa na Figura 1 a seguir:

Figura 1: Linha do tempo da Bienal

[pic 3]

 Fonte: Elaborado pelos pesquisadores (2016)

A memória que se analisa neste estudo está pautada na continuidade e na coletividade e, ainda que se fale de um indivíduo, ou de uma nação, a base da formação da memória se faz presente em cada detalhe. De acordo com os estudos de memória de Halbwachs (2006) entende-se que:

...

Baixar como (para membros premium)  txt (23.3 Kb)   pdf (246.1 Kb)   docx (27.7 Kb)  
Continuar por mais 14 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com