Estudo de Caso: Que Tal um Mergulho

Que tal um mergulho?

A atividade de mergulho com cilindro, também conhecida como mergulho autônomo ou scuba, tem, cada vez mais, conquistado adeptos no mundo, inclusive no Brasil. Por usar uma fonte de ar comprimido, essa técnica permite que o mergulhador permaneça mais tempo submerso, o que não ocorre no caso de técnicas como apneia ou snorkeling. Um mergulho recreativo pode durar, em média, de 20 a 60 minutos, dependendo da profundidade e do ar utilizado (comprimido ou enriquecido). O aumento da quantidade de operadoras de mergulho acompanha a tendência de crescimento do setor: na cidade de São Paulo, por exemplo, já são mais de 20. Grande parte dessa popularidade pode ser atribuída a Jacques Cousteau, pesquisador francês que estudou o mar e as formas de vida aquática. Ele, com Émile Gagnan, inventaram, em 1943, o Aqualung, um conjunto completo de equipamento de mergulho composto por scuba e BCD, colete que se conecta ao regulador pelo qual o mergulhador respira o ar comprimido de um tanque colocado nas costas. Esse equipamento substituiu os pesados e desengonçados equipamentos do passado, tornando o mergulho mais fácil, agradável e recreativo. Com isso, ilhas isoladas que tinham pouco mais que praias para entreter os turistas passaram a ser impulsionadas pelo mergulho. Muitos profissionais da área afirmam que o mergulho também incentiva a conscientização ambiental e sustentabilidade do lugar, pois muitos trabalhadores locais passam a depender da atividade e da conservação da natureza.

O Brasil, apesar da vasta costa oceânica, possui poucos lugares onde a atividade de mergulho autônomo é desenvolvida e agraciada pela natureza. Entre as exceções mais populares estão Fernando de Noronha, Abrolhos e Recife. Há poucos pontos de mergulho e operadoras no país se comparado com as regiões do Caribe, das ilhas do Pacífico, do Mar Vermelho, da Ásia e do Oceano Índico. Além disso, as regiões de mergulho, com exceção de Fernando de Noronha, tem restrições como pouca visibilidade, águas frias que requerem roupas pesadas de neoprene e, muitas vezes, longas navegações até os pontos de mergulho, o que causa desconforto aos mergulhadores e aumenta o custo das operadoras.

Uma pesquisa nacional realizada em amio de 2008 sobre o perfil do mergulhador brasileiro aponta que 87,1% dos mergulhadores são do sexo masculino; desses, 93,13% tem 50 anos ou menos; a maioria (44,92%) encontra-se na faixa etária entre 31 e 40 anos; 25,44% tem renda maior que R$ 5.000,00 e 59,35% tem renda entre R$ 2.000,00 e R$ 5.000,00. A principal certificação dos pesquisados é o curso avançado (29,53%), seguido pelo básico (19,63%). A maior certificadora é a Padi (Professional Association of Diving Instructors), (44,42%). A pesquisa revela que os mergulhadores brasileiros viajam pelo menos uma vez por ano para mergulhar tanto no Brasil (89,31 %) como no exterior (45,23%), por meio de operadora de turismo (23,86%), de pacotes de operadoras de mergulho (44,94%) ou de viagem por conta própria (31,20%); anúncios em revistas e internet influenciam opções de viagem de 88,68% dos entrevistados. Apesar de a maioria dos mergulhadores não possuir o material de mergulho (cerca de 80%), eles preferem ter seu próprio material (88,51%) a aluga-lo, porém, a baixa frequência do mergulho e os preços altos podem impedir a aquisição. O peso do material de mergulho também é uma preocupação para aqueles que viajam para locais remotos onde o acesso é feito por aviões de pequeno porte que permitem 20 quilos no máximo, há casos em que o máximo permitido é 10 quilos de bagagem. Por outro lado, possuir o próprio material de mergulho pode dar mais tranquilidade ao mergulhador: ele conhece o equipamento, suas condições e sua manutenção, o que dá maior confiabilidade, além de ser mais higiênico. Não só a internet mas também revistas, amigos e vendedores influenciam de forma importante na compra de equipamentos e em assuntos relacionados a mergulho.