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O ESTUDO DE CASO DA EMPRESA DE ECONOMIA MISTA SABESP COMO EMPRESA QUE ASSEGURA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SUA RELAÇÃO COM OS INVESTIDORES

Por:   •  17/4/2019  •  Monografia  •  31.976 Palavras (128 Páginas)  •  201 Visualizações

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1. CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1.1 TEMA

A preocupação do homem sobre o planeta, a percepção que este tinha da natureza e a forma como utilizava os recursos naturais, surgiu desde o século XX. No entanto, este assunto só ganhou força em 1987, após a publicação do Relatório Brundtland, intitulado “Nosso Futuro Comum”, que enfatizava que o desenvolvimento sustentável deve atender às necessidades das gerações atuais, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem suas próprias necessidades.

Assim, como são recentes as preocupações da sociedade com o desenvolvimento sustentável, também são os estudos que relacionam os problemas ambientais e sociais à gestão das empresas. No cenário atual observa-se que os stakeholders têm exigido que as empresas considerem em sua gestão questões éticas, sociais e ambientais com o mesmo rigor aplicado às questões econômicas, formando assim o conceito de tripple bottom line (TBL). Em função disso, quando uma empresa tem seus moldes voltados para o tripé da sustentabilidade, ela passa a ter um diferencial, até mesmo na captação de investidores.

Nesse sentido, buscamos mostrar que não é recente a procura de investidores por empresas socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis para aplicar seus recursos. Esses investimentos socialmente responsáveis (SRI) geram valor para o acionista no longo prazo, pois se considera que empresas assim estão mais preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e ambientais. Porém, ainda existem empresas que estão preocupadas somente com o lucro, de forma que haja o crescimento de sua marca e o ganho de espaço nas ações. Vale ressaltar que, se as empresas continuarem com essa visão poderão perder espaço no mercado competitivo.

Com essa visão, muitos gestores começam a tomar difíceis decisões em incorporar no lucro que almeja a ação sustentável, a responsabilidade social e a ética, equilibrando seus interesses com os interesses de seus stakeholders (grupos que afetam ou são afetados pela organização e suas atividades, como administradores, acionistas, fornecedores, consumidores, concorrentes, governo).

1.2 SITUAÇÃO-PROBLEMA

O conceito triple bottom line (TBL) está cada vez mais inserido nas empresas, conseqüentemente esta é a razão pela qual a sustentabilidade vem adquirindo força no mercado de capitais. A sustentabilidade empresarial somada ao engajamento de stakeholders reflete em uma forma de gestão na qual se traduz em redução de custos, aumento da produtividade, retenção de talentos, fidelização de consumidores, maior competitividade, menor exposição a riscos, entre outros.

A repercussão desse tema fez com que fosse criado em dezembro de 2005, pela BOVESPA, o primeiro índice de sustentabilidade empresarial da América Latina, que tem por finalidade indicar o comportamento do mercado como um todo, ou de um seguimento econômico específico de mercado. Esse índice é composto somente por ações de empresas que se destacam em responsabilidade social e sustentabilidade, sendo avaliados seus aspectos tanto financeiro quanto a sua performance ambiental e social.

Os índices de sustentabilidade conforme Cimm (2010) são vistos como um selo de qualidade para as empresas, bem como para a criação de certificados e produtos financeiros, colaborando também na ampliação da reputação da organização. Diante disso, os investidores e a sociedade em geral começaram a cobrar mecanismos que pudesse avaliar os indicadores de sustentabilidade das empresas, o mercado financeiro entrou na discussão sobre a problemática socioambiental no início desse século, quando foram criados os primeiros fundos que levavam em consideração questões de responsabilidade social e ambiental para a composição de suas carteiras.

Diante desta situação, a questão deste trabalho é analisar através de um estudo de caso e de gráficos se a adesão da Sabesp ao ISE melhorou o desempenho de sua ação ou apenas posicionou-a como empresa comprometida com a causa sustentável.

1.3 OBJETIVO

Abaixo será abordado o objetivo geral e os objetivos específicos que compõe esse trabalho.

1.3.1 OBJETIVO GERAL

A Responsabilidade Social está cada vez mais inserida no mercado de capitais, assim o objetivo deste trabalho é analisar se a Sabesp aplica seus recursos financeiros obtidos para o desenvolvimento sustentável.

1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para que o objetivo geral fique de claro e de fácil entendimento, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos:

1) Compreender o Sistema Financeiro e o Mercado de Capitais e sua relevância para prospecção de investidores e recursos financeiros.

2) Compreender a Governança Corporativa e seu papel na estrutura da empresa, bem como seus níveis de listagem diferenciados, o desenvolvimento sustentável e responsabilidade social empresarial, a importância da Sustentabilidade na estratégia da empresa e estudar a evolução do pensamento sustentável das empresas e sociedade, também analisar o Marketing Social que as empresas fazem a fim de mostrar-se comprometidas com a causa sustentável.

1.4 JUSTIFICATIVAS

Este trabalho se faz importante, pois tem a intenção de mostrar que atualmente as empresas estão preocupadas em incorporar em sua forma de gestão, o compromisso com a sustentabilidade, buscando melhorar todos os processos de sua cadeia de valor, bem como o relacionamento entre todos os seus públicos de interesse. Contudo, a ênfase desse estudo é o fato de que a sustentabilidade vem ganhando espaço no mercado de capitais, sendo esta uma das tendências mais em foco no mundo empresarial, gerando um crescente interesse entre um leque diversificado de investidores.

A partir dessa perspectiva podemos destacar os investimentos socialmente responsáveis (SRI) nos Estados Unidos, cujo montante de investimentos, entre 1995 a 2007, teve um crescimento de mais de 320% e ao final de 2007, dos US$ 25,1 trilhões aplicados na indústria de fundos, US$ 2,7 trilhões (10,76%) estavam aplicados em fundos “SRI”. Esta evolução pode ser visualizada no Gráfico 1.

GRÁFICO 1 – CRESCIMENTO DOS INVESTIMENTOS EM SRI

Fonte: (http://www.bmfbovespa.com.br/Indices/download/ResumoISENovo.pdf, 2010)

Diante do exposto, é possível perceber

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