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RESENHA: O ESTRANGEIRO

Por:   •  13/11/2017  •  Resenha  •  496 Palavras (2 Páginas)  •  227 Visualizações

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RESENHA: O ESTRANGEIRO

Conhecido como romance do absurdo, o livro O Estrangeiro, de Albert Camus, retrata a atípica trajetória de Meursault, protagonista do livro. Amparado em filosofias e dilemas existencialistas, o autor desenvolve um personagem que é movido por experiências sensoriais e não por sentimentos valorizados e impostos pela sociedade. Assim, Meursault condena todos os valores morais e vive uma vida baseada na verdade, sem qualquer mascaração de seus sentimentos.

Toda a trama se inicia com a morte da mãe do personagem, a qual morava em um asilo. O desprezo e a falta de sentimento que o protagonista demonstrou no enterro de sua mãe revelam sua estranha personalidade. Ao longo da obra, Meursault é envolvido no assassino de um árabe e por isso levado a um julgamento. Entretanto, diferentemente do esperado, o personagem não foi julgado pelo crime cometido contra o árabe e sim pela sua insensibilidade, principalmente no enterro de sua mãe. Acaba, então, sendo tachado como um homem sem alma e condenado à prisão e à sentença de morte. É interessante ressalvar que todo o julgamento do personagem foi baseado em atos mínimos de sua vida e não no fato de ser um assassino, o que revela a extrema importância que a sociedade atribuía aos sentimentos e a maneira das pessoas se expressarem diante dos acontecimentos cotidianos.

Uma análise mais cuidadosa do livro pode nos levar a questionamentos quanto a personalidade do personagem principal em detrimento do típico comportamento de todo o resto da sociedade que o julgou. De um lado, temos Meursault, um homem que vive a verdade, procura demonstrar o que realmente está sentindo e busca não simplificar a vida apenas para ser bem visto. Vive o presente, foge de estereótipos morais e não teatraliza a vida. Para ele, todos os valores morais acabam com a morte. Já do outro lado, temos uma sociedade inteira que está sempre em busca de uma vida simples, regrada e que vive de aparências. Para a maioria, o importante é prezar pelos sentimentos mais profundos e seguir os valores morais impostos por terceiros. Todas essas diferenças nas personalidades do protagonista e da maioria contribuem para o questionamento de quem realmente está certo: uma sociedade inteira que vive às custas das aparências e que julga um homem mais pelos seus sentimentos indiferentes do que por um ato de assassino ou um homem que vive aquilo que realmente é, sem, de fato, seguir regras e mascarar a verdade por trás de seus sentimentos? Talvez o atípico comportamento de Meursault deveria ser usado como exemplo para todo o resto dos indivíduos.

Por fim, é importante destacar que, no final do livro, o personagem acaba preso. Entretanto, mesmo assim sente-se livre. E este é o grande diferencial de sua personalidade. Não importa as circunstâncias que esteja vivendo, o simples fato de ser você mesmo, sem mascarar a verdade dos seus sentimentos, viver o presente e não se importar em seguir padrões morais é que o tornam livre. Livre de qualquer cadeia da vida.

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