Resenha do Artigo Onde as Demonstrações Financeiras Erram

O autor tem como peça de seu artigo ilustrar e explicar os motivos pelos quais as demonstrações contábeis, mas já se posiciona crítico ao uso dos indicadores atuais na avaliação da situação material dessas empresas no que tange a patrimônio e aqui que reside que a raíz de todos os problemas citados por ele, na violação do princípio contábil da materialidade.

O primeiro problema está na padronização universal das normais contábeis, que tinha como objetivo alinhar os princípios Contábeis Geralmente Aceitos dos Estados Unidos  e as Normas Internacionais de Relato Financeiro, isso levou a uma estagnação nas práticas contábeis, o que viria a dificultar o materialidade dos registros contábeis,entre as dificuldades está a complexidade para alinhamento de demonstrações contábeis de diferentes regimes. Há ainda o fato de que tal padronização não foram um consenso total em todos os países, estando sujeita a alterações conforme diferentes demandas e entendimentos dessas nações. Isso suscitaria um debate sobre o quão datada estaria essa padronização internacional.

O segundo problema está no reconhecimento de receita, exemplificado em uma situação hipotética de venda de  serviços que demandaria futuras alterações que dificultariam o registro do lucro no momento da sua venda,porém os  princípios Contábeis Geralmente Aceitos dos Estados Unidos definem a necessidade de que esses dados sejam precisamente estabelecidos antes do seu registro, isso fez com que as empresas tivessem de incluir em seus contratos a possibilidade de diversos serviços eventuais, dificultando até mesmo a possibilidade dessas operarem essas transações com preços mais atrativos. É a inversão do princípio de materialidade, onde a aqui a realidade está a serviço da contabilidade e não a contabilidade a serviço do registro da realidade. Isso também forçou as empresas a adotarem diferentes demonstrações como forma de expor suas condições materiais. Com isso haverá de se ocorrer uma mudança na GAAP para que se corrija esse problema ao possibilitar o reconhecimento de receita distribuída ao longo de diferentes exercícios.

O terceiro problema reside no uso de medidas não convencionais afim de convencer investidores mesmo em casos em que não há lucro, junto disso surge a dificuldade em se comparar empresas que utilizam medidas diferentes, havendo a necessidade de que as mesmas sejam conciliadas. O quarto problema reside da mensuração do valor justo, especialmente em situações onde há múltiplas variáveis, bens intangíveis e quando não há liquidez no mercado.

O quinto problema reside na manipulação de resultado por meio de ações gerenciais ao invés de alterações no registro das informações, gerando resultados artificiais inflados. Essas medidas entretanto não vão contra as normas da GAAP, o que força a necessidade do uso de outras ferramentas para análise, entre elas a observação do histórico das empresas, análise da linguagem e Lei de Benford.

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