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Paper Oresteia

Por:   •  26/9/2016  •  Resenha  •  1.687 Palavras (7 Páginas)  •  501 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PARÁ – CESUPA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS – ICJ

MARIA LUIZA COELHO CATIVO RAPOSO

O INÍCIO DA EXPERIÊNCIA DEMOCRÁTICA E O FIM VINGANÇA PRIVADA

   

“Paper” referente ao Capítulo II do livro Contar a lei, de François Ost. Trabalho que compõe a nota do primeiro bimestre. Turma: DI1TB. Disciplina: HDPJ. Professor: Me. Ricardo Evandro S. Martins.

Belém-PA

2016

INTRODUÇÃO

Este trabalho é uma interpretação da tragédia Oresteia, escrita por Ésquilo em 458 a.C., com a interpretação referente ao Capítulo II do livro “Contar a lei”, de François Ost. A trilogia narra uma história que se baseia na lenda dos Atridas e é composta por três peças distintas: Agamêmnon, Coéforas e Eumênides, que serão desenvolvidas neste “paper” junto com a composição polifônica da obra. Oresteia foi apresentada ao povo ateniense nas Festas Dionisíacas, em meio a um período de instabilidade onde a democracia estava sendo inserida no contexto político junto à renúncia progressiva da Lei de Talião.

DESENVOLVIMENTO

  1. SINOPSE DA TRILOGIA
  1. AGAMÊMNON

Agamêmnon é a primeira peça da trilogia. Tudo acontece em Argos, no Palácio dos Atridas onde muitos esperam a volta das naus gregas que haviam saído há 10 anos em expedição pelo comando de Agamêmnon à Tróia, causando ali diversas atrocidades e destruindo a cidade “Além desses dissabores não se pode esquecer das barbáries realizadas pela frota grega enquanto em expedição a Tróia, cidade totalmente destruída pelo exército grego comandado por Agamêmnon” (ARRUDA DE SOUZA, 2015, p. 1127). Na única nau que retorna, vencendo uma turbulenta tempestade, está Agamêmnon, que faz com que todos vibrem com sua volta, embora um mal esteja rondando por ali. Clitemnestra, a rainha, se diz feliz e leva o rei caminhando até o palácio. Agamêmnon pede à rainha, que ela acolha Cassandra, filha de Príamo, que lhe tinha como presa de guerra. Cassandra possui o dom da profecia e tenta, de diversas formas, mostrar aos anciãos os muitos perigos a que Agamêmnon se expunha. Gradativamente, o passado do palácio vai aparecendo: o grandioso banquete que Atreu, pai de Agamêmnon realizou em desfavor do irmão, Tiestes, que queria o trono de Atreu e ainda seduzira sua mulher. Segundo a lenda, na noite do festim, Tiestes consome, sem saber, a carne de seus próprios filhos. A maldição, assim, prossegue e faz com que Agamêmnon, com o intuito de recorrer ventos favoráveis à frota que planeja conduzir em expedição para Ílion, sacrifique Ifigênia, sua própria filha. Logo os crimes serão solvidos em Argos “Conforme explica Ost, todos estes crimes logo serão quitados em Argos, onde reinam a mulher de Agamêmnon e mãe de Ifigênia, Clitemnestra e seu amante, Egisto. Este não é senão um filho ulterior de Tiestes, igualmente à espera de vingança.” (ARRUDA DE SOUZA, 2015, p. 1127). Os amantes, Clitemnestra e Egisto, planejam um crime e acabam assassinando Agamêmnon. Cassandra também fica ferida e acaba morrendo. Os cadáveres são vistos no pátio do palácio enquanto os criminosos se triunfam com o que fizeram. Nesse momento, os anciãos avisam que Orestes, filho de Agamêmnon que está no exílio, irá voltar para vingar a morte de seu pai.

  1. COÉFORAS

Coéforas é a segunda peça da trilogia. É diferente da primeira peça, seu título caracteriza as “portadoras de libação”, “Na segunda parte da trilogia, Coéforas, o tom não é impotente e nem enganador como na primeira peça. Ost explica que o título da peça designa as ‘portadoras de libação’. Portanto, a palavra é liberada, violenta e mortífera.” (ARRUDA DE SOUZA, 2015, p. 1128). As cativas estrangeiras se destacam lamentando a morte de Agamêmnon e denunciando as irregularidades presentes no reino de Argos. Electra, irmã de Orestes, filha de Clitemnestra e Agamêmnon é uma das que compõe o coro de cativas e, após a morte de seu pai, é transformada, por sua mãe, em criada do palácio. Depois de alguns anos de morto, Agamêmnon envia um sonho para Clitemnestra, onde a rainha dá a luz a uma víbora que se amamenta em seu seio como se fosse um recém-nascido. Aterrorizada, Clitemnestra acorda e interpreta o sonho como um sinal de que as divindades do inferno se encontram magoadas com seu crime. Para acalmá-las e aquietar a alma do marido, a rainha manda Electra e as outras criadas do reino levarem libações ao túmulo de Agamêmnon.  Orestes é a esperança de que a morte do rei seja vingada, ele deve matar sua própria mãe e Egisto , já que estes foram responsáveis pela morte de seu pai. “O futuro, conforme esclarece Ost, representa Orestes, filho de Agamêmnon que regressa do exílio arquitetado pela própria mãe.” (ARRUDA DE SOUZA, 2015, p. 1128). Orestes passa a ser motivado pelo convencimento do deus Apolo e pelas Eríneas de seu pai, que clamam por justiça. Ele comete o matricídio, se torna criminoso e passa a ser perseguido constantemente pelas fúrias maternas, além de se tornar alvo da lei de talião, quando decide fugir.

  1. EUMÊNIDES

Eumênides é a terceira peça da trilogia. Nesta altura da obra, Orestes está em Delfos, se apresentando como suplicante no templo de Apolo. Perto dele, se encontram as Eríneas da mãe, que acabam adormecendo nos bancos do templo após cansarem de tanto perseguir o fugitivo. “O deus concede ao suplicante a purificação requerida e também todo o apoio necessário.”  (ARRUDA DE SOUZA, 2015, p. 1129), Orestes é reincorporado ao convívio humano após passar por um ritual de purificação. Depois, Apolo encaminha o vingador da honra da família para o tribunal em Atenas, nesse momento as Eríneas de Clitemnestra tentam o enlouquecer , “Aqui, o coro é encenado pelas Eríneas vingadoras de Clitemnestra que tentam de todas as formas enlouquecer Orestes.” (ARRUDA DE SOUZA, 2015, p. 1129). Orestes resolve fazer um prece a Atena, suplicando ajuda. A deusa advoga em favor dele, fazendo com que as Eríneas concordem com o julgamento da causa, onde a partir de seu início, Apolo se torna o defensor de seu suplicante.  “Atena proclama que o Tribunal do Areópago fica instituído ‘para sempre’.” (ARRUDA DE SOUZA, 2015, p. 1129), os juízes colocam seus votos em uma urna e a deusa explana que seu voto é a favor de Orestes e que em caso de empate, haverá a absolvição do réu. E foi o que aconteceu “Assim acontece; ocorre o empate e Orestes sai vitorioso com o voto de Atena.” (ARRUDA DE SOUZA, 2015, p. 1129). Dada a absolvição do réu, o momento crucial se dá com o debate das Eríneas, que estão se sentindo humilhadas e querem derramar sobre toda a cidade por meio de uma desgraça, sua cólera. Entretanto, Atena convence as Eríneas a possuírem um novo papel mais compatível com o momento “Convencidas, um pacto é selado entre as Eríneas e Atena e assim, um processo transmutador se opera, os pólos são invertidos: do negativo para o positivo.” (ARRUDA DE SOUZA, 2015, p. 1129). As Eríneas passam por uma transformação, deixam de lado a antiga aparência, que possuía a negatividade como principal marca e se transformam em protetoras da cidade.

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