Resenha Prospecção Internacional em Calçado Esportivo Nike e Reebok

RESENHA:

Prospecção Internacional em Calçado Esportivo: Nike e Reebok

O caso em análise discorre sobre o panorama econômico em que se desenvolveu a indústria de calçados esportivos nos EUA, retratando o modo de contratação de serviços  sob à ótica internacional das Empresas Nike e Reebok, bem como os impactos sociais desse mercado em países asiáticos, como Coréia do Sul, Taiwan, China, Indonésia etc. 

Tais empresas despontavam no mercado, sendo líderes no segmento de calçados, concentrando-se na publicidade e no desenho do produto, ganhando visibilidade com suas campanhas publicitárias e apoio de atletas famosos.

Dessa forma, aproveitando as oportunidades de um mundo globalizado, a produção era deixada para uma rede de empresas produtoras estrangeiras, chamada de contratadas, sediadas em países que possibilitavam um baixo custo e lucro expressivo. Ressalta-se que, não precisando lidar com a produção dos itens comercializados, focavam apenas na exigência para que o produto fosse entregue pelas contratadas, no prazo acordado, com qualidade e especificação imposta.

Com as vendas intensificadas nas décadas de 70 e 80, outras empresas norte-americanas utilizaram-se dessa mesma alternativa para alavancar seus negócios, criando dependência de fabricantes estrangeiras, as quais se expandiram para atender tamanha demanda, e por isso exigiam cada vez mais dos seus trabalhadores.

Além disso, com a prosperidade dos primeiros países em que a produção fora sediada, tais como Coréia do Sul e Taiwan, os salários dos trabalhadores aumentaram rapidamente, o que fez com que as Contratadas, sem perder tempo, buscassem países vizinhos para sua fabricação com condições laborais mais atrativas. Tal fato, também fora incentivado pelas grandes empresas contratantes, já que realizavam incentivos para a mudança de local caso isso fosse financeiramente mais atrativo.

Os países asiáticos, à exemplo da Indonésia, escolhido para a produção dos calçados esportivos, ausente de oportunidades diante do cenário populoso e com alta taxa de desemprego aceitou as condições oferecidas pelas empresas contratadas. Com a produção a todo vapor, submetiam seus trabalhadores às circunstâncias violadoras dos princípios da dignidade da pessoa humana, operando sob tratamentos ultrajantes, através de mão de obra barata, com inobservância das leis trabalhistas locais, trabalho infantil, ambientes insalubres e jornadas de trabalho exaustivas.

Destaca-se que essa exacerbada expansão empresarial e a busca incessante pelo aumento dos lucros fez com que as Contratadas se tornassem alvo de averiguações detalhadas, no que tange à exploração dos trabalhadores e a violação dos direitos humanos. É claro que, tais alegações foram veemente negadas por ambas contratantes em tela, Nike e Reebok, sob argumentação de que as fábricas eram contratadas de forma independente, e que a orientação dada a estas eram no sentido de aplicar fielmente a lei local, tanto trabalhistas, quanto ambientais e etc.

Outrossim, quando demandadas a prestar esclarecimentos, se posicionaram no sentido que a contratação da produção em países estrangeiros facilitava o desenvolvimento econômico desses, com reflexos positivos em índices de exportações e uma transição industrial significativa.  

As irregularidades trabalhistas identificadas seguiam sentido antagônico às disposições de direitos humanos que vinham sendo implementadas internacionalmente. Sendo assim, diante de um período de queda no ramo de calçados, oportunamente, as empresas em questão anunciaram documentos formais condenando qualquer prática trabalhista abusiva fora do padrão da dignidade da pessoa humana, em desconformidade com a lei local.

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