Resumo Filme Tropa de Elite

Síntese analítica do filme:

Tropa de Elite aborda, como seu eixo central, a guerra entre traficantes e o BOPE, considerado a elite da polícia militar do Rio de Janeiro, a partir de um ponto de vista interno do batalhão, com enfoque no Capitão Nascimento (narrador e protagonista) e noutros dois policiais: Neto e André Matias, aspirantes ao batalhão.

O filme inicia com Neto e Matias num combate tenso contra os traficantes no Morro da Babilônia durante um baile funk, ao mesmo tempo em que outros policiais aparecem em negociação com um grupo de traficantes de drogas. Chega, então, a equipe do BOPE comandada pelo Capitão Nascimento, que explica como se estabelece a convivência “pacífica” entre policiais comuns, que tem sua vida posta em risco nesse tipo de operação, e o tráfico, ciente de sua insubordinação às normas do Estado. Ele afirma que “a paz depende do equilíbrio entre a munição dos bandidos e a corrupção dos policiais”. “No RJ, quem quer ser policial ou se corrompe, ou se omite, ou vai para a guerra”.

Há, então, um flashback e conta-se de maneira próxima a trajetória de Neto e Matias, que entram como aspirantes na polícia militar comum, com claras intenções de honestidade e confirmação da ordem legal. Porém, sua ética é contrastada à do restante dos policiais assim que iniciam seus trabalhos e, aos poucos, começam a entender como as coisas funcionam na polícia militar. São apresentados diversos outros momentos de recebimento de propina em troca de benefícios, proteção ou não-intervenção da PM. A corrupção é sistematizada e institucionalizada. O próprio Neto recolhe o dinheiro do “bicho” em um dia e o “desvia” para sua oficina, a fim de consertar as viaturas, numa tentativa de estabelecer e confirmar a ordem.

Matias fazia faculdade de Direito, por acreditar ingenuamente que conhecer as leis seria um bom complemento para o seu trabalho, uma vez que confiava na honestidade do “sistema”. Era competente no que fazia dentro da polícia, mas foi repreendido por um superior por fazer relatórios “verídicos demais” e é forçado a falsificar alguns dados, o que logo demonstra a fraca sustentação da imposição das leis, mesmo dentro da corporação.  

Matias se envolve com uma colega que faz parte de uma ONG em uma favela e visita o morro com ela, no que ele presencia o tráfico e o consumo de drogas, mas, por não ter se apresentado como policial, não intervém nessa desconfirmação da ordem, o que é muito criticado pelo Capitão Nascimento em sua narração. “Ele não podia ter deixado passar.”.

Nascimento vai ser pai em breve e coloca sua vida em perspectiva, decidindo que é hora de parar de por sua vida em risco como capitão no batalhão. Contudo, precisa achar um substituto a sua altura e, para isso, narra o treinamento para o BOPE de forma real, com toda a opressão que acontece. Ele deixa claro que o BOPE usa da violência, mata e tortura de forma banal para fazer valer a lei, ultrapassando o “uso razoável da violência”.

Numa emboscada, originalmente destinada a Matias, Neto acaba morto pela gangue do traficante Baiano no lugar do amigo. Assim, Nascimento acaba tendo Matias como único substituto possível. A partir da perda do amigo, Matias sofre uma transformação de caráter e passa a aderir à lógica desconfirmadora do BOPE para, em tese, fazer valer a justiça.