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Economia Solidaria

Por:   •  28/9/2015  •  Artigo  •  5.024 Palavras (21 Páginas)  •  248 Visualizações

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Introdução

“Outros mundos são possíveis.”, foram as palavras de Maurizio Lazzarato ao falar da nossa economia, nossa nova economia. Não há dúvidas de que sistemas

econômicos não permanecem imutáveis por séculos. Mesmo quando eles permanecem por séculos, eles mudam, evoluem. É natural que as coisas não sejam

estáticas e que haja uma constante adaptação ao ambiente. Não apenas os sistemas econômicos têm essa característica: outras criações humanas, como

complexos sistemas de linguagens de chamamos de idiomas, se transformam semanticamente em questão de décadas.

Sendo assim é possível dizer que aquele capitalismo, forjado a ferro e fogo, talvez em um sentido bastante literal, no mundo Pós­Revolução Industrial tenha

forçado­nos a adaptar desde sua primeira instância, e finalmente vemos grandes resultados oriundos dessas adaptações. O capitalismo brutal e puro ainda existe,

mais existe do que não existe, mas coexiste também. Não reina absoluto em um mundo de socialismos, comunismos e economias mistas. Não reina absoluto em

seu próprio território. Podemos dizer então que as novas formas de gestão e produção não querem mais ser brutais, não querem mais, mais do mesmo. Quando

falamos em Economia Solidária, estamos ultrapassando a fronteira do capitalismo, um sistema baseado em lucro. Lucro também existe nessa outra economia,

mas outros conceitos são incorporados à vida produtiva do ser humano. O bem­estar não é uma consequência do lucro, afinal o lucro não é dividido igualmente.

Mas a humanização de um sistema não gera crises? É importante mudar a pergunta. Crises não geram a humanização de um sistema? Pois é exatamente isso que

vemos intensamente em uma economia pós­crise, como vimos na onda de Economia Solidária que surgiu depois da crise de 2008, que marcou a ideia de um

pós­capitalismo, ainda que não intelectualizado, em mentes do mundo inteiro. No Brasil, não seria diferente. Apesar de muitos empreendimentos solidários de

sucesso terem sido instalados antes da última crise, uma crise que não nos afetara tanto quanto outras partes do globo, é uma conjuntura como essa que permite a

transição de um sistema para outro, ainda que todas as transições econômicas “naturais” sejam também graduais.

Nesta análise tentamos imprimir a imagem de uma alternativa humana à economia e coxtualizar e conceituar a Economia Solidária no nosso país.

A Esfera Humana versus A Esfera Econômica

Quando fala­se em Economia Solidária, logo vem a indagação: isso é bom para a Economia?

Tendemos a tratar da Economia como se a mesma fosse algum tipo de divindade, como se tivéssemos que agir de forma com que ela se beneficiasse. É

importante então indagar: para quê serve a Economia? quem faz a Economia?; e muitas outras perguntas surgirão a seguir. Respondendo às duas perguntas de

forma sintética, é possível dizer que a Economia deveria ser um conceito de desenvolvimento, e que a Economia é feita por pessoas e para pessoas. Uma coisa

tão óbvia, no entanto, não é perpetuada em livros. Mais frequentemente que não, os livros esquecem de lembrar que esta é uma Ciência Social antes de tudo,

uma Ciência Social Aplicada. E apesar de precisarmos “manter a Economia saudável” é preciso manter as pessoas que vivem nesta Economia, ainda mais

saudáveis. Não há, portanto, um clash de interesses. A Economia Solidária não é uma contradição, ela é uma alternativa por vezes muito lógica ao sistema. De

forma generalizada talvez ela representasse uma utopia, mas ela não é a regra. É uma válvula de escape.

Conceitos

A economia capitalista, apesar de ser um movimento político­ideológico teve papel importante para a construção da economia solidária, pois foi por meio da

exclusão social que o capitalismo gerou a marginalização das pessoas de baixa renda na sociedade. Essas pessoas, clamando por mudanças, decidiram fazer algo

para mudar a situação de extrema miséria e por meio de cooperação e solidariedade que certas minorias da sociedade como os catadores de materiais

recicláveis juntaram­se e a partir dali começaram a fazer o que chamamos hoje de cooperativas solidárias.

Hoje, os empreendimentos solidários têm voz no governo por meio da SENAES (Secretaria Nacional de Economia Solidária) e por outros projetos do

governo que beneficiam a economia solidária. E foi o Ministério do trabalho e do Emprego que atualmente assume as iniciativas de emprego e a proteção

necessária para o trabalhador solidário, porque, acima de tudo, esse trabalhador é autônomo e precisa da ajuda do governo para promover ajudas como

aposentadoria e demais implementações politicas necessárias para o bem estar do trabalhador e do seu ambiente de trabalho.

Visando tudo isso, é possível perceber que a Economia Solidaria vem ganhando espaço para a conquista de implementação dessas novas práticas de trabalho.

O Ministério do Trabalho e Emprego apresenta quatro aspectos da Economia Solidária. Dentro destes conceitos principais, analisamos os aspectos que cada

um traz à estrutura da Economia Solidária no país.

Dimensão Econômica: é uma das bases de motivação da agregação de esforços e recursos pessoais e de outras organizações para produção,

beneficiamento, crédito, comercialização e consumo. Envolve o conjunto de elementos de viabilidade econômica, permeados por critérios de eficácia e

efetividade, ao lado dos aspectos culturais, ambientais e sociais.

 Economia Solidária pode ser definida em três dimensões:

Economicamente, é um jeito de fazer a atividade econômica de produção, oferta de serviços, comercialização, finanças ou consumo baseado na democracia e

na cooperação, o que chamamos de autogestão: ou seja, na Economia Solidária não existe patrão nem empregados, pois todos os/as integrantes do

empreendimento (associação, cooperativa ou grupo) são ao mesmo tempo trabalhadores e donos.

Culturalmente, é também um jeito de estar no mundo e de consumir (em casa, em eventos ou no trabalho) produtos locais, saudáveis, da Economia Solidária,

que não afetem o meio­ambiente, que não tenham transgênicos e nem beneficiem grandes empresas. Neste aspecto, também simbólico e de valores, estamos

falando de mudar o paradigma da competição para o da cooperação de da inteligência coletiva, livre e partilhada.

Politicamente, é um movimento social, que luta pela mudança da sociedade, por uma forma diferente de desenvolvimento, que não seja baseado nas grandes

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