Trabalho de sociologia

Como, na sua opinião, o homem pós-moderno lida com a transição de ambientes significativamente reais, concretos, onde os papéis são claramente definidos e distribuídos, para os ambientes modeláveis múltiplos do mundo virtual, do ciberespaço?

O homem pós-moderno, cidadão atual, é um ser envolvido por um mundo consumista, mutante e com necessidades imediatistas, em que se quer ter de tudo e onde a publicidade cria desejos e potencializa o status como forma de autoafirmação social. Esta sociedade é dividida claramente em grupos humanos segregados por línguas, raças, classes econômicas e territórios e ao mesmo tempo tem seus povos ligados e costurados pela globalização, com línguas faladas mundialmente e comportamentos cada vez mais padronizados. Em simetria ao crescimento e desenvolvimento das culturas, deixa-se de lado o local, valorizando-se o global, com modas e tendências simultaneamente pasteurizadas pela massificação do consumo. Este homem, envolto em toda a sua problemática, exposto a uma gama de conhecimentos e conceitos, põe em cheque suas tradições e busca o novo, a mudança de comportamento, o pós-moderno em si. O papel social do indivíduo é observável na definição do trabalho como forma de desenvolvimento econômico, em que ele deve ter um emprego, uma família e se enquadrar socialmente nos costumes locais, apesar de paralelamente sempre estar em busca da transição global e da quebra do óbvio.

Neste contexto, o mundo virtual surge como uma fuga da realidade, onde se pode ser quem quiser, pode-se ser anônimo, pode-se reclamar, brigar e contestar tudo, sem necessariamente estar personificado. O internauta, neste âmbito, assume papéis que em sua vida cotidiana não assumiria, se expressa de modo autônomo, interage e, por vezes, se passa por outro, travestido da incógnita de sua identidade física. A vida no ciberespaço é realmente virtual; desde os jogos online, passando pelos blogs e portais colaborativos e interativos, até o fenômeno mais intenso da Internet: as redes sociais. Pessoas compartilham com amigos e estranhos seus hábitos de consumo, convívio social, círculos de amizades e todo o tipo e forma de acontecimentos, relevantes ou não, com naturalidade e muitas vezes, com inconsequência destas revelações. Em seu perfil social virtual, compartilha-se o status, na necessidade de se afirmar superior: as melhores fotos, as melhores poses, as situações ideais, guardadas as devidas proporções do que se tem como padrão de beleza e comportamento.

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