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A Filosofia da Arte e do Design

Por:   •  19/12/2017  •  Abstract  •  1.309 Palavras (6 Páginas)  •  372 Visualizações

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Filosofia da Arte e do Design

2017/2018

Recensão Crítica

Problemas de gênero

Feminismo e subversão da identidade

Judith Butler

Editora original: Routledge

Editora responsável pela tradução: Civilização Brasileira

Ano de edição: 2008

Ana Luisa Silva - 20150302

Docente: Silvia Rosado


Judith Butler é uma filósofa pós-estruturalista americana, uma das importantes teóricas da tese contemporânea do feminismo, teoria queer, filosofia política e princípios morais. O diferenciativo da autora fica por conta da sua julgamento de gênero não só social, mas também biológica. Ao longo do livro busca exemplos influentes para construir sua opnião. Problematiza e investiga o ponto do gênero. O que faz do gênero feminino o gênero feminino? A mulher, mulher pelo gênero e não sexo? Para a autora, chegar perto de uma resposta sobre isso é significativo para o feminismo em si. A problematização identificada em determinar o gênero é um novo ponto de partida para a teorização da política feminista.

De forma esclarecedora menciona à sua infância, utiliza-se desse exemplo para apresentar o cenário em que cresceu e ao “gênero” que será mais tarde trabalhado. Informa que leu Simone de Beauvoir para clarificar que em uma cultura masculina não há entendimento do homem para com a mulher, dado esse confirmado ao dizer que leu Jean-Paul Sartre que qualquer outro pensamento acerca dos padrões atuais era definido como problema.

Butler define que problemas são indispensáveis e nossa tarefa é descobrir o melhor meio de cria-los, o melhor meio de tê-los. Para esse sujeito heterossexual e masculino a invasão imediata, a intervenção não antecipada, de um “objeto” feminino que questionava o lugar e a superioridade da posição masculina é tida não só como um problema, mas como um escândalo, devido à dependência radical do sujeito masculino diante do “Outro” feminino mostrando assim o caráter mentiroso de sua autonomia. Butler inicia-se assim o aspecto marcante de seu livro o de sempre estar indagando seja o que expõe ou o que se pode mencionar com tal. Com seus questionamentos acerca da composição do “Outro”, da própria solidez que o regime da heterossexualidade pode apoiar a fundamentação do “Outro”, como poderia ser feito esse questionamento de um sistema epistemológico/ontológico e assim por subsequente. A própria materialização desse “Outro” é vista por Butler como problemática ao apresentar a questão da identidade –  identidade binária de sexo, gênero e corpo – com intuito de causar efeito do natural, original e inevitável.

A autora critica um dos principais fundamentos do movimento feminista: sua identidade. Para ela não existiria "a identidade da mulher", mas sim "as identidades". Por esse motivo, para propagar o efeito do feminismo, que é a liberdade e igualdade da mulher, seria fundamental antes de tudo subverter, derrubar, modificar, sua identidade. A autora também problematiza e debate acerca da questão do sexo. Ela discorda do modo de pensar atuante do feminismo, de que o sexo é da natureza e o gênero é construído socialmente. Para a autora o sexo também é uma construção social e cultural. Daí também resulta uma série de perguntas sobre o modelo heterossexual, pregado pela sociedade.

No capítulo 1, a autora, através de sua “genealogia crítica”, questiona o própria conhecimento de categoria das “mulheres” como sujeito político do feminismo, nos dando com isso possibilidades de pensar o feminismo como ação politica que não exige um sujeito ordenado em padrões prefigurados, como até então se pensava. (sobretudo um sujeito único e universal ligado às mulheres). Butler nos diz que: “a tarefa é justamente formular, no interior dessa estrutura constituída [jurídicas da linguagem e da política], uma crítica às categorias de identidade que as estruturas jurídicas contemporâneas engrandecem, naturalizam e imobilizam”, como as categorias de homem e mulher. (p. 22). Portanto, não se deve presumir, nem mesmo o feminismo, os sujeitos, ou identidades, homem ou mulher (“mulheres”).

De acordo com Butler se faz crucial uma divisão de sexo e gênero inicialmente para contestar a formulação de que a biologia é o destino, a distinção entre sexo e gênero atende à tese de que, por mais que o sexo pareça intratável em termos biológicos, o gênero é culturalmente construído: consequentemente, não é nem o resultado problemático do sexo nem sequer tão aparentemente fixa quanto o sexo. Supondo por um momento a firmeza do sexo binário, não decorre daí a construção de “homens” aplique-se exclusivamente a corpos masculinos, ou que o termo “mulheres” interprete somente corpos femininos. Quando o status construído do gênero é metodizado como radicalmente independente do sexo, o próprio gênero se torna um artifício flutuante, com a consequência de que homem e masculino podem, com igual facilidade, significar tanto um corpo feminino como um masculino, e mulher e feminino, tanto um corpo masculino como um feminino.

Butler começa o segundo capitulo "Proibição, Psicanálise e Produção da Matriz Heterossexual", ilustrando a complexidade que envolve  questao do patriarcado como uma cultira histórica e um conceito moderno. Ela comenta sobre como uma lei repressiva ganha suas origens e como a narrativa correspondente pode, no final, justificar a lei que ela realmente se opõe. Butler observa: "Este ideal [patriarcado] tende não apenas a servir objetivos culturalmente conservadores, mas a constituir uma prática de exclusão dentro do feminismo, precipitando precisamente o tipo de fragmentação que o ideal pretende superar" (p.49).

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