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Cuidar E Educar Na Educação Infantil

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Por:   •  15/10/2013  •  3.550 Palavras (15 Páginas)  •  934 Visualizações

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Analisar a concepção dos professores(as) que atuam nesse segmento da educação sobre o Referencial Curricular Nacional para e Educação Infantil - RCNEI, documento legal que tem como função subsidiar e elaboração de projetos educativos, o planejamento e o funcionamento das creches e escolas infantis.

A Educação Infantil no Brasil, nas últimas décadas tem sido objeto de muitos estudos, discursões e debates em torno dos efeitos e consequências trazidos pelos dispositivos legais para esse segmento da educação. No aspecto legal, tanto a Constituição Federal de 1988, como a Lei 9394/96 reconhecem como direito da criança pequena o acesso à educação em creches e pré-escolas. Dessa forma, a concepção de criança como sujeito de direitos se faz presente nesses documentos legais.

Para alguns estudiosos como Almada (2007) é considerada uma grande conquista para a Educação Infantil o fato de que deverá fazer parte da educação básica, assim como o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Com isso, a Educação Infantil se desvincula dos órgãos de assistência social. Desse modo, obrigatoriamente, surgiu a necessidade de elaboração de propostas pedagógicas voltadas para essa etapa da educação, da mesma forma que nas demais etapas da educação básica. Assim é que o Ministério da Educação (MEC) lançou o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, integrante da série Parâmetros Curricular Nacionais. Ainda de acordo com Almada (2007, p.106), “este referencial foi concebido para servir como guia de reflexão sobre os objetivos, conteúdos e orientações didáticas para as escolas e os profissionais.”

A proposta dos referenciais embora seja aparentemente considerada um guia de reflexões, é passível de uma série de análises críticas, tendo em vista a própria concepção hegemônica imprimida a este documento, bem como o processo de discursão que referendou a sua elaboração. Assim é que ao analisar os pareceres que serviram de base para a preparação da versão preliminar do REFERENCIAL Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), Kuhlmann Junior (2005, p. 52), considera que:

O Referencial Curricular Nacional terá um grande impacto. A ampla distribuição de centenas de milhares de exemplares às pessoas que trabalham com esse nível educacional mostra o poder econômico do Ministério da Educação e seus interesses políticos, muito mais voltados para futuros resultados eleitorais do que preocupados com a triste realidade das nossas crianças e instituições. Com isso, a expressão no singular – referencial – significa, de fato, a concretização de uma proposta que se torna hegemônica, como se fosse única.

Quando se propõe a trabalhar com crianças bem pequenas, deve-se ter como princípio, conhecer seus interesses e necessidades. Isso significa saber verdadeiramente quem são, saber um pouco da história de cada uma, conhecer a família, as características de sua faixa etária e a fase de desenvolvimento em que se encontra, além de considerar o tempo que permanecem na escola. Só assim pode-se compreender quais são as reais possibilidades dessas crianças, lembrando que, para elas, a fase inicial é a porta de entrada para uma vida social mais ampla, longe do ambiente familiar.

Cuidar e educar é impregnar a ação pedagógica de consciência, estabelecendo uma visão integrada do desenvolvimento da criança com base em concepções que respeitem a diversidade, o momento e realidade, peculiares à infância. Desta forma, o educador deve estar em permanente estado de observação e vigilância para que não transforme as ações em rotinas mecanizadas, guiadas por regras. Cuidar e educar implica reconhecer que o desenvolvimento, a construção dos saberes, a constituição do ser não ocorre em momentos e de maneira compartimentada.

A criança é um ser completo, tendo sua interação social e construção como ser humano permanentemente estabelecido em tempo integral. Cuidar e educar significa compreender que o espaço/tempo em que a criança vive exige seu esforço particular e a mediação dos adultos como forma de proporcionar ambientes que estimulem a curiosidade com consciência e responsabilidade. É preciso um espaço físico adequado, como um pátio externo ensolarado onde as crianças podem brincar livremente e também participar de jogos e outras atividades, com uma boa ventilação, iluminação, organização, decoração, as quais influem de forma acentuada para obter um bom desempenho com o grupo. O mobiliário usado contempla não só a qualidade de rigidez, segurança e estabilidade, mas também proporciona o conforto necessário às crianças. O excesso de crianças pode dificultar que os objetivos das atividades sejam alcançados em sua plenitude, com isso não é possível manter uma atenção especial e individual, de carinho e estimulação permanente que cada uma deveria receber.

O educador(a) deve trabalhar enfocando a concepção histórico-cultural com caráter educativo-pedagógico, procurando fazer o seu trabalho pedagógico da melhor forma possível, estimulando as crianças, direcionando as brincadeiras, onde cada uma é planejada, conduzida e monitorada. Nesse caso, a ação de educador é fundamental. Ele estrutura o campo das brincadeiras, por meio da seleção da oferta de objetos, fantasias, brinquedos, dos arranjos dos espaços e do tempo para brincar, dormir e alimentar-se, a fim de que as crianças alcancem objetivos de aprendizagens predeterminados sem limitar sua espontaneidade e imaginação. A ação conjunta dos educadores e demais membros da equipe (Cozinheira, faxineira e coordenadores), é essencial para garantir que o cuidar e o educar aconteçam de forma integrada. Essa atitude é contemplada desde o planejamento educacional até a realização das atividades em si, portanto a partir do momento em que está trocando ou alimentando uma criança, ao mesmo tempo se está educando/estimulando a mesma. Na educação infantil o “cuidar” é parte integrante da educação, embora possa exigir conhecimentos, habilidades e instrumentos que exploram a dimensão pedagógica.

O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das crianças, que quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar pistas importantes sobre a qualidade do que estão recebendo. Os procedimentos de cuidado também precisam seguir os princípios de promoção da saúde. Para se atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o desenvolvimento das capacidades humanas, é necessário que as atitudes e procedimentos estejam baseadas em conhecimentos específicos sobre desenvolvimento biológico, emocional, e intelectual das crianças, levando em conta diferentes realidades sócio-culturais (BRASIL, 1998, p. 25).

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