ESTUDO DE CASO FOXCONN

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MBA EM LOGÍSTICA EMPRESARIAL

Resenha Crítica de Caso/Artigo

Everton Siqueira Pereira

Trabalho da disciplina: Cadeia de suprimentos, Armazenagem e Movimentação                                                      Tutor: Prof. Eduardo de Moura

São Gonçalo-RJ

Ano 2021

ESTUDO DE CASO: FOXCONN TECHNOLOGY GROUP

Referências: Eccles,   R.  G.;   Serafeim,  G,;   Cheng,  B.   Foxconn  Technolog y  Group. Harverd Business School, 01 DE FEVEREIRO DE 2012.

Harverd Business School,

O estudo de caso aborda sobre problemas enfrentados pela empresa FOXCONN fundada por Terry Gou no ano de 1974, uma grande fabricante de eletrônicos que fornecia para a Apple, a Hewlett-Packard e ouras marcas de fama mundial.

A FOXCONN foi estabelecida no ano de 1988 e era a maior empresa no setor de EMS, que são os prestadores de serviços responsáveis pela fabricação de eletrônicos, e a de mais rápido crescimento. Além disso, prestava serviços de projeto e desenvolvimento conjunto, fabricação, montagem e pós-vendas a parceiros a montante e estava comprometida com o fornecimento da solução de menor “custo total”. A empresa que tem sua sede localizada no sul da China na cidade de Shenzhen, para aproveitar a terra e a mão de obra baratas começou sua trajetória  com alguns milhares de empregados, mas cresceu tão rápido que foi preciso expandir suas estruturas em um lote maior, que ficou conhecido como “O parque de ciência e tecnologia de Longhua”.

Em 2005, a FOXCONN assumiu o primeiro lugar no setor de Flextronics, de Singapura, suas receitas em 2009 superaram os $60 Bilhões. No entanto seu crescimento nesse mesmo ano desacelerou e trouxe um crescimento de apenas 0,5%, menor do que o esperado e comparado com o ano anterior e a probabilidade era de continuar enfrentando a queda por dificuldade de oferecer um preço competitivo aos seus clientes tendo em vista que o crescimento da mão de obra reduzia a margem de lucro.

Com o objetivo de aumentar as participações da empresa, o Sr. Gou adotava uma cultura focada na própria personalidade e liderança. Além de proporcionar uma pressão aos seus trabalhadores por meio de uma forte supervisão, ele exigia de seus funcionários, forte lealdade, com o discurso de que o bem da empresa era mais importante do que o bem deles mesmo. Seus empregados trabalhavam mais de 10 horas por dia e chegavam a duplicar ou até mesmo triplicar sua jornada legal de trabalho que apesar de não serem obrigados era o que garantia uma melhor remuneração.

Universidades da China realizaram um levantamento que revelava baixíssima qualificação profissional entre os empregados o que refletia claramente um problema social muito mais amplo onde a China enfrentava um crescimento desproporcional de sua população mesmo com a proposta do governo de um único filho. Com a necessidade de gerar mais empregos, o qual não conseguia acompanhar o crescimento populacional, e para se manter um atrativo para as empresas a China continuou a apostar em sua mão de obra barata e abrindo mão de muitas praticas trabalhistas. Antes da década de 90 as leis trabalhistas eram pouco desenvolvidas e raramente aplicadas. A partir de 1995 as novas leis trabalhistas exigiam que todos os empregadores oferecessem contratos de trabalho para todos os empregados, mas isso ainda não era uma realidade na época. Em 2006 o congresso Chinês estabeleceu novas normas trabalhistas que entrariam em vigor no ano de 2008. A lei aumentava os benefícios dos empregados e estabelecia jornadas de 8 horas de trabalho por dia e previa aposentadoria. Mesmo com novas normas que os beneficiavam a população ainda sofria com as dificuldades financeiras de um alto custo de vida causado pela inflação elevada, visto que a maioria dos trabalhadores eram migrantes e com baixa qualificação profissional. Outro problema social enfrentado na época era a grande proporção de trabalhadores migrantes entra a população de baixa qualificação e baixa renda, pois eram preferidos pelos empregadores por suas condições apresentarem mão de obra mais barata.

A discriminação contra trabalhadores migrantes era constante. Moradores de áreas urbanas acreditavam ser superiores aos de origem rural e tinham privilégios que não eram concedidos aos migrantes como o Sistema de Registro de Moradia da China “Hukou”, sistema criado para apoiar o crescimento urbano, mas apenas alguns empregados excepcionais conseguiam obter um Hukou local, deixando a maioria das pessoas de origem rural sem esperança efetiva de tornar-se cidadãos urbanos. Mesmo quando tinham um emprego estável, os trabalhadores migrantes viviam sob medo, ansiedade e insegurança constante, como apontavam os acadêmicos exigindo mais atenção e cuidado para este grupo marginalizado.

Os casos de suicídio que ocorreram na FOXCONN começaram a chamar a atenção de todos para as condições dos trabalhadores de baixa qualificação e migrantes. O que eram considerados suicídios esporádicos antes do ano de 2010 por causa das condições de trabalho “barulhentas e insuportavelmente exaustivas”, por punição sofrida pela perda de um protótipo eletrônico ou até mesmo por maus-tratos que vinham sendo relatados por trabalhadores e também por jornalistas Britânicos em seus artigos onde relatavam também baixos salários, longos turnos e as precárias condições de trabalho nas fabricas da Foxconn, dispararam  a partir do ano de 2010 colocando a Foxcoon em evidencia pela serie continuada de suicídios que em março fez 3 vitimas saltarem de seus edifícios-dormitórios. Outras duas vieram em abril e uma sobrevivente testemunhou que a causa era “excesso de pressão no trabalho”. Em maio, houve mais seis saltos, e ao fim de 2010, o numero total de tentativas de suicídio atingira 17, sendo que apenas 3 sobreviveram.

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