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Resenha do Filme Tempos Modernos

Por:   •  6/5/2022  •  Resenha  •  1.378 Palavras (6 Páginas)  •  551 Visualizações

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Tempos Modernos é um filme de 1936. Escrito, dirigido e atuado por Charlie Chaplin. Uma forte crítica, principalmente à sociedade industrializada, onde as cidades são sujas, barulhentas e a atividade humana foi reduzida a uma repetição de tarefas que não exige nenhuma criatividade. Na década de 1930 o mundo estava passando pela grande depressão decorrente da crise de 1929, a industrialização estava a todo vapor porém o desemprego era generalizado. Em 1931 Charlie Chaplin viajou para Europa  e conheceu Mahatma Gandhi que também estava em viagem para discutir com Vice rei da Inglaterra sobre a independência da Índia, juntos eles discutiram sobre a sociedade moderna e as tecnologias industriais, Chaplin começou a observar os problemas causados pelas modificações sociais na sociedade industrializada e teve a ideia para escrever o filme, nessa época o cinema já não era mais mudo mas ele tomou uma decisão de deixar o filme quase sem fala para manter o aspecto de universalidade de Carlitos seu personagem, sem a barreira da linguagem, qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo pode assistir, entender, se divertir e refletir sobre o filme.

Carlitos tenta se adequar a sociedade trabalhando como operário numa fábrica e seguindo as normas sociais, porém não dá muita sorte e sempre se mete em problemas como por exemplo perder o emprego ou ser preso por vadiagem e vandalismo repetidas vezes, nas Idas e Vindas ele conhece uma Órfã que também não se enquadra bem nessa sociedade moderna ambos se encontram na vida e tentam se ajudar na busca de uma vida digna, uma casa e um emprego para sobreviver, dois patinhos feios que não se encaixam no sistema moderno, mas provavelmente a melhor sinopse é a mensagem que da introdução filme Tempos Modernos uma história sobre a indústria a iniciativa privada e a humanidade em Busca da Felicidade. Logo a primeira imagem do filme já é uma alusão ao tempo do homem que foi tomada pelo tempo da fábrica e da indústria. O filme é acompanhado de uma música alta e alarmante que também faz referência ao sinal de uma fábrica, o relógio aponta hora de entrar, trabalhar e sair.

O filósofo Foucault é um dos pensadores a falar sobre essa sociedade o biopoder e as instituições disciplinares que delimitam o espaço da vivência humana, obedecer horários, obedecer regras, obedecer padrões é por isso que hoje em dia as escolas estão revendo a sua estrutura de organização, mas ainda temos muitas escolas que se assemelham a fábricas, um sinal para entrar, todos devem se sentar alinhados e de forma disciplinada, não devem haver questionamentos e um sinal para sair. Tudo isso se assemelha à organização das fábricas, dos quartéis e até mesmo das prisões. Na sequência é mostrado um rebanho de ovelhas todas frenéticas andando diligentes para a mesma direção, a cena faz uma transição suave e mostra pessoas indo trabalhar saindo do metrô todos engravatados e com suas maletas indo na mesma direção, assim como as ovelhas que tem seu pêlo tosado para fazer lã para o dono da produção, os trabalhadores também andam diligentes para serem explorados pelo dono dos meios de produção industrial,se pararmos para observar no meio das ovelhas têm uma ovelha negra  que passa despercebida, assim como também no meio dos trabalhadores tem Carlitos o personagem de Charles Chaplin que ele chamou de O Vagabundo, não que ele não queira trabalhar mas assim como ovelha que se difere das demais ele não se encaixa naquele sistema de trabalho de sociedade mecanizada e repetitiva, até mesmo por sua ingenuidade e gentileza ele é uma ovelha negra para um sistema hostil, na fábrica o tamanho das máquinas é gigantesco em relação ao homem todas grandes e fortes e barulhentas as engrenagens e esteiras como dentes e bocas prontas para devorar, que de certa forma devora quando o próprio Carlitos enlouquece com tanta pressão e repetição do trabalho, cai dentro da máquina, representando o próprio sistema industrial que engole e enlouquece o homem, que acaba se tornando mais uma peça nesse sistema.

Enquanto isso na sala presidencial da empresa o trabalho do chefe é num ritmo totalmente diferente, ele toma seu café, lê jornal, monta um quebra-cabeça e uma vez ou outra observa os funcionários pelas câmeras.

Chaplin foi visionário em anteceder uma tendência temos que pensar que no tempo que o filme foi feito câmeras nas empresas não era nada comum, representa o chefe contemporâneo que observa e manda em tudo a distância pelas câmeras, até mesmo no banheiro aparece numa tela e manda Carlitos voltar a trabalhar, ele controla o tempo do trabalho, o tempo do descanso e até mesmo o tempo das necessidades humanas.Se a gente fazer uma comparação até mesmo hoje em dia essa característica é levada ao extremo com as redes sociais, ninguém tem mais o tempo social, com a facilidade de se mandar uma simples mensagem pelo WhatsApp até mesmo no final de semana ou nas horas de descanso a empresa está presente e nós somos forçados a estar sempre em tempo real conectados com as necessidades da empresa e as necessidades da vida individual é subtraída, até mesmo no horário do almoço Carlitos está sobre domínio da empresa, ele é obrigado a testar uma máquina revolucionária que ela faz tudo alimenta, limpa a boca com guardanapo mecânico e serve a sopa, o funcionário não precisa nem segurar o garfo, e é claro se o chefe aumentar a velocidade da máquina o tempo do almoço diminui, sorte de Carlitos que a máquina não funciona, ou azar, pois ele acabou tomando banho com a sopa. Carlitos tem a função de apertador de parafuso na verdade ele nem sabe o que está produzindo toda a criatividade humana é expropriada do trabalho, no filme o personagem entra em colapso nervoso e adoece, algum tempo depois ele sai do hospital e se depara com desemprego generalizado a indicação é “Descanse e evite emoções fortes”, mas como evitar emoções numa cidade frenética e barulhenta, livre do hospital e sem emprego ele acaba se atrapalhando com a polícia e vai parar na cadeia por engano fica algum tempo preso e quando sai percebe que era mais feliz na cadeia do que na sociedade. Isso me faz até lembrar um vídeo antigo na internet e uma professora que roubou um livro porque queria ser presa para ter tempo de ler e pensar na vida eu acho que esse beijo era uma piada mas faz até sentido a gente quase nunca tem tempo para fazer aquilo que realmente a gente quer fazer nessa sociedade daí de ciência tem um sempre que está produzindo alguma coisa e normalmente quase nunca é para nós mesmos. Ele conhece uma órfã que roubava pão para comer, eles fogem da polícia juntos e viram grandes amigos, sonham em ter uma casa e uma vida normal durante mais da metade do filme eles tentam conseguir um emprego e fugindo da polícia que sempre esbarra com eles por algum motivo acidental, uma coisa interessante é que ela é tão protagonista quanto ele no final ela consegue emprego de dançarina no restaurante e ele de garçom, mas só com a condição de se ele souber cantar, para garantir o emprego ele fala que sabe, como garçom ele é todo atrapalhado só resta saber cantar porque de garçom ele não tem nada, quando chega a hora ele esquece toda letra da música e que tem que improvisar, é a primeira vez que dá ouvir a voz de Carlitos.

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