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TRAJETÓRIA DE FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DE PROFESSORES OUVINTES NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DE MATEMÁTCA A ALUNOS SURDOS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM SERGIPE

Por:   •  22/11/2015  •  Projeto de pesquisa  •  3.732 Palavras (15 Páginas)  •  577 Visualizações

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TRAJETÓRIA DE FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DE PROFESSORES OUVINTES NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DE MATEMÁTCA A ALUNOS SURDOS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM SERGIPE

Linha de pesquisa 1: Currículo, Didáticas e Métodos de Ensino das Ciências Naturais e Matemática.

Provável Professor (a) Orientador(a): Dra. Ivanete Batista dos Santos

1 - INTRODUÇÃO:

No decorrer da minha trajetória educacional várias situações me fizeram pensar sobre as pessoas com deficiência, durante o tempo em que estudava a 6ª série na Escola Estadual Tobias Barreto, em Aracaju. Recebemos em nossa sala uma aluna com deficiência intelectual que possuía uma dificuldade de locomoção, de coordenação motora, de comunicação, entre outras.  Como ela falava a mesma língua que todos na escola, a comunicação se dava regularmente, ou seja, aluno-aluno, aluno-professor e professor-aluno. No processo de ensino aprendizagem a professora utilizava didáticas de ensino diferenciadas para fazer com que essa aluna pudesse compreender o conteúdo e nos intervalos os colegas de sala também conseguiam ajudá-la, sanando assim, as dúvidas que surgiam.

Ao chegar no 1º ano do ensino médio vivenciei outra situação muito interessante, a turma recebeu uma aluna oriunda da Escócia que não se comunicava em português, apenas em inglês.  Diferentemente da aluna anterior, a que tinha uma deficiência motora e que mesmo assim conseguia estabelecer uma boa comunicação com os (as) colegas, o problema da discente estrangeira consistia na comunicação entre ela, os (as) alunos (as) e os (as) discentes, pois ninguém sabia falar inglês. Por causa da dificuldade na interação verbal entre a discente estrangeira e o restante da classe, observei que a colega escocesa começou a ser excluída do processo de ensino-aprendizagem e das demais atividades desenvolvidas na escola.

Certo dia, após o termino do turno escolar, quando entrei no ônibus coletivo percebi que um grupo de surdos, da Escola 11 de agosto, conversavam intensamente em Libras. Não conseguia entender absolutamente nada que conversavam e me senti um estranho. Somente depois desse ocorrido, consegui fazer uma correlação com o que deveria estar acontecendo com a colega de classe que só se comunicava em inglês. Ela não interagia com os (as) docentes e discentes porque não tinha o português como língua materna.

Durante a minha trajetória acadêmica, por estar em um curso de licenciatura, sempre me indaguei como seria quando fosse lecionar e me deparasse com um (a) aluno (a) portador (a) de deficiência. Dentre todas as necessidades especiais, a única que mantive contato, no período da formação acadêmica, foi a surdez, no período em que cursei a disciplina de Libras. Penso que a carga horária da disciplina não foi suficiente para me dar embasamento teórico e prático que me favorecesse em um contato futuro com alunos (as) surdos (as). Por ter gostado do primeiro contato com esta língua, decidi fazer alguns cursos de Libras e ler livros que abordam os Estudos Surdos. Os textos de Gesser (2009), Sacks (2010), Strobel (2008), Skiliar (2013), Souza, Verônica (2010) e Souza, Rita (2012), foram de suma importância para que pudesse entender a respeito da Libras, da cultura surda, dos aspectos históricos da surdez no mundo, no Brasil e em Sergipe.

A partir das leituras desses autores, foi possível elaborarmos algumas questões que podem nos levar a refletir sobre o objeto de pesquisa desse projeto: Qual a trajetória de formação e atuação de professores ouvintes no processo ensino-aprendizagem da matemática? Quais são as estratégias utilizadas por professor ouvintes no ensino de matemática para alunos surdos? Quais as principais preocupações, dificuldades, expectativas sentidas pelos professores de Matemática na educação de pessoas surdas, no decorrer do processo de ensino-aprendizagem? Será que o funcionamento do sistema neurocognitivo como fatores relevantes e que influenciam o sucesso e o fracasso escolar, interferem nas ações didáticas dos professores de Matemática, durante processo ensino aprendizagem?

A partir dessas reflexões supracitadas busca-se, neste projeto de mestrado, compreender a trajetória de formação e atuação de professores ouvintes no processo de ensino-aprendizagem para alunos surdos do ensino fundamental em Sergipe, utilizando a Libras como primeira língua.

2 - OBJETIVO GERAL:

Compreender a trajetória de formação e atuação de professores ouvintes no processo de ensino-aprendizagem para alunos surdos do ensino fundamental em Sergipe, utilizando a Libras como primeira língua.

2.1 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Especificar as estratégias utilizadas por professor ouvintes no ensino de matemática para alunos surdos

- Apontar as principais preocupações, dificuldades, expectativas sentidas pelos professores de Matemática na educação de pessoas surdas, no decorrer do processo de ensino aprendizagem.

- Identificar se o funcionamento do sistema neurocognitivo como fatores relevantes e que influenciam o sucesso e o fracasso escolar, interferem nas ações didáticas dos professores de Matemática, durante processo ensino aprendizagem.

3 - REFERENCIAL TEORICO

De acordo com Fiorentini (1995), a Matemática não pode ser concebida como um conhecimento pronto e acabado, mas, ao contrário, como um saber vivo, dinâmico e que, historicamente vem sendo construído, atendendo a estímulos externos (necessidades sociais) e internos (necessidades teóricas de ampliação de conceitos). Mesmo com essa concepção sobre a Matemática nos deparamos com o problema do tabu que os alunos têm da disciplina.  Na verdade,

A Matemática constitui-se num campo de conhecimentos originado da necessidade de resolver problemas concretos da realidade, fazendo parte do cotidiano das pessoas. No entanto, a aprendizagem matemática é considerada por muitos alunos na escola como um desafio quase que intransponível acessível apenas para “gênios”. (GIL, p.18, 2007).

Por outro lado, quando nos reportamos às práticas dos professores de matemática, percebemos que se concentram mais em atividades de exercícios mecânicos, do que mesmo em situações reais. Nessa perspectiva, vale ressaltar que

[...] um dos maiores erros que se praticam em educação, em particular na Educação Matemática, é desvincular a Matemática das outras atividades humanas, pois, em todas as civilizações existem conhecimentos matemáticos inseridos em contextos culturais (D’AMBRÓSIO,1999, p. 97).

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