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A cisão entre Artista e Designer na escola de ULM

Por:   •  19/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.295 Palavras (10 Páginas)  •  329 Visualizações

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A cisão entre o Artista e o Designer na escola de ULM

Alexandre Santana[1]

William Goldbach[2]∗∗

A arte há tempos é utilizada como fonte de enriquecimento cultural. Contudo, sua plena compreensão, bem como sua importância, não foram de fácil reconhecimento, tão pouco tiveram uma grandiosa importância em suas respectivas épocas. Uma longa trilha foi vencida para que os artistas e seus trabalhos ficassem famosos. Entende-se a importância de regar o interesse das pessoas neste assunto, pois as obras além de seus aspectos visuais ou auditivos, transportam muitos contos e informações da época e tal compreensão pode influenciar na parte emocional ou espiritual de uma pessoa, ou até mesmo em seu autoconhecimento, possivelmente a tornando melhor socialmente.

Na literatura Introdução à Filosofia da Arte do autor Benedito Nunes, professor da Universidade Federal do Pará, entende-se que Platão (427-347 a.C.), discípulo de Sócrates, em seu diálogo A república, confronta Arte e Realidade. Tendo em vista que a pintura e a escultura encontram-se abaixo da verdadeira Beleza que um ser humano é capaz de reconhecer, aliado ao fato de ser considerada supérflua tal atividade, uma vez que o representado não contribuir para as atividades e objetivos da ciência, os objetos artísticos são inconsistentes e ilusórios. Diferentemente da poesia e da música, pois ambos possuem a sensibilidade e a competência de influenciar diretamente o comportamento moral do ser humano, podendo ser ele positiva ou negativamente.

A comparação da essência das obras pictóricas e escultóricas com a própria realidade, aliado ao questionamento da verdadeira Beleza, fez com que a filosofia transformasse em um problema filosófico a existência e a finalidade das artes.

No Séc. IV, Aristóteles (384-322 a.C.) discípulo de Platão, escreveu a obra chamada Poética, que transcorre sobre ideias à origem da Poesia e gêneros poéticos. Devido a clareza e consistência que representam, esta é considerada a primeira teoria explícita da Arte. Para Plotino, discípulo de Amônio Sacas, que iniciou sua história investigando ensinamentos filosóficos, a Arte possuía uma importância metafísica e espiritual que não era servia mais para os pensadores cristãos, pois propensos a considerá-la objeto mundano, estranhava-se à índole das questões religiosas.

A medida que cresce o interesse intelectual pela Arte, intensifica-se a importância filosófica e teóloga da idéia de beleza. Para os filósofos medievais, a Beleza pertence essencialmente a Deus. A luz superior, o brilho da Verdade Divina se faz sensível aos olhos do espírito. A relação entre Beleza e as Artes não é essencial, mas acidental. Os Doutores da Igreja não reconheceram na vocação da arte, por eles conceituada de modo muito geral, a vocação do Belo.

Belo

A união teórica entre o Belo e a Arte se deu no Renascimento. Leonardo da Vinci ajudou a consumar uma terceira idéia de que a Natureza é a fonte do Belo. Em suas obras concede uma consistente semelhança da beleza do universo material e sensível agora valorizada, que transplantada em tela, gera a beleza artística.

Já no Sec. XVIII admitiu-se que a beleza está implantada nas coisas, oferecendo-se ao deleite do espírito, sobretudo por intermédio da vista e do ouvido. As obras proporcionam também esse deleite  àqueles que sabem encontrar nelas as marcas universais do Belo. Uma nova disciplina filosófica chamada Estética surge neste mesmo século, fundada por Alexander Gottlieb Baumgarten (1714-1762). A reflexão filosófica sobre a arte derivou para uma ciência que aprecia a Beleza como seu tema fundamental. Fruto de certas tendências no pensamento teórico, que obedecendo determinados princípios, produzem artificialmente aspectos de uma só beleza universal, cuja essência são coisas naturais.

Entre os gregos prevaleceram três aceitações fundamentais do belo: estética, moral e espiritual. No sentido estético, a simetria e as proporções são fundamentais e indispensáveis em uma obra. O Belo é o que agrada ver e ouvir. Esse prazer de ordem superior está próximo a essência imaterial da alma, diferentemente do gozo físico que é instável, afeta diretamente a insatisfação e leva ao desequilíbrio das paixões. Na acepção moral, a Beleza encontra-se no patrimônio das almas equilibradas. A perfeita harmonia consigo mesmo, ocupa o meio da moderação e constituiu para Aristóteles, a medida do bem.

O Belo é útil preenchendo uma função, portanto o que não é belo, não pode ser notado. Sócrates não separou o Belo do Bem, a união de ambas as coisas, torna-se uma parcela da Verdade e uma vez  conquistada, possui sua própria beleza. É notável a relação hierárquica da beleza estética que depende das condições sensíveis e formais, da moral que refere-se ao estado da alma e a espiritual ou intelectual, conhecimento teórico. A estética provoca um prazer moderado, que completa-se na complementação da Verdade, estado que para os filósofos do Século V a.C, condiz com a natureza racional do ser humano.

A beleza universal

Já sabemos como constituir uma idéia a respeito do Belo através do pensamento platônico, uma vez que este é um valor atribuído as coisas. À medida que notada, não nasce e nem morre, ela se comunica com o sensível, enriquecendo em qualidades a matéria, mas que não necessariamente pertencem a este mundo. Tal diálogo com o ser, independente de espécie de Beleza, torna o amor a serviço do soberano Bem, acendendo na alma humana o desejo da imortalidade, fazendo-se passar os conhecimentos para as belas ações, belos conceitos, revelando-se “o oceano da beleza universal”.

Arte

Plotino, uma figura capital da renovação do platonismo, adota a beleza-sensível eternizada nas razões das belas coisas desse mundo. A alma que a rejubila assemelham-se a Beleza, manifestando o inteligível naquilo que é material e sensível. Constituir a própria alma nas coisas de forma indivisível (forma interior), é um fato que simetria e regularidade, que são aspectos exteriores, não podem explica. Seguindo os pensamentos de Aristóteles, a Beleza esta em toda a natureza, portanto o feio para Plotino, identifica-se como a ausência da forma. Se as coisas belas se parecem com a alma, é na própria alma que a Beleza se revela. A Beleza é inteligível, pertence às idéias, às formas puras e imateriais. Desta forma, Plotino fez da Arte um tipo de ação espiritual e contemplativa.

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