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MÚSICA BRASILEIRA NA EDUCAÇÃO MUSICAL ESCOLAR

Por:   •  2/5/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  882 Palavras (4 Páginas)  •  509 Visualizações

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Aluno: Danyel Sales Pacheco

Texto para o Fórum de discussão da ATD1- MÚSICA BRASILEIRA NA EDUCAÇÃO MUSICAL ESCOLAR

ATD1- MÚSICA BRASILEIRA NA EDUCAÇÃO MUSICAL ESCOLAR por Helena Lopes Ao ser provocada a falar sobre o tema "A música brasileira no contexto da educação musical escolar” em uma mesa-redonda, resolvi direcionar a minha fala a partir das seguintes indagações: Quais são as músicas brasileiras que estamos nos referindo? Quais contextos escolares? Quais alunos? Dentre as múltiplas possibilidades de leituras do tema proposto, optei por focar em um aspecto o qual, ao meu ver, destaca-se em um primeiro plano: a diversidade de sotaques, estilos e etnias representadas pelos gêneros musicais das diferentes regiões do nosso país. Dentre os objetivos gerais propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de Artes, destaca-se a "promoção da cidadania cultural” nas aulas de música, nas quais a diversidade da música clássica e popular do Brasil, bem como as experiências musicais extraclasse dos alunos devem ser incentivadas e valorizadas no contexto escolar. Sem entrar no mérito da especificidade dos gêneros musicais, popular ou erudito, é preciso esclarecer o que estamos tomando como música brasileira. Música brasileira não poderia ser entendida a partir dos diferentes significados que os gêneros e estilos musicais representam para os brasileiros e seus contextos socioculturais? Qual música fala de mim e para mim? Qual música me representa? É preciso dar vez e voz aos sotaques musicais das cinco regiões brasileiras [...] para que possamos, de fato conhecer, compreender e incorporar a diversidade de práticas e saberes musicais formais e informais Ao adotar este pressuposto, ultrapassamos a visão museológica de cultura, entendida como patrimônio de uma nação a qual deve ser preservada e difundida como conteúdo obrigatório curricular. Nessa visão, apenas algumas manifestações musicais são aceitas, ou seja, apenas o cânone musical - as obras consagradas através do juízo de valor atribuído à "qualidade” musical das mesmas, desconsiderando, portanto, as pessoas e seus contextos. Mas afinal, o que seria da música se não houvessem as pessoas, a interação músico-humana? Nesse sentido, é preciso dar vez e voz aos sotaques musicais das cinco regiões brasileiras, norte, sul, sudeste, centro-oeste e nordeste para que possamos de fato conhecer, compreender e incorporar a diversidade de práticas e saberes musicais formais e informais. Valorizando assim a cultura brasileira que de fato acontece nas diferentes regiões de nosso país. É preciso dar vez e voz ao carimbó, ao tecnobrega do Pará, ao maracatu, ao xote e ao forró do nordeste, ao samba, à bossa nova, ao rap e ao funk carioca, ao choro, ao congado mineiro, ao vanerão, à rancheira do sul e ainda, ao siriri, ao cururu e ao rasqueado mato-grossense. Conhecer e viver a diversidade brasileira sem hierarquização cultural poderá gerar, conforme diz a professora da Universidade Estadual de Londrina, Magali Kleber, uma "ponte de reconhecimento e identidade”, a partir da qual poderemos construir educações musicais brasileiras múltiplas, diversas e significativas nos diferentes contextos. Creio em uma educação em rede, em uma educação dialógica de saberes musicais brasileiros Mas como faremos para dar conta dessa diversidade musical brasileira nas aulas de música da escola regular? Uma ideia seria repensarmos a instituição escolar para além de seus muros, ou seja, transformarmos a escola em um polo cultural onde os saberes musicais seriam socializados. Pensar em uma parceria real entre escola e sociedade, entre educadores musicais e músicos das comunidades brasileiras e, ainda, considerar a possibilidade de uma troca de saberes entre diferentes culturas e práticas musicais, poderia propiciar uma vivência musical consideravelmente mais "autêntica” aos alunos sob o ponto de vista êmico. De tal forma que propicia-se aos alunos, a oportunidade de conhecer e compreender a pluralidade e a peculiaridade das diferentes manifestações musicais a partir de quem vive essas culturas. Adotar essa ideia talvez pudesse impedir que a música brasileira apenas ocupasse o status de "subcultura” ou de mera informação, separada das músicas do mundo vivido pelos brasileiros e destituídas de sentido pelas restrições curriculares. Creio em uma educação em rede, em uma educação dialógica de saberes musicais brasileiros, na qual todas as pessoas e todas as manifestações culturais sejam passíveis de serem apreendidas e respeitadas. Só assim faríamos jus a uma educação musical brasileira, diversa e plural verdadeiramente comprometida com a cidadania cultural. Artigo publicado na primeira edição da revista Música & Educação.

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