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Economia solidaria

Por:   •  20/5/2015  •  Seminário  •  1.317 Palavras (6 Páginas)  •  242 Visualizações

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COOPERATIVAS DE PRODUÇÃO

São associações de trabalhadores, inclusive administradores, planejadores, técnicos, etc, que visam produzir bens ou serviços a serem vendidos em mercados. Como toda cooperativa aplica a seus membros os princípios que garantem democracia e igualdade entre eles na condução da entidade:

Um voto por cabeça;

Autoridade suprema investida na assembleia geral de sócios;

Todos os sócios tendo a mesma cota do capital da cooperativa.

Paul Singer enfatiza as junções de autonomia, auto gestão, cooperação e inclusão à aqueles que se encontram fora do mercado exclusório de trabalho e não têm espaço na economia capitalista, encontram na economia solidária sua autonomia e novas perspectivas de vida. É muito além de produzir em uma cooperativa, eles são como uma família, um ajuda o outro e essa união lhes permite resistir em meio a grande afunilamento de mercado capitalista.

A cooperativa de produção é o protótipo de empresa solidária, pois associa os produtores e não seus fornecedores ou clientes, como o fazem as cooperativas de consumo de crédito e de compra e venda. Diferencia-se por não ser híbrida, como outras cooperativas que combinam igualdade e democracia no relacionamento externo da empresa com desigualdade e heterogestão em seu interior.

Cooperativas de produção é um modo de produção alternativo ao capitalismo e não meramente por trocas.

A primeira cooperativa de produção francesa teria resultado de uma série de greves em 1833. A data suscita dúvidas quanto a ter sido esta a primeira cooperativa de produção, pois no mesmo ano Owen estava fazendo pregação idêntica aos operários ingleses da  qual resultou a criação de centenas de cooperativas de produção. Possivelmente a primeira cooperativa de produção moderna tenha sido a dos jornalistas que formaram a sociedade cooperativa de Londres.

Cooperadores franceses e ingleses recorriam à formação de cooperativas de produção como arma de enfrentamento do capital. Onde a experiência francesa se torna original diferindo da inglesa, é na defesa do financiamento estatal de cooperativas de produção que Louis Blanc empreendeu no livro”A Organização Do Trabalho”, também foi o autor de uma lei que prometia um salário vital e o “direito ao trabalho”à todos. Esta lei respondia as demandas das delegações operárias, que exigiam medidas urgentes contra o desemprego.

A ajuda do Estado será um fator importante para o movimento das cooperativas de produção, uma série de motivos entre eles, os trabalhadores não dispõem de capital nem de propriedades que pudessem oferecer como garantia para levantar capital no mercado financeiro, também sendo que as firmas capitalistas que concorrem com as cooperativas de produção também contam com a ajuda do Estado sob as formas usuais de isenções fiscais e crédito favorecendo igualdade com estas firmas, as cooperativas de produção precisam de apoio do poder público, mas este apoio raramente se estende á cooperativa de produção, vista pelo lado conservador do espectro político como anomalia. Também a esquerda que aposta tudo na tomada do poder político com via única de transformação estrutural enxerga a cooperativa de produção como quimera, cujo único efeito é desperdiçar forças e esperanças. De modo que é apenas nos raros momentos em que percebem a cooperativa de produção como desejável que ela obtém apoio significativo para poder demonstrar sua viabilidade e seu potencial de desenvolvimento.

Outra modalidade de cooperativa de produção que tem crescido acentuadamente é a “nova onda” de cooperativas de alimentos orgânicos, livrarias alternativas, editoras comunitárias e promotoras de tecnologias alternativas. Estas cooperativas são o produto do movimento de contracultura que empolga amplos setores da juventude e visa preservar a natureza, eliminar a descriminação racial e sexual, de modo geral se opõe ao capitalismo, sobretudo em sua forma neoliberal.

A cooperativa de produção existe em praticamente todos os países, mas em quantidade muito menor que as cooperativas de compra e venda, crédito e de consumo.

É preciso não confundir cooperativas de produção com firmas de participação acionária, nessas firmas os empregados não participam no capital por igual, mas em proporção aos seus ganhos e, sobretudo não participam da gestão. Ao não aplicar os princípios cooperativos, as relações de produção nestas empresas não são democráticas nem igualitárias. Portanto, não devem ser contabilizadas como integrantes da economia solidária.

No Terceiro Mundo, a cooperativa de produção foi promovida pelos governos de muitos países, seja para desenvolver a economia, seja para que fossem a base de uma sociedade “Socialista”. Tais tentativas resultaram quase sempre num avultado número de cooperativas absorvendo parcela importante de toda a força de trabalho, mas carente de autonomia e portanto incapaz de realizar na prática a democracia na empresa, que é a razão de ser da economia solidária.

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