Políticas Públicas De Apoio Ao Desenvolvimento Do Empreendedorismo: Um Estudo Bibliográfico

Políticas públicas de apoio ao desenvolvimento do empreendedorismo: um estudo bibliográfico^[1]

Carla Camargo Dias, Fabiana Regina Falkembach e Fernando Zimmermann Prestes^[2]

RESUMO

        O presente artigo apresentou os conceitos de empreendedorismo e capital social, bem como de políticas públicas desenvolvidas e de que forma elas afetam a vida em sociedade como um todo. Tem por objetivo realizar um estudo das políticas públicas existente atualmente no Brasil. Foi elaborado a partir de pesquisas acadêmica através de uma revisão da bibliográfica, para entender a temática dos artigos publicados, a base de dados escolhida para a pesquisa foi o Scholar Google ou em português Google Acadêmico, gerando uma amostra de 25 artigos. A análise de conteúdo foi realizada quanto aos objetivos, metodologia e resultado. Concluímos que o empreendedorismo no Brasil está em construção e as políticas públicas ainda estão voltadas ao assistencialismo e não ao fomento de capital social para que os indivíduos se desenvolvam e o Estado seja apenas um fomentador, incentivador de tal desenvolvimento.

Palavras chaves:  Empreendedorismo, políticas públicas, capital social.

ABSTRACT

This article presents the concepts of entrepreneurship and social capital, as well as of public policies developed and how they affect life in society as a whole. Its purpose is to carry out a study of public policies that currently exist in Brazil. It was developed from academic research through a review of the bibliographical, to understand the topic of the articles published, the database chosen for the research was the Scholar Google or in Portuguese Google Scholar, generating a sample of 25 articles. The content analysis was carried out regarding the objectives, methodology and results. We conclude that entrepreneurship in Brazil is under construction and public policies are still focused on welfare and not on the promotion of social capital for individuals to develop and the State is only a promoter, incentive for such development.
Keywords: Entrepreneurship, public policies, social capital.

Introdução

Atualmente, importantes transformações estão oferecendo novas oportunidades e desafios para o desenvolvimento econômico mundial. Os fatores sociais têm importante papel nesse desenvolvimento e representam o funcionamento, as relações de Estado e sociedade civil, nas suas instituições, na sua história e na sua cultura. Outras formas de organização, como a capacidade e circulação de conhecimentos na sociedade civil e a formação de recursos humanos decorrem da composição específica do conjunto dos fatores sociais, ou seja, como ela articula seus recursos. Neste contexto, um novo padrão de estruturação surge, o empreendedorismo, sendo ele uma nova forma da sociedade organizar e criar ações para o desenvolvimento da sociedade como um todo.

Sendo assim, pode-se afirmar que o empreendedorismo é um fenômeno coletivo, de construção social, pois segundo os  estudos de  Johannisson (1998),  o empreendedor é definido  como um agente de caráter coletivo que interage com os membros da coletividade cujo envolvimento social está fundamentado em afeição e valores compartilhados. Atualmente o tema vem ganhando espaço na academia, pois estudos recentes, já dividem o empreendedorismo comercial do empreendedorismo social. Nesta mesma linha de raciocínio, Dees et al.( 2002) afirma que o empreendedorismo social é a melhor maneira de se encontrar novas e melhores formas de criar um valor social.

Este artigo está elaborado em quatro partes, além da introdução. A segunda parte discute o capital social  no contexto brasileiro do empreendedorismo; apresenta uma retrospectiva do empreendedorismo no Brasil; e as políticas públicas de apoio ao empreendedorismo com as ações que vêm sendo realizadas por organismos governamentais ou não, visando a promoção e o desenvolvimento do segmento. Na terceira parte é apresentada a metodologia que foi utilizada para desenvolvimento deste estudo e a análise dos resultados. E na quarta parte, as considerações finais e referências bibliográficas.

2. Capital social

Segundo Furlanetto (2008), o capital social surge de uma série de comportamentos humanos e atividades sociais devidamente contextualizados, fundado em relações sociais e estrutura social que ajudam a desenvolver a coordenação de atividades e a cooperação em torno de projetos de benefício comum.

 

Furlanetto (2008) explica que o capital social refere-se a capacidade e a habilidade dos cidadãos de conectarem-se, formando redes de relações que propiciam o fluxo e o intercâmbio de informações e criando espaços ricos em capital social, uma vez que abrem acesso ao conhecimento e permitem que as ideias e pensamentos sejam compartilhados.

Para Willers (2008) o capital social é como um ativo que permite a sociedade local fixar metas de desenvolvimento econômico por meio dos próprios talentos, inteligências e qualidades com a finalidade de possibilitar às pessoas formas mútuas de ajuda e de cooperação criando na sociedade onde estão inseridas maiores chances de oportunidade, competitividade e de sobrevivência no mercado.

 

Nesse contexto Willers (2008) esclarece com muita propriedade os benefícios do capital social no desenvolvimento econômico da sociedade:

 

Neste formato, o capital social compreende a capacidade de organização de uma sociedade, a qual, associada à vida econômica, à confiança e a cooperação transformam-se em potencialidades reais de intervenção econômico-social, facilitando ações coordenadas que podem se tornar base do desenvolvimento econômico local.

Os responsáveis pela condução do processo de criação de unidades produtivas são chamados de empreendedores, esses indivíduos  através de sua ação inovam e desenvolvem o espaço empresarial permitindo que o fluxo e o desenvolvimento da economia sejam estimulados (WILLERS, 2008).

 

Para Willers (2008) o empreendedor é um inovador, um estrategista, um criador de novos métodos de acesso ao mercado já existente ou de criação de novos.

 

Os empreendedores devem ter consciência que o sucesso de seus projetos é resultado de um conjunto de ações necessárias para transformar sua idéia inovadora em um negócio vantajoso, demonstrando o valor econômico dessa idéia e que tem chance de torná-lo realidade (WILLERS, 2008).

2.1 Empreendedorismo

O empoderamento dos indivíduos como forma de desenvolvimento da sociedade, vem ganhando grande espaço nas políticas governamentais, pois quando falamos de  empreendedorismo,  verifica-se que ele cria  novos negócios e são considerados atualmente um importante motor de crescimento, que molda não só o ambiente económico. (Thai & Turkina, 2014).