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Relatório Antropologia Cultural (Franz Boas)

Por:   •  9/1/2022  •  Resenha  •  1.668 Palavras (7 Páginas)  •  151 Visualizações

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1. O contexto Boasiano

Os objetivos da pesquisa antropológica pontuados por Franz Boas (2004) tecem uma significação geral para os variados modos de vidas de povos estranhos que se iniciaram por meio de relatos de viajantes, que compunham um esboço da história da humanidade por conta da travessia destas informações e deste imaginário, que era transformado e construído a cada relato e que possibilitavam a visualização diversas contidas nas infinitas configurações culturais que eram observadas por estes viajantes.

Sob influência do Evolucionismo, teoria postulada por Charles Darwin no século XIX, mobilizou uma série de percepções sobre as características de análise destes diferentes modos de vida e de como os povos estranhos se organizavam, como pensavam suas estruturas sociais e em como concretizavam essas estruturas.

O desenvolvimento da psicologia permitiu a possibilidade de visualizar novos problemas a serem analisados e as tantas características mentais das raças que se formaram. A diversidade dos grupos sociais e raciais implicavam em várias vertentes de análises sociais destas formações.

A sociologia, economia e psicologia, inicialmente, se debruçaram em entender as condições entre povos alienígenas para lançar luz a novos processos sociais modernos, para alcançar também as desorientações destas abordagens, que por serem diferentes, percepcionavam variadas posições culturais e raciais, que até então, eram pontos cruciais destas abordagens.

Boas (2004) pontua no texto variados meios importantes e necessários para alcançar os objetivos de uma pesquisa antropológica, e começa nos alertando que uma delas é pensar historicamente essa trajetória, de modo que fique claro as definições importantes na “tentativa de compreender os passos pelos quais, o homem tornou-se aquilo que é biológica, psicológica e culturalmente”. (BOAS, 2004, p.88)

Para a Antropologia, as contribuições boasianas foram de fundamental notoriedade para as novas construções de pesquisa, que poderiam agora, ampliar seus horizontes para além do biologicismo, ainda que retornasse aos clássicos da escola para repensar alguns conceitos que impulsionaram a análise antropológica para além do aspecto físico encontrado em diversas culturas, e que até então, eram os únicos registros possíveis de serem feitos por conta das origens antropológicas.

2. Conceitos e métodos propostos

Para abarcar o material de análise antropológica, o autor considera que este é fragmentado, e na ausência de material, elucida a notabilidade da história das raças modernas e ressalta que não surpreende que os antropólogos tenham classificado com base em traços, como por exemplo, os traços particulares de cabelo que eram notados em cada cultura.

Mediante a estas características, passa então a ser tarefa do antropólogo procurar esses traços destacado, sendo importante lembrar que a mensuração exata de aspectos que não sejam exclusivamente características raciais não irá dar resposta para os problemas da evolução dos tipos fundamentais. (BOAS, 2004)

Além destes traços, o autor tece comentários sobre a análise das características físicas e mentais, pontuando também uma crítica sobre a perspectiva mental onde as análises conhecidas sempre partem exclusivamente de uma psicologia europeia, ignorando os pormenores culturais que constroem tais características, também pensado posteriormente por Mauss.

A influência da cultura sobre as reações mentais das populações é algo determinante, uma vez que a cultura determina questões muito maiores que as questões físicas e para compreender estas investigações, é necessário basear a vida mental do homem sobre um estudo da história das formas culturais e das inter-relações entre vida mental e cultural, tema este que percorre a Antropologia Cultural.

Diante destes traços, a evidência arqueológica também passa a constituir como marcador fundamental, o desenvolvimento cronológico da humanidade, sendo então, um relógio presente em diferentes culturas que acabam reverenciando as particularidades de cada uma delas para futuras culturas e civilizações, traçando assim, uma linha de escrita e pensamento rumo à modernidade e as novas formas de se fazer pesquisa, que futuramente, será mais uma vez revolucionada por Malinowski, por exemplo.

Além da evidência física, a evidência cultural contrasta os fenômenos culturais iguais, no entanto, em regiões diferentes, e isto necessariamente se dá à presença de um substrato extraordinariamente preservado, apesar de todas as mudanças culturais e assim, evidenciando o tempo fora do tempo, e assim, Boas faz a diferença entre a evidência física e a evidência cultural.

3. Problematização da obra

É imprescindível pensar que a universalidade da cultura como uma totalidade, ainda que presente no pensamento de Boas como um fator importante, é algo necessário a ser pensado a parte, pois um erro antropológico frequente é não relevar o estudo histórico, não o compreender em sua essência como um alicerce para os estudos da antropologia.

Além da universalidade da cultura, Boas nos conduz a pensar também que toda tentativa de deduzir as formas culturais de uma única causa está fadada a fracassar. Deduzir características apenas por uma vertente ou reduzir a uma única causa restringe o pensamento e a pesquisa antropológica a caminhar somente por uma estrada estreita, algo que não condiz com a perspectiva posta pela antropologia.

Não é um método seguro supor que todos os fenômenos culturais análogos precisem estar historicamente relacionados. Em cada caso é necessário exigir prova de relação histórica, que deve ser tanto mais rígida quanto menos evidência houver de um contato real, seja ele recente ou antigo, nos fazendo considerar a que a interdependência pode ocorrer, no entanto, não compreende uma regra, e que este processo deve ser um dos temas da pesquisa antropológica, cujo material pode ser obtido por meio do estudo de sociedades existentes. (BOAS, 2004, p.102)

Constatar que os fenômenos culturais possuem suas complexidades aparta a ideia de que tais fenômenos condensam uma lei cultural geral válida. Pensar as condições causais das ocorrências culturais e em como repousam sempre na interação entre indivíduo e sociedade é um marcador importante, e nenhum estudo classificatório das sociedades irá solucionar esse problema. (BOAS, 2004, p.107)

E, ainda que Boas proponha o rompimento com o Evolucionismo, este movimento e suas teorias ainda estão presentes em suas obras de modo que ainda o faz partir destas análises para pensar as questões culturais e subjetivas, se colocando em um

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